Terça-Feira, 16 de Abril de 2024
TuMV (Turnip mosaic virus )

Hospedeiros: Brassica oleracea var. acephala (couve), B. oleracea var. botrytis (couve-flor), B. oleracea var. capitata (repolho), B. oleracea var. italica (couve-brócolo), B.napus (canola), B. rapa var. pekinensis (acelga ou couve-chinesa), B. rapa var. chinensis (Pak-Choi ou couve-japonesa).

Agente causal: Turnip mosaic virus (TuMV)

Etiologia: o TuMV pertence ao gênero Potyvirus, família Potyviridae, possui partículas alongadas flexuosas, com cerca de 750nm de comprimento, e seu genoma é constituído por um RNA de fita simples, positivo, com aproximadamente 10.000 nucleotídeos.

Sintomas: os sintomas são diversificados.Nas folhas,podem ocorrer deformações, anéis, mosaico, bolhas, mosaico acompanhando as nervuras (veinbanding), clareamento de nervuras e pontos cloróticos e necróticos. Isolados severos do TuMV podem causar nanismo, má formação do meristema, causando, ocasionalmente, a morte da planta. Nas raízes o TuMV pode causar descoloração e necrose levando a planta à morte.

Importância: o Brasil está entre os dez maiores produtores de olerícolas do mundo, com destaque para as espécies do gênero Brassica (Brassicaceae), sendo as mais cultivadas: Brassica oleracea var. acephala (couve-de-folha), B. oleracea var. italica (couve-brócolo), B. oleracea var. capitata (repolho), B. oleracea var. botrytis (couve-flor), B. oleracea var. gemmifera (couve-de-bruxelas), B. oleracea var. tronchuda (couve-tronchuda), B. oleracea var. gongylodes (couve-rábano), B. rapa var.pekinensis (couve-chinesa), B. rapa (nabo) e B. juncea (mostarda-de-folha). Somente no ano de 2014, nas trinta e seis Centrais de Abastecimentos Estaduais (CEASA), distribuídas por todo o território nacional, foram comercializadas aproximadamente 200.000 toneladas de brássicas das mais diferentes espécies e variedades, movimentando mais de 240 milhões de reais. No entanto, sua produção é limitada por diversos fitopatógenos, incluindo o TuMV, que pode causar perdas de até 100%, dependendo do estádio fenológico que a planta for infectada, ou seja, quanto mais cedo for a infecção, maiores serão os danos e os prejuízos. Além disso, o TuMV apresenta elevada variabilidade genética, que proporciona a ocorrência e o estabelecimento de diversos patótipos,que influenciam na expressão e severidade dos sintomas.

Ocorrência: o TuMVocorre em regiões de clima temperado, tropical e subtropical da África, Ásia, Europa, Oceania e Américas. No Brasil, já foi descrito em brássicas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal.

Manejo: oTuMVé transmitido por diversas espécies de afídeos de modo não-persistente. Tanto a aquisição quanto a transmissão das partículas virais ocorrem durante as picadas de prova que os afídeos realizam em questão de segundos a minutos. Assim,na ausência de variedades de brássicas resistentes, o controle da dispersão dovírustorna-se muito difícil.Portanto, a eliminação de plantas hospedeiras alternativas [espécies de brássicas da vegetação espontânea (hospedeiras naturais) e brássicas cultivadas remanescentes em canteiros abandonados (hopedeiras facultativas)], dentro ou nas adjacências dos campos de produção, pode ser uma práticar ecomendada, que deve ser realizada por meio da remoção manual e destruição (queima) do material vegetal ou pela aplicação de herbicidas sistêmicos.

Referência consultada

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Autores
: Leilane Karam Rodrigues, Agatha Mota Oliveira, Alexandre Levi Rodrigues Chaves, Marcelo Eiras, Instituto Biológico
E-mail: marcelo.eiras@sp.gov.br
 
Publicado em: 27/06/2016
Atualizado em: 27/06/2016
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