Etiologia: O fungo Oidium lycopersici caracteriza-se por apresentar conídios elípticos, hialinos, crescendo em cadeia sobre conidióforos curtos, não ramificados, produzidos em micélio superficial. A absorção dos nutrientes do hospedeiro é feita via haustórios. Oidiopsis haplophylli apresenta haustórios globosos, moderadamente lobados com 15-30 mm de largura. Os conidióforos emergem dos estômatos, medindo de 200-700 x 3,7 a 7,4mm, sendo alguns deles divididos em duas a três ramificações. Os conídios apresentam coloração branco palha e originam-se predominantemente solitários e na porção terminal. O fungo apresenta dois tipos de conídios sendo o primário de formato lanceolado, normalmente com um bico apical e o secundário com formato cilíndrico a elipsóide. Os conídios primários e secundários apresentam dimensões que variam de 30-80 x 12-22 mm. Em geral, temperaturas amenas e/ou elevadas associadas à baixa umidade são condições favoráveis à ocorrência da doença.
Sintomas: Quando a doença é causada por O. lycopersici verifica-se o crescimento generalizado de um mofo pulverulento branco sobre folíolos, pecíolos, pedúnculos e caule, constituído de micélio e estruturas de frutificação do fungo. Os órgãos afetados pela doença tendem a amarelar e secar rapidamente. A doença é favorecida por temperaturas amenas e baixa umidade. No caso de O. haplophylli, observa-se primeiramente a formação de manchas amareladas na página superior dos folíolos, acompanhadas pela formação de um crescimento esbranquiçado na face inferior das mesmas. Com o passar do tempo, as manchas amareladas tornam-se necróticas, podendo destruir completamente folhas e folíolos. A doença manifesta-se inicialmente nas folhas mais baixas e rapidamente atinge as mais novas.
Importância: A doença pode afetar diretamente a produtividade e qualidade dos frutos sendo mais comum em condições de cultivo protegido.
Ocorrência: No Brasil, a doença ocorre em todas regiões produtoras.
Manejo:
• Evitar novos plantios próximos a áreas em final de ciclo.
• Controle de plantas invasoras.
Além de eliminar plantas concorrentes auxília na eliminação de hospedeiros alternativos.
• Fungicidas.
O uso de fungicidas registrados no controle dos Oidios deve seguir as recomendações do fabricante quanto a dose, volume, intervalo e número de aplicações, intervalo de segurança, uso de equipamento de proteção individual (EPI) etc. Os fungicidas oficialmente registrados encontram-se no Agrofit (http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons /principal_agrofit_cons). Para evitar casos de resistência a fungicidas específicos (móveis na planta) recomenda-se que esses sejam utilizados de forma alternada ou formulados com produtos inespecíficos (contato); que se evite o uso repetitivo de fungicidas com o mesmo mecanismo de ação e não se faça aplicações curativas em situações de alta pressão de doença.
Bibliografia consultada.
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KUROZAWA, C.; PAVAN, M.A. Doenças do tomateiro (Lycopersicon esculentum). In: KIMATI, H.; AMORIN, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. (Eds.). Manual de Fitopatologia: Doenças das Plantas Cultivadas. 4. ed. São Paulo: Ceres, 2005. v. 2, p.607-626.
LOPES, C. A.; ÁVILA, C. A Doenças do tomateiro. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2005. 151p.
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TÖFOLI, J.G; DOMINGUES, R.J. Doenças fúngicas do tomateiro. In: Tomate. Desafios Fitossanitários e Manejo Sustentável. Boletim Técnico. Jaboticabal, v. 3, p. 141– 181, 2014, 261p.
Autor: Jesus Guerino Töfoli; Ricardo José Domingues, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: jesus.tofoli@sp.gov.br