Sábado, 20 de Abril de 2024
Antracnose (Colletotrichum spp.)

Etiologia: associada inicialmente ao fungo Colletotrichum gloeosporiodes, a doença também pode ser causada pelas espécies C. acutatum e C. simmondsii. A antracnose é favorecida por temperaturas entre 10 a 30°C e alta umidade (80 a 90 %), sendo mais frequente nas proximidades do amadurecimento dos frutos. O período de incubação da doença é curto em condições favoráveis, podendo completar o seu ciclo em menos de 10 dias, originando numerosos ciclos secundários e epidemias severas, durante a floração e frutificação.

Sintomas: O sintoma mais típico da antracnose em oliva é o apodrecimento, mumificação e queda dos frutos que ocorrem nos estágios mais avançados. Nos frutos verdes ou próximos a maturação, a antracnose causa lesões escuras, deprimidas, circulares ou irregulares, recobertas pelas frutificações alaranjadas do fungo muitas vezes formando anéis concêntricos. O fungo pode infectar primeiramente as flores e permanecer latente nos frutos até que os atinjam o início do amadurecimento. Frutos intactos também podem ser infectados pelo fungo, porém isso ocorre com maior frequência em frutos danificados por insetos ou granizo. Nas folhas, as lesões são castanhas, circulares ou irregulares, e podem originar folhas curvas ou retorcidas. Em alguns casos, a antracnose pode também causar a morte de gemas apicais, queda de folhas e a seca generalizada de ramos novos a partir dos ponteiros.

Importância: variável em função da suscetibilidade da cultivar, das condições climáticas e da agressividade do patógeno, podendo causar perdas de até 50 %. Os frutos atacados apresentam queda de peso, redução do rendimento graxo e originam azeites de baixa qualidade.

Ocorrência: no Brasil, ocorre em todas as regiões de cultivo.

Manejo
• Plantio de cultivares menos suscetíveis como: Picual, Koroneiki, Frantoio, Leccino. Evitar o plantio de Arbequina, Arbosana, Ascolano, Verdial, Grapollo, Hojibanca, Galega, que são consideradas mais suscetíveis;
• Uso de mudas certificadas;
• Plantio em terrenos arejados, drenados e ensolarados;
• Podas seletivas de formação e manutenção, de forma a favorecer a circulação de ar e a penetração de luz no interior da copa, retirando ramos mal formados, secos e doentes, Evitar plantios adensados;
• Adubação equilibrada: evitar o excesso de nitrogênio;
• Utilizar de preferência irrigação localizada. Irrigação por aspersão: reduzir a frequência em períodos favoráveis à doença;
• Manejo correto das plantas daninhas, de forma a evitar o acúmulo de umidade entre as plantas;
• Eliminação de folhas, frutos doentes e restos de cultura;
• Realizar a colheita antecipada em áreas onde a ocorrência de antracnose é alta. Evitar colheita e armazenamento de frutos úmidos e em locais com pouca ventilação.

Bibliografia consultada

COUTINHO, E. F.; RIBEIRO, F. C.; CAPPELARO, T. H. (Ed.). Cultivo de Oliveira (Olea europaea L.), Pelotas: EMBRAPA Clima Temperado, 2009 (Sistema de Produção 16).

DOMINGUES, R.J.; TÖFOLI, J.G.; FERRARI, J.T.; NOGUEIRA, E.M.C.. Doenças fúngicas com potencial limitante para o desenvolvimento da olivicultura no Estado de São Paulo. Documento Técnico, n. 24, São Paulo, abr. 2016. Disponível em: http://www.biologico.sp.gov.br/docs/dt/fungos_oliveira.pdf. Acesso em: 06 maio 2016.

TÖFOLI, J.G.; DOMINGUES, R.J.; FERRARI, J.T.; NOGUEIRA, E.M.C. Antracnose da oliva: severa e destrutiva. Campo & Negócios, Uberlândia, 25 jun. 2015. Disponível em: http://www.revistacampoenegocios.com.br/antracnose-da-oliva-severa-e-destrutiva/.

TÖFOLI, J.G.; DOMINGUES, R.J.; FERRARI, J.T.; NOGUEIRA, E.M.C. Doenças fúngicas da oliva: sintomas, etiologia e manejo. Biológico, São Paulo, v.75, n.1, p.53-61, jan./jun., 2013. TRAPERO, A.; BLANCO, M.A. Enfermedades In: BARRANCO D., FERNANDEZ-ESCOBAR, R.; RALLO, L. El cultivo del olivo. 6. ed. Junta de Andalucía: Mundi-Prensa. p. 595-656, 2008.

Autor: Ricardo José Domingues, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: ricardo.domingues@sp.gov.br
 
Publicado em: 07/05/2016
Atualizado em: 09/05/2016
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