Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024
CsCMV (Cassava common mosaic virus )

Hospedeiro: o principal hospedeiro de Cassava common mosaic virus é Manihot esculenta (mandioca, aipim), uma espécie da família Euphorbiaceae.

Etiologia: Cassava common mosaic virus (CsCMV) é uma espécie do gênero Potexvirus, família Alphaflexiviridae, ordem Tymovirales. Suas partículas são alongado-flexuosas, medindo ca. de 495 nm de comprimento, e seu genoma é constituído por um segmento de RNA de fita simples e senso positivo.
Não há vetor conhecido na transmissão do vírus e não há transmissão por sementes. A principal forma de disseminação do CsCMV ocorre por propagação vegetativa de manivas infectadas, com a propagação do vírus no campo pelo contato entre plantas de mandioca, e pelos instrumentos de corte utilizados no manejo. Experimentalmente, o CsCMV pode ser mecanicamente transmitido para Chenopodium amaranticolor Coste & Reyn, C. murale L., C. quinoa Willd. e Gomphrena globosa L. (Amaranthaceae); Nicotiana benthamiana Domin. (Solanaceae); Ricinus communis L. e Euphorbia prunifolia Jacq. (Euphorbiaceae).

Sintomas: O CsCMV causa sintomas de mosaico cloróticos nas folhas, deformação foliar e nanismo. Entretanto, a manifestação dos sintomas sofre grande influência do clima e podem ocorrer sintomas de mosaico de nervuras, deformação foliar e epinastia da planta, bem como cloroses intensas entre as nervuras primárias e secundárias, nas plantas afetadas. Em casos severos da doença é comum observar um forte retorcimento do limbo foliar.

Importância: Mesmo não havendo estudos que comprovem claramente o efeito do CsCMV na produção, cumpre registrar que já foram registradas perdas de produtividade acima de 60% na cultura da mandioca devido ao CsCMV. Para alguns pesquisadores uma redução de 30% na produtividade está associada à severidade do vírus, enquanto outros afirmam que a produtividade não é afetada pelo vírus. Entretanto, há relatos que comprovam que o vírus afeta a qualidade do produto, uma vez que há redução do teor de amido na raiz, bem como a redução do número e do tamanho das raízes.

Ocorrência: O CsCMV foi primeiramente relatado na região sudeste do Brasil por SILBERSCHMIDT em 1938, posteriormente foi detectado em todas as regiões produtoras do Nordeste, Sul e Sudeste, infectando todas as variedades cultivadas atualmente. O vírus está disseminado em todos os países da África, Ásia, América Latina (Colômbia, Paraguai, Peru) e Caribe em que existe a cultura.

Manejo: A principal medida de controle do CsCMV é o uso de mudas (manivas) micropropagadas e indexadas para o vírus; também se pode utilizar plantas resistentes ou tolerantes. Medidas fitossanitárias adequadas nos tratos culturais, como a desinfestação de instrumentos de corte são importantes para impedir a disseminação do vírus entre plantas de mandioca. A eliminação de plantas sintomáticas (‘roguing’) ajuda a reduzir a fonte de inóculo viral no campo, todas as medidas contribuem para o controle do vírus na cultura.

Referência consultada

CALVERT, L.A.; THRESH, J.M. The viruses and virus diseases of cassava. In: HILLOCKS, R.J.; THRESH, J.M.; BELLOTTI, A.C. (Eds.). Cassava: Biology, Production and Utilization, CAB International. Chapter 12, 2002. p.237-260.

SOARES, M.B.B; VALLE, T.L.; COLARICCIO, A.; FELTRAN, J.C.; VAZ LOBO, R.S.; MARTINS, A.L.M. Disseminação do vírus do mosaico-comum em área de mandioca (Manihot esculenta Crantz.). In: Anais do XIII Congresso Brasileiro de Mandioca, v. 5, p.394-398, 2009.

PERUCH, L.A.M.; COLARICCIO, A.; NEUBERT, E.O.; MORETO, A.L.; PEREIRA, E.F. Sintomas e controle das principais doenças da mandioca em Santa Catarina. Revista Agropecuária Catarinense, v.26, p.52-54, 2013.

PERUCH, L.A.M.; COLARICCIO, A.; RIVAS, E.B.; VALE, T.L.; DELLA BRUNA, E.; CRISPIM, J.E.; NUNES, E.C. Indexação de matrizes e plantas micropropagadas de mandioca para a presença de Potexvirus. Summa Phytopathologica, v.42, Suplemento, p.S21, 2016.

SILBERSCHMIDT, K. O mosaico da mandioca. O Biológico, v.4, p.177-182, 1938.

Autores: Addolorata Colariccio, Eliana B. Rivas, Instituto Biológico; Teresa Losada, Instituto Agronômico de Campinas; Luis Augusto Peruch, EPAGRI/Estação Experimental de Urussanga
E-mail: addolorata.colariccio@sp.gov.br

 
Publicado em: 05/08/2016
Atualizado em: 05/08/2016
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