Quinta-Feira, 28 de Março de 2024
BSV (Banana streak virus)

Hospedeiro: Musa spp. bananeira, Musaceae.

Etiologia: Banana streak virus (BSV), Banana streak OL virus (BSOLV), Banana streak GF virus; Banana streak VN virus (BSVNV = Banana streak acuminata Vietnam virus); mosaico em estrias.
O BSV gênero Badnavirus, família Caulimoviridae tem partículas baciliformes com largura constante de 30 nm e comprimento que varia 60 a 130 nm. Possui genoma constituído de DNA circular de fita dupla. O BSV não se transmite mecanicamente para bananeiras e plantas indicadoras, mas pode ser transmitido por sementes, por propagação vegetativa, por cultura de tecido e por cochonilhas. A disseminação natural do BSV ocorre por propagação vegetativa e pelo cultivo de meristemas, pratica adotada em programas de melhoramento para obtenção de híbridos. O BSV é transmitido pelos pseudococcídeos vetores: Planococcus citri Risso, Planococcus minor Maskell e Saccharicoccus sacchari Cockerell  , de modo semi-persistente. No Brasil P. citri conhecido como cochonilha dos citros, foi identificado como vetor do BSV, em condições experimentais.
O vírus interage com as células hospedeiras, na forma epissomal encapsidada, que está associada ou não ao desenvolvimento dos sintomas da doença ou a epissomal não encapsidada constituída por DNA do vírus enovelado, que se acumula no citoplasma durante a replicação e ainda na forma em que o DNA do vírus ocorre integrado ao genoma da bananeira.

Sintomas: Os sintomas mais comuns observados nas bananeiras são as estrias cloróticas no limbo foliar evoluindo para estrias necróticas, que são freqüentemente confundidos com os sintomas induzidos pelo CMV. Os sintomas podem ocorrer em uma única folha ou em várias e podem recrudescer ou desaparecer de maneira cíclica. As plantas podem permanecer sem manifestar sintomas por longos períodos de tempo. A manifestação dos sintomas pode ser influenciada pela variação da temperatura, ocorrendo sintomas mais severos em plantas mantidas à 22ºC, e acentuada redução, em plantas mantidas em temperaturas entre 28ºC e 35ºC. O BSV pode causar também sintomas de espessamento das nervuras, as laminas das folhas podem tornar-se mais finas e rasgadas, as plantas podem sofrer atrofia. Os frutos manifestam sintomas necróticos na casca. As cascas ficam mais finas e propensas a rachaduras, também ocorrem sintomas de necrose no engaço do cacho de banana.

Importância: Devido ao aumento do cultivo da banana nos últimos 20 anos, as pragas e doenças que afetam a cultura também tiveram um incremento significativo. Dentre estas, a infecção pelo BSV apresenta importância econômica, devido principalmente às restrições impostas ao desenvolvimento de híbridos, devido à ocorrência do vírus em todos os genótipos conhecidos e também pela detecção de seqüências genômicas do BSV integradas ao genoma do DNA de Musa spp. Sendo um fato que a produtividade de bananeiras se reduz significativamente, nas regiões produtoras devido às doenças causadas por vírus e que estas impõem severas restrições ao intercâmbio seguro de germoplasma de Musa.

Ocorrência: A primeira ocorrência do BSV foi registrada na Costa do Marfim, e o agente causal só foi identificado em 1986. Após o primeiro relato, a presença do BSV foi registrada em 43 países da África, Europa, Oceania e América Tropical. No Brasil, sua ocorrência foi descrita pela primeira vez em associação com o CMV em São Paulo, e posteriormente, foi registrada sua presença em todas as regiões produtoras do país, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, em diferentes cultivares de bananeiras.

Manejo: Embora, não se conheçam os prejuízos econômicos causados por esta doença, a adoção de medidas quarentenárias e o uso de mudas sadias, obtidas por cultura de tecidos são medidas que podem prevenir a introdução do BSV em regiões em que, ainda não ocorre.
Para a realização do manejo adequado é importante um programa de indexação de mudas, visando à detecção precoce do vírus para evitar que este se seja propagado e disseminado pela cultura de meristemas.
A propagação de mudas de bananeiras por cultivo de tecidos in vitro, pode ser estímulo para ativar as seqüências do BSV integradas ao genoma das bananeiras.
No campo é importante conhecer as espécies de cochonilhas vetores do vírus e suas formas de controle.

Referência consultada

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COLARICCIO, A.; EIRAS, M.; CHAVES, A.L.R. Vírus: patógenos limitantes à cultura da bananeira no Brasil. In: Bananicultura: manejo fitossanitário e aspectos econômicos e sociais da cultura. Eduardo Monteiro de Campos Nogueira et al. eds - São Paulo: Instituto Biológico, 2013. 243p.

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LOMBARDI, R.; COLARICCIO, A.; HARAKAVA, R. Clonagem e purificacão de fragmento da proteina capsidial de Banana streak OL virus. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.45, p.811-817, 2010.

Autores: Maisa Sant’Ana, Marcelo Eiras, Alexandre Levi Rodrigues Chaves,  Addolorata Colariccio, Instituto Biológico
E-mail: addolorata.colariccio@sp.gov.br
 
Publicado em: 05/08/2016
Atualizado em: 05/08/2016
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