Sábado, 20 de Abril de 2024
TuMV (Turnip mosaic virus )

Hospedeiros: Raphanus sativus(nabo e rabanete) e Raphanus raphanistrum (nabiça, nabo-selvagem), Brassicaceae.

Agente causal: Turnip mosaicvirus (TuMV), Potyvirus, Potyviridae

Etiologia: o TuMVpertence ao gênero Potyvirus, família Potyviridae. Apresenta partículas alongadas flexuosas, com cerca de 750nm de comprimento e genoma constituído de RNA de fita simples, senso positivo, com aproximadamente 10.000 nucleotídeos.

Sintomas: os sintomas são bastante diversificados, sendo que nas folhas podem ocorrerdeformações, mosaico, bolhas,mosaicoacompanhando as faixas das nervuras (vein banding). Isolados severos do TuMV podem causar necrose nas nervuras foliares e morte da planta. Nas raízes podem causarnecrose e descoloração, o que causa a depreciação do produto comercial, no caso de espécies de Raphanus cultivadas. Alguns sintomas induzidos pelo TuMV em nabo-selvagem e rabanete podem ser observados nas figuras 1,2 3,4,5,6 e 7.

Importância: o gênero Raphanus engloba espécies cultivadas como nabo e rabanete (R. sativus var.sativus) e também espécies da vegetação espontânea como nabiça, nabo-selvagem ou nabo-bravo (R.raphanistrum) e nabiça-roxa ou rabanete-silvestre (R. sativus), que são infestantes de áreas cultivadas. As nabiças são anuais,herbáceas,e possuem flores organizadas em cachos com 4 pétalas cuja coloração pode variar entre branca, amarelae violeta. O TuMV, assim como as espécies de Raphanus, apresenta distribuição mundial, é transmitido de maneira não persistente por diversas espécies de afídeos e infecta diversas espécies de Brassicaceae. Diante destas características,as nabiçassão de grande importância epidemiológica, pois além de serem reservatórios do TuMV também propiciam a manutenção de colônias de afídeos vetores como: Brevicoryne brassicae, Macrosiphum euphorbiae e Myzus persicae.

Ocorrência: o TuMV ocorre em regiões de clima temperado e tropical da África, Ásia, Europa, Oceania e Américas. No Brasil, foi descrito em brássicas no Estado de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal.As nabiças, assim como o TuMV, possuem distribuição mundial (com exceção do Leste da Ásia e África Ocidental), e seu centro de origem remete ao Sul da Europa.

Manejo: o TuMVé transmitido por diversas espécies de afídeos de modo não-persistente, ou seja, tanto a aquisição quanto a transmissão das partículas virais ocorrem durante as picadas de prova que os afídeos realizam em questão de segundos a minutos. Assim, na ausência de variedades de brássicas resistentes, o controle da dispersão da virose torna-se muito difícil. Portanto, a eliminação de nabiças dentro ou nas adjacências dos campos de produção é uma prática recomendada, que pode ser realizada por meio da remoção manual e destruição (queima) do material vegetal ou pela aplicação de herbicidas sistêmicos.

Referência consultada

EIRAS, M. et al. First report of Turnip mosaic virus in horseradish in Brazil. Fitopatologia Brasileira, 32, 165, 2007.

COOPER I, JONES, R.A.C. Wild plants and viruses: under-investigated ecosystems. Advances in Virus Research, 67, 1-47, 2006.

GUO, Y.P. et al. Photosynthetic responses of radish (Raphanus sativus var. longipinnatus) plants to infection by turnip mosaic virus. Photosynthetica, 43, 457-462, 2005.

TOMLINSON, J.A. Epidemiology and control of virus diseases of vegetables. Annals of Applied Biology, 110, 661-68, 1987.

SCHWINGHAMER, M.W. et al.. Turnip mosaic virus: potential for crop losses in the grain belt. Australasian Plant Pathology, 43:663–678, 2014.

Autores: Agatha Mota Oliveira, Leilane Karam Rodrigues, Alexandre Levi Rodrigues Chaves, Marcelo Eiras, Instituto Biológico
E-mail: marcelo.eiras@sp.gov.br

 
Publicado em: 01/06/2016
Atualizado em: 01/06/2016
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