Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024
ZYMV (Zucchini yellow mosaic virus )

Hospedeiro: Cucurbita pepo (Cucurbitaceae), abobrinha-de-moita

Agente causal: Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV)

Etiologia: O ZYMV, pertencente ao gênero Potyvirus, família Potyviridae, possui partículas alongadas flexuosas, com aproximadamente 720 nm de comprimento. Seu genoma é constituído por um RNA de fita simples, positivo, com cerca de 10.000 nucleotídeos. Assim como outros Potyvirus, o ZYMV induz alterações no citoplasma das células, denominadas de inclusões. Estas inclusões são observadas somente ao microscópio eletrônico de transmissão e, devido à sua conformação quando observadas em cortes transversais são denominadas cata-ventos.

Sintomas: As plantas infectadas inicialmente manifestam sintoma foliar de clareamento das nervuras, que pode evoluir para mosaico, amarelecimento, diminuição e deformação do limbo, além de bolhas. É muito comum a indução de mosaico acompanhando as nervuras (sintoma, em inglês, denominado vein banding). Os frutos podem não se desenvolver, apresentando manchas amarelas e verde-escuras, deformação e bolhas em sua superfície, distorções e redução do tamanho, afetando a qualidade dos mesmos, o que invariavelmente inviabiliza a sua comercialização.

Importância: Amplamente distribuído em áreas destinadas à produção de cucurbitáceas, no Brasil, o ZYMV foi identificado pela primeira vez no início da década de 1990, em plantação de melancia (Citrullus lanatus) e bucha-de-metro (Luffa acutangula) em São Paulo, e em pepino (Cucumis sativus) em Santa Catarina. Por afetar diversas espécies de cucurbitáceas, tem grande importância econômica em muitos países. No Brasil, embora o cultivo de abobrinha-de-moita esteja concentrado entre a primavera e o verão, o ZYMV, por infectar diferentes espécies de cucurbitáceas, permanece no campo durante o ano todo. É também comum encontrar infecções mistas do ZYMV com Papaya ringspot virus – estirpe melancia (PRSV-W, Potyvirus), Watermelon mosaic virus (WMV, Potyvirus), Cucumber mosaic virus (CMV, Cucumovirus) e Zucchini lethal chlorosis virus (ZLCV, Tospovirus), o que dificulta ainda mais o cultivo de cucurbitáceas nas principais regiões produtoras.

Ocorrência: Américas, Ásia, Europa, Oceania.

Manejo: Assim como os demais potyvírus, o ZYMV é transmitido por afídeos de modo não-persistente, por meio das picadas de prova (característica do comportamento alimentar dos afídeos). Portanto, o manejo das populações de afídeos por meio da aplicação de inseticidas não é prática recomendada para o controle do vírus no campo. O uso de variedades resistentes ainda é o principal método de controle do ZYMV. Alternativas de controle desta virose são: (i) o manejo da cultura com a eliminação das fontes de inoculo do vírus, principalmente plantas infectadas, culturas velhas com plantas infectadas e hospedeiras facultativas; e (ii) evitar a implantação de hortas próximas às áreas com cultivos de cucurbitáceas em fim de ciclo de produção.

Referência consultada

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Autores: Daniel Lima Santos, Addolorata Colariccio, Alexandre L. R. Chaves, Marcelo Eiras,CPSV, Instituto Biológico
E-mail: marcelo.eiras@sp.gov.br

 
Publicado em: 24/06/2016
Atualizado em: 24/06/2016
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