Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024
BCVBV (Bougainvillea chlorotic vein banding virus )

Hospedeiros: Bougainvillea spectabilis, B. glabra e híbridos (primavera).

Agente causal: Bougainvillea chlorotic vein banding virus (BCVBV)

Etiologia: O BCVBV é uma espécie definitiva do gênero Badnavirus, da família Caulimoviridae. O vírus é constituído por DNA, fita simples, senso positivo e as partículas apresentam morfologia baciliforme, com 130 x 30nm.

Sintomas: O sintoma foliar mais característico é o “vein banding” (faixa das nervuras) que deu nome ao vírus. Contudo, mosaico, manchas cloróticas, necróticas e anéis também têm sido associados à doença. A diversidade de sintomas pode ser atribuída não só a condições ambientais, como também ao grande número de híbridos naturais entre B. spectabilis x B. glabra além de inúmeras variedades disponíveis no mercado de plantas ornamentais.

Importância: O BCVBV parece ser restrito ao gênero Bougainvillea, não havendo, até o presente, dados sobre perdas. Contudo, diversas espécies de badnavirus causam grandes prejuízos à produção de bananas, cacau e cana, entre outros.

Ocorrência: O vírus foi descrito, pela primeira vez, no estado de São Paulo, Brasil, em 2001. Posteriormente, foi relatado em diferentes municípios como São Paulo (capital), Campinas, Jarinu (SP), Andradas e Uberlândia (MG), Ubajara (CE) e Brasília (DF). Além do Brasil, o BCVBV já foi descrito em Taiwan e India.

Manejo: A primavera é uma planta nativa da América do Sul, muito utilizada no mundo todo, pela beleza de suas brácteas. A produção de mudas é feita por estacas, o que facilita muito a dispersão de patógenos, incluindo vírus. Convém destacar que a maioria dos badnavirus ocorre em plantas propagadas vegetativamente. Portanto, é imprescindível o uso de material propagativo livre de vírus e a eliminação de fontes de infecção. Embora não se conheça vetor associado á doença, há relatos de transmissão de badnavirus por cochonilhas e cigarrinhas, de maneira semi-persistente. É aconselhável, também, a eliminação desses insetos, que podem ser possíveis vetores do BCVBV.

Referência consultada

ALEXANDRE, M.A.V, DUARTE, L,M.L., HARAKAVA, R. Genetic diversity of Badnavirus associated of Bougainvillea in Brazil. Journal of Phytopathology, v.164, p.125-130, 2016.

CHAGAS CM et al. Badnavirus-like particles associated with chlorotic vein-banding symptoms in Bougainvillea spectabilis. Virus Review & Research, v6, p.153, 2001.

COSTA, C.L. Vetores de vírus de plantas – 1. Insetos. RAPP, 6: 103-171, 1998

RIVAS, E.B. et al. (2005) A new Badnavirus species detected in Bougainvillea in Brazil. Journal of General Plant Pathology, v.71, p.438-440, 2005.

TSAI CH. et al. Identification and detection of Bougainvillea spectabilis chlorotic vein-banding virus in different bougainvillea cultivars in Taiwan. Annual Applied Biology, v.153, p.187-193, 2008.

Autor: Maria Amélia Vaz Alexandre & Ligia Maria Lembo Duarte, Instituto Biológico
E-mail
: maria.alexandre@sp.gov.br; ligia.duarte@sp.gov.br

 
Publicado em: 26/02/2016
Atualizado em: 05/09/2017
Clique na imagem para ampliar
  Instituto Biológico
  Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252
  Vila Mariana - - CEP 04014-002- São Paulo - SP - Brasil
  (11) 5087-1700
                                                                                                         Número de visitas:
                                                                                                                   12.299