Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
TuMV (Turnip mosaic virus )

Hospedeiro: Tropaeolum majus (Tropaeolaceae), chagas ou capuchinho

Etiologia: O Turnip mosaic virus (TuMV) é uma espécie definitiva pertencente ao gênero Potyvirus, da família Potyviridae. Seu genoma é constituído por RNA, fita simples e as partículas virais são alongado-flexuosas com cerca de 720 nm de comprimento. É transmitido de forma não persistente (durante as picadas de prova) por cerca de 90 espécies de afídeos, preferencialmente polífagos. Myzus persicae e Brevicoryne brassicae são descritos como os mais importantes. Não é transmitido por sementes.

Sintomas: Plantas de capuchinho naturalmente infectadas apresentam folhas com mosaico, bolhosidades e deformação.

Importância: O TuMV foi descrito pela primeira vez, nos EUA (1921), infectando diversas espécies de brássicas. Embora seja um vírus conhecido por infectar espécies e variedades de Brassicaceae comerciais dos gêneros Brassica e Raphanus, como couve-flor, couve, brócolis e rabanete, sua ocorrência natural já foi descrita em mais de 300 espécies de diversas famílias botânicas, dentre elas, Asteraceae, Amaranthaceae, Fabaceae, Orchidaceae e Caryophyllaceae. É um dos vírus de plantas de maior importância econômica no mundo. Como exemplo, pode-se citar os danos induzidos pelo TuMV com redução de 50% no número e peso de B. oleracea var. capitata, no Quênia.

Ocorrência: O TuMV está disseminado em diversos países, tendo sido descrito no Brasil, pela primeira vez, infectando naturalmente couve e repolho, provenientes de SP e MG, em 1953. Em plantas de capuchinho, foi descrito em 2014, em São Paulo. Não há dados sobre perdas, no Brasil.

Manejo: Os vírus transmitidos de modo não persistente, como TuMV, são difíceis de controlar com inseticidas, pois a maioria dos princípios ativos existentes não age rapidamente sobre os afídeos vetores, não evitando a inoculação das partículas virais durante a realização das picadas de provas. Portanto, a melhor forma de manejo é utilização de mudas livres de vírus; eliminação de fontes de inóculo próximas à área de cultivo, como culturas antigas de brássicas abandonadas e de plantas daninhas como a nabiça e, quando disponível, a utilização de cultivares que contenham genes de resistência.

Referência consultada

DUARTE, L.M.L. et al. First report of Turnip mosaic virus on Tropaeolum majus in Brazil. Journal of Plant Pathology, v. 96, p. 609, 2014. http://dx.doi.org/10.4454/JPP.V96I3.034

JENNER, C.E.; WALSH, J.A. Pathotypic variation in turnip mosaic virus with special reference to European isolates. Plant Pathology. v. 45, p. 848-856, 1996.

NYALUGWE, E.P.; BARBETTI, M.J.; JONES, R.A.C. Studies on resistance phenotypes to Turnip mosaic virus in five species of Brassicaceae, and identification of a virus resistance gene in Brassica juncea. Eur. J. Plant Pathol. v. 141, p. 647–666, 2015. DOI 10.1007/s10658-014-0568-5

SILBERSCHMIDT, K.; ROSTOM, E. Estudos sobre uma doença de vírus em couve e repolho. Ciência e Cultura. vol. V, p.211, 1953.

Autores: Lígia M. L. Duarte; M. Amélia V. Alexandre; Alexandre L. Rodrigues Chaves, Instituto Biológico
E-mail: ligia.duarte@sp.gov.br

 
Publicado em: 20/02/2017
Atualizado em: 20/02/2017
Clique na imagem para ampliar
  Instituto Biológico
  Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252
  Vila Mariana - - CEP 04014-002- São Paulo - SP - Brasil
  (11) 5087-1700
                                                                                                         Número de visitas:
                                                                                                                   12.970