Terça-Feira, 23 de Abril de 2024
ZLCV (Zucchini lethal chlorosis virus )

Hospedeiro: Cucurbita pepo (abobrinha-de-moita), Cucurbitaceae

Agente causal: Zucchini lethal chlorosis virus (ZLCV), Tospovirus, Bunyaviridae

Etiologia: pertencente ao gênero Tospovirus, o ZLCV possui partículas arredondadas e pleomórficas com diâmetro entre 80 e 110 nm. Seu genoma é constituído por três segmentos de RNA de fita simples(tripartido) denominados: (i) S RNA (ambissenso), que codifica no sentido positivo a proteína não estrutural NSs, e no sentido negativo a proteína estrutural N (capa proteica), (ii) M RNA (ambissenso) que traduz no sentido negativo a proteína de movimento NSm, e no sentido positivo a poliproteína precursora das glicoproteínas estruturais Gn e Gc; e (iii) L RNA (sentido negativo) que codifica a proteína L, responsável pela replicação do genoma viral.O ZLCV é transmitido pelo tripes Frankliniella zucchini de modo persistente, propagativo-circulativo, isto significa que os vírus circulam e se replicam no vetor antes de serem transmitidos.

Sintomas: variam de acordo com a variedade e estádio de desenvolvimento da planta no momento da infecção. De modo geral, as folhas apresentam sintomas de intensa clorose, mosaico, redução do limbo e enrolamento das bordas. De forma generalizada, as plantas apresentam amarelecimento severo, necrose e má formação da parte aérea da planta, redução do número e/ou ausência de flores afetando, consequentemente, a produção de frutos.

Importância: o ZLCV foi identificado no início da década de 1990 como causador da doença denominada clorose letal da abobrinha. O primeiro relato ocorreu no estado de São Paulo, sendo posteriormente registrado em outros estados do Brasil.Em São Paulo, sua presença já foi constatada em 58% dos municípios produtores de cucurbitáceas. Embora o cultivo de abobrinha-de-moita seja sazonal, plantas de vegetação espontânea podem servir de reservatório para a manutenção do inóculo durante as entressafras bem como de seu vetor, o tripes Frankliniella zucchini.

Ocorrência: o ZLCV, até o momento,somente foi relatado no Brasil, nos estados de São Paulo, Pernambuco, Bahia, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Embora tenha sido relatado em planta de vegetação espontânea da família Solanaceae, em cultivos comercias, sua presença somente foi identificada em cucurbitáceas como: abóbora rasteira ‘Menina Brasileira’, abobrinha-de-moita, melancia, melão e pepino.

Manejo: devido à indisponibilidade de variedades resistentes e à ineficiência do controle químico do inseto vetor, o uso de inseticidas para conter a dispersão da doença não é uma prática recomendada. Sendo assim, torna-se necessário redobrar a atenção em áreas destinadas aos cultivos de abobrinha-de-moita, cuja presença do ZLCV já tenha sido relatada, pois ao realizar nova semeadura, as mudas podem ser infectadas, inviabilizando a produção. Recomenda-se também eliminar plantas da vegetação espontânea que possam atuar como reservatórios do ZLCV e de populações de F. zucchini.

Referência consultada

SANTOS, D.L. et al. Levantamento populacional da fauna Thysanoptera em cultivos de abobrinha-de-moita.In: XXIX Congresso Paulista de Fitopatologia, 2016, Piracicaba. Summa Phytopathologica, v. 42. p. 24-24, 2016.

GIAMPAN, J.S.; REZENDE, J.A.M.; SILVA, R.F. Reaction of cucurbits species to infection with Zucchini lethal chlorosis virus. Scientia Horticulturae, v. 114, p. 129–132, 2007.

KING, A.M.Q.et al. Virus taxonomy: classification and nomenclature of viruses: Ninth Report of the International Committee on Taxonomy of Viruses. San Diego: Elsevier Academic Press, 2012.

LIMA, M.F.; DIAS, R.C.S. Epidemia de Zucchini lethal chlorosis virus (ZLCV) na cultura da melancia no Brasil Central. In: Congresso Brasileiro de Fitopatologia, 2014, Londrina, PR, 2014 (Suplemento).

NAKAHARA, S.; MONTEIRO, R. C. Frankliniella zucchini (Thysanoptera: Thripidae), a new species and vector of tospovirus in Brazil. Proceedings of the Entomological Society of Washington, v. 101, p. 290-294, 1999.

MOREIRA, A.S. et al. Spatiotemporal Dynamics of Zucchini Squash Lethal Chlorosis and its Relationship with the Frankliniella zucchini Population. Journal of Phytopathology, v.162, p. 481-490, 2014.

STANGARLIN, O.S. et al. Incidência de viroses em ensaios de avaliações de genótipos de abóboras e de pepino na região de Dourados/MS. Fitopatologia Brasileira, v. 26, p. 532, 2001.

STANGARLIN, O.S.; DIAS, P.R.P.; REZENDE, J.A.M. Levantamento das viroses em cucurbitáceas no Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Summa Phytopathologica, v. 26, p.132, 2000.

YUKI, V.A. et al. Occurrence, Distribution, and Relative Incidence of Five Viruses Infecting Cucurbits in the State of São Paulo, Brazil. Plant Disease, v. 84, p. 516-520, 2000.

Autores: Daniel Lima Santos, Alexandre L. R. Chaves, Addolorata Colariccio, Marcelo Eiras, Instituto Biológico
E-mail: marcelo.eiras@sp.gov.br

 
Publicado em: 13/06/2016
Atualizado em: 13/06/2016
Clique na imagem para ampliar
  Instituto Biológico
  Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252
  Vila Mariana - - CEP 04014-002- São Paulo - SP - Brasil
  (11) 5087-1700
                                                                                                         Número de visitas:
                                                                                                                   12.850