Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024
Septoriose, Mancha de Septoria (Septoria lycopersici)

Etiologia: A septoriose, causada pelo fungo Septoria lycopersici, é uma doença muito frequente na cultura do tomateiro. Essa é favorecida por períodos de alta umidade relativa, temperaturas amenas (20-25ºC) e longos períodos de molhamento foliar. Algumas plantas daninhas solanáceas, como Solanum americanum (Maria preta), S. carolinense, Physalis spp. e Datura stramonium (trombeteira), são hospedeiras do patógeno. A principal via de sobrevivência do fungo são os restos de cultura e sua disseminação ocorre através de sementes e mudas infectadas, ação de ventos, respingos de água de chuva e irrigação etc.

Sintomas:  Os sintomas nas folhas manifestam-se inicialmente mais velhas, através de numerosas lesões circulares ou elípticas (5 a 10 mm) de coloração acinzentada no centro, bordos escuros definidos, podendo ou não ser circundadas por um halo amarelado. Sob condições de alta umidade, observam-se no centro das lesões pontos negros, que são os picnídios do fungo. Sintomas semelhantes também são observados no caule, pecíolos e sépalas, porém as lesões são menores e tendem a ser mais escuras. Frutos são raramente afetados. As plantas tendem a ser mais suscetíveis à doença após o início da frutificação. Perda da capacidade fotossintética, redução da produtividade e  exposição dos frutos a queimaduras do sol são sintomas reflexos da doença. 

Importância: A septoriose pode ser agressiva se prevalecerem condições favoráveis a doença por longos períodos. A doença é mais importante no período da frutificação e pode causar perdas na produção de 35 a 75 %.

Ocorrência: No Brasil, a doença ocorre principalmente nas regiões sul e sudeste.

Manejo:

Local de plantio.
Evitar o plantio em áreas de baixadas, úmidas, com ventilação deficiente e próximos a áreas em final de ciclo;

Plantio de sementes e mudas sadias.

Evitar plantios adensados.
Dentro do possível adotar sempre espaçamento entre plantas que favoreça uma maior aeração e menor acúmulo de umidade na folhagem.

Rotação de cultura.

Adubação equilibrada.

Irrigação equilibrada
Evitar irrigações excessivas e longos períodos de molhamento foliar;

Eliminar e destruir de restos de cultura.
A prática visa principalmente reduziir fontes de inóculo.

Controle de plantas daninhas e plantas voluntárias.

Aplicação de fungicidas
Utilizar fungicidas registrados assim que forem observados os primeiros sintomas da doença. O uso de fungicidas deve seguir todas as recomendações do fabricante quanto à dose, volume, intervalo e número de aplicações, intervalo de segurança, uso de equipamento de proteção individual (EPI), descarte de embalagens etc. Os fungicidas oficialmente registrados encontram-se no Agrofit (http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons /principal_agrofit_cons). Para evitar casos de resistência a fungicidas específicos (móveis na planta) recomenda-se que esses sejam utilizados de forma alternada ou formulados com produtos inespecíficos (contato); que se evite o uso repetitivo de fungicidas com o mesmo mecanismo de ação e não se faça aplicações curativas em situações de alta pressão de doença.

Sistemas orgânicos.
Além de práticas culturais abordadas anteriormente como: plantio em época adequada; uso de sementes e mudas sadias; escolha correta da área; adubação equilibrada, eliminação de hospedeiros intermediários, e evitar plantios adensados alguns sistemas orgânicos permitem o uso de produtos cúpricos. A calda bordalesa se destaca como opção com melhores resultados controle da requeima nessa modalidade de produção. A calda bordalesa pode ser fitotóxica ao tomateiro, portanto as pulverizações devem ser iniciadas com concentrações mais baixas do que a recomendada (por exemplo: 0,5%) e gradativamente alcançar 1,0 %.

Bibliografia consultada.

AGRIOS, G.N. Plant Pathology (5 ed). Elsevier Academic Press. 2005. 919 p.

KUROZAWA, C.; PAVAN, M.A. Doenças do tomateiro (Lycopersicon esculentum). In: KIMATI, H.; AMORIN, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. (Eds.). Manual de Fitopatologia: Doenças das Plantas Cultivadas. 4. ed. São Paulo: Ceres, 2005. v. 2, p.607-626.

LOPES, C. A.; ÁVILA, C. A Doenças do tomateiro. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2005. 151p.

TÖFOLI, J.G; DOMINGUES, R.J. Doenças fúngicas. In: Aspectos fitossanitários do tomateiro. Boletim Técnico. São Paulo, v. 27, p. 36 – 56, 2013, 119p.

TÖFOLI, J.G; DOMINGUES, R.J. Doenças fúngicas do tomateiro. In: Tomate. Desafios fitossanitários e manejo sustentável. Boletim Técnico. Jaboticabal, v. 3, p. 141– 181, 2014, 261p.

Autores: Jesus Guerino Töfoli; Ricardo José Domingues, CPSV, Instituto Biológico E-mail: jesus.tofoli@sp.gov.br

 
Publicado em: 11/03/2016
Atualizado em: 11/03/2016
Clique na imagem para ampliar
  Instituto Biológico
  Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252
  Vila Mariana - - CEP 04014-002- São Paulo - SP - Brasil
  (11) 5087-1700
                                                                                                         Número de visitas:
                                                                                                                   12.317