Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024
Mancha de Stemphylium (Stemphylium solani, S. lycopersici )

Etiologia: A distinção das espécies S. solani e S. lycopersici é feita basicamente pelas diferenças morfológicas. S. solani produz conidióforos de cor clara a meio escura com até 200 μm de comprimento e 4-7 μm de largura e 8-10 μm de diâmetro; conídios pontiagudos com 3-6 septos transversais e alguns septos longitudinais de coloração clara a meio dourada, liso ou levemente verrugoso, medindo de 35-55 x 18-28 μm. S. lycopersici produz conidióforos de cor clara a meio escura com até 140 μm de comprimento e 6 - 7 μm de largura, com 8-10 μ de diâmetro; conídios pontiagudos cônico até o ápice com 1-8 septos transversais e alguns longitudinais, coloração clara a meio escura. Os conídios germinam em 2 horas na presença de um filme de água (orvalho, água da chuva) e temperatura entre 25-28ºC. O pró-micélio forma apressório e penetra diretamente nas folhas. O patógeno coloniza rapidamente o tecido do hospedeiro e os sintomas são visíveis 2 a 3 dias após a inoculação, podendo em curto espaço de tempo produzir novos conídios. O gênero Stemphylium pode afetar as culturas de jiló, batata, berijela, pimentão e pimentas. A sobrevivência do fungo se dá em restos de cultura, bem como em hospedeiros alternativos. Os agentes causais da doença podem ser disseminados por sementes, mudas e através da ação de ventos e respingos de água.

Sintomas: Afeta as plantas durante todo o ciclo, porém se torna mais evidente a partir do inicio da frutificação e colheita. O sintoma típico da doença é a presença de manchas foliares pequenas, escuras, irregulares e rasgadas. A doença afeta principalmente as folhas novas, o que a diferencia das demais manchas foliares. O comprometimento das folhas mais novas reduz o vigor e o ciclo das plantas, acarretando quedas no rendimento e qualidade. A doença é favorecida por alta umidade, temperaturas superiores a 25º C e desequilíbrio nutricional.

Importância: A doença pode afetar diretamente a produtividade e qualidade dos frutos.

Ocorrência:  No Brasil, a doença ocorre em todas regiões produtoras.

Manejo:

Plantio de cultivares e híbridos resistentes.

Evitar novos plantios próximos a áreas em final de ciclo.

Plantio de sementes e mudas sadias.

Rotação de cultura.

Utilização de adubação equilibrada.

Manejo correto da água de irrigação.
Visa evitar longos períodos de molhamento foliar

Eliminação e destruição de restos de cultura.
Tem o objetivo de reduzir as fontes e potencial de inóculo.

Controle de plantas invasoras

Fungicidas.
O uso de fungicidas registrados no controle da mancha de Stemphyilium deve seguir as recomendações do fabricante quanto a dose, volume, intervalo e número de aplicações, intervalo de segurança, uso de equipamento de proteção individual (EPI) etc. Os fungicidas oficialmente registrados encontram-se no Agrofit (http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons /principal_agrofit_cons). Para evitar casos de resistência a fungicidas específicos (móveis na planta) recomenda-se que esses sejam utilizados de forma alternada ou formulados com produtos inespecíficos (contato); que se evite o uso repetitivo de fungicidas com o mesmo mecanismo de ação e não se faça aplicações curativas em situações de alta pressão de doença.

Referência consultada

AGRIOS, G.N. Plant Pathology (5 ed). Elsevier Academic Press. 2005. 919 p.

KUROZAWA, C.; PAVAN, M.A. Doenças do tomateiro (Lycopersicon esculentum). In: KIMATI, H.; AMORIN, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. (Eds.). Manual de Fitopatologia: Doenças das Plantas Cultivadas. 4. ed. São Paulo: Ceres, 2005. v. 2, p.607-626.

LOPES, C. A.; ÁVILA, C. A Doenças do tomateiro. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2005. 151p.

TÖFOLI, J.G; DOMINGUES, R.J. Doenças fúngicas. In: Aspectos fitossanitários do tomateiro. Boletim Técnico. São Paulo, v. 27, p. 36 – 56, 2013, 119p.

TÖFOLI, J.G; DOMINGUES, R.J. Doenças fúngicas do tomateiro. Tomate. Desafios Fitossanitários e Manejo Sustentável. Boletim Técnico. Jaboticabal, v. 3, p. 141– 181, 2014, 261p.

Autor: Jesus Guerino Töfoli; Ricardo José Domingues, Instituto Biológico
E-mail: jesus.tofoli@sp.gov.br
 
Publicado em: 16/03/2016
Atualizado em: 16/03/2016
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