Hospedeiro principal: Alstroemeria sp. (alstroemeria).
Agente causal: Alstroemeria mosaic virus (AlsMV), espécie do gênero Potyvirus, família Potyviridae.
Etiologia: As partículas virais de Alstroemeria mosaic virus, sinonímia Alstroemeria streak virus, são alongado-flexuosas com cerca de 750 nm de comprimento. Seu genoma é constituído por um segmento de RNA de fita simples e senso positivo. AlsMV foi descrito em 1986 em Alstroemeria sp., no Reino Unido, apresentando leve clorose foliar e ‘color break’ nas pétalas.
O vírus é transmitido pelo afídeo Myzus persicae. Não ocorre transmissão por contato entre plantas, por sementes e nem por pólen. Em laboratório, o vírus pode ser transmitido mecanicamente, para espécies das famílias Alstroemeriaceae, Aizoaceae, Chenopodiaceae e Solanaceae, e também por instrumentos de corte para alguns cultivares de alstroeméria. Infecção mista, ou seja, infecção causada por AlsMV associado a outras espécies virais é frequente em cultivos comerciais de alstroemérias.
Sintomas: dependendo do cultivar de alstroeméria, o vírus pode não induzir sintomas (latência) ou, então, induzir mosaico, manchas cloróticas, faixas de coloração verde escura junto às nervuras e clorose nas folhas; ‘color break’ nas pétalas; e reduzir a qualidade e o número de flores por haste.
Importância: não há relatos da importância econômica dos danos causados por AlsMV em cultivos comerciais de alstroemérias. Entretanto, dependendo do cultivar o vírus pode causar sintomas drásticos que inviabilizam a comercialização tanto da planta envazada como da flor de corte.
Ocorrência: AlsMV foi relatado no Brasil, China, Estados Unidos, Holanda, Itália, Japão, Nova Zelândia e Reino Unido.
Manejo: As alstroemérias cultivadas para fins comerciais são propagandas pela divisão dos rizomas, sendo também uma forma de disseminação do vírus, se presente. Assim, plantas livres de vírus devem ser utilizadas para a multiplicação e plantio. Erradicação das plantas sintomáticas para reduzir a fonte de inóculo no campo também deve ser uma prática a ser adotada. É possível obter plantas de alstroemérias livres de AlsMV utilizando cultura in vitro de gema apical associada à termoterapia.
É necessário controlar o acesso do afídeo vetor às plantas de alstroemérias, pois o vírus é transmitido na picada de prova.
Referência consultada
CERVANTES-DÌAZ, L. et al. Alstroemeria plants free of Alstroemeria mosaic potyvirus (AlsMV) through in vitro culture shoots and thermotherapy. HortScience, v.35, p.446, 2000.
PHILLIPS, S.; BRUNT, A.A. Four viruses in alstroemeria in Britain. Acta Horticulturae, v.177, p.227, 1986.
RIVAS, E.B; BÔDI, E.C.A.; HARAKAVA, R. Primeira ocorrência de Alstroemeria mosaic virus em cultivos comerciais de alstroemérias. Summa Phytopathologica, v.39, Suplemento, p.S254, 2013.
VAN ZAAYEN, A.; DE BLANK, C.M.; BOUWEN, I. Differentiation between two potyviruses in alstroemeria. European Journal of Plant Pathology, v.100, p.85-90, 1994.
Autor: Eliana Borges Rivas, Instituto Biológico
E-mail: eliana.rivas@sp.gov.br