Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024
Bolor Azul (Penicillium italicum )

Hospedeiro principal: Laranja doce (Citrus sinensis (L.) Osbeck)
Agente causal: Penicillium italicum Wehmer.
Nome comum: Bolor Azul

Etiologia: O bolor azul e o bolor verde apresentam muitas características similares. Este fungo produz inúmeros esporos que sobrevivem nos pomares em substratos orgânicos, sendo disseminados, facilmente, nos galpões de embalagem, câmaras de armazenamento, veículos e embalagens. Os esporos (conídios) são unicelulares, cilíndricos a elípticos, catenulados, produzidos na extremidade de ramificações de conidióforos típicos do gênero. P. italicum não requer ferimentos para penetrar nos frutos, é capaz de penetrar a epiderme intacta. Os esporos são disseminados com facilidade para outros frutos adjacentes dentro da embalagem, causando infecção em vários frutos, levando à aparência de ninho. P. italicum e P. digitatum podem ocorrer nos frutos simultaneamente, sendo que sob temperaturas em torno de 24°C, o bolor verde prevalece, enquanto, o bolor azul predomina em temperaturas inferiores a 10°C.

Sintomas: Os sintomas iniciais são semelhantes aos do bolor verde, aparecendo como uma mancha mole, aquosa, ligeiramente descolorida, que na sequência, é recoberta pelo micélio branco e, logo, é formada uma massa de esporos de coloração azul-olivácea. A lesão não cresce tão rapidamente quanto à do bolor verde. Um diferencial de sintoma é que a área de esporulação fica circundada por um fino halo de micélio branco e outro halo de tecido aquoso. Com o desenvolvimento da podridão, o fruto inteiro é tomado por uma massa de esporos azuis que passam a cinza-oliváceos, também facilmente dispersos pelo movimento do ar.

Importância econômica: todos os tipos de frutos cítricos são suscetíveis ao bolor azul.

Ocorrência: assim como o bolor verde, o bolor azul ocorre em todas as regiões produtoras de frutos cítricos do mundo, porém com menor prevalência.

Manejo: O controle de bolor azul em frutos cítricos é o mesmo indicado para bolor verde. Deve-se elaborar um manejo com estratégias de controle que se iniciam no campo até a pós-colheita. Devido aos relatos de casos de resistência de Penicillium spp. a fungicidas como thiabendazole e imazalil, Smilanick (2016) recomenda, para packing-houses de frutos cítricos da California/EUA, alternar e/ou associar o uso de fungicidas com tratamento térmico, sais de bicarbonato, ozonização de câmaras de armazenamento, uso de fosfitos e agentes de biocontrole em pré-colheita, além da introdução de novos fungicidas.

Referência consultada

AGROFIT/MAPA – Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários. Disponível em: http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons.
PALOU, L.; SMILANICK, J.L.; DROBY, S. Alternatives to conventional fungicides for the control of citrus postharvest green and blue moulds. Stewart Postharvest Review, v.2, n.2, p.1-16, 2008.
SMILANICK, J.L. Integrated Approaches to Postharvest Disease Management in California Citrus Packinghouses. In: Proc. IS on Biological Control of Postharvest Diseases. Acta Hort. 905, ISHS 2011. Disponível em: http://ucce.ucdavis.edu/files/datastore/234-2136.pdf .
WHITESIDE, J.O.; GARNSEY, S.M.; TIMMER, W. (ed.). Compendium of citrus diseases. St. Paul, APS, 1989. 80p.

Autor: Eliane Aparecida Benato, Instituto Agronômico
E-mail: ebenato@iac.sp.gov.br

 
Publicado em: 11/02/2016
Atualizado em: 11/02/2016
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