Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024
CymMV (Cymbidium mosaic virus )

Hospedeiros: diversas orquídeas como Arundina bambusifolia, Cattleya, Cymbidium, Dendrobium nobile, Laelia, Miltonia mokara, Oncidium, Phalaenopsis, Vanda, entre outras

Agente causal: Cymbidium mosaic virus (CymMV)

Etiologia: O CymMV é uma espécie de vírus classificado no gênero Potexvirus, da família Alphaflexiviridae, ordem Tymovirales. É constituído por vírus de RNA, fita simples, senso positivo, partículas com morfologia alongado-flexuosa, com cerca de 470-580 nm de comprimento por 13 nm de diâmetro. O vírus não tem vetor conhecido.

Sintomas: Os sintomas induzidos por CymMV variam de acordo com o isolado viral, a espécie ou variedade de orquídea, o estádio de desenvolvimento da planta, fotoperíodo e temperatura, dificultando, deste modo, sua identificação. Ainda, os sintomas podem ser observados em ambas as faces da folha ou, muitas vezes, restritos a uma delas. Os mais comuns são mosaico em faixas ao longo da folha, manchas cloróticas e necróticas. Convém ressaltar que plantas infectadas podem ser assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas.

Importância: De um modo geral, os vírus causam manchas nas folhas e flores de orquídeas, depreciando-as e desvalorizando-as nos mercados interno e externo. O vírus pode também reduzir quantitativamente a produção de flores.

Ocorrência: O CymMV é de ocorrência mundial e, por ser facilmente transmitido por contato e instrumentos de poda, ocorre especialmente em plantas mais velhas que já foram muito manipuladas. A alta incidência desse vírus, em orquídeas cultivadas, pode ser atribuída à grande estabilidade e fácil disseminação por meio de tratos culturais.

Manejo: As fitoviroses constituem um sério problema para as culturas devido à dificuldade em sua erradicação. Para os fitovírus, assim como para os vírus em geral, não existem ainda substâncias “virucidas” disponíveis capazes de “matá-los”. Deste modo, a identificação do vírus é importante para a recomendação de medidas de controle mais adequadas. Algumas práticas sanitárias devem ser usadas, como por exemplo, a lavagem das mãos com água e sabão, desinfecção química ou térmica de tesouras, facas e demais ferramentas e utilização de plantas livres de vírus para propagação. Ao adquirir novas plantas, colocá-las preferencialmente em local separado para observar o seu desenvolvimento. Plantas com sintomas devem ser separadas das orquídeas sadias e, se confirmada a infecção por vírus, devem ser eliminadas ou enviadas para “limpeza viral” por meio de cultura in vitro, associada ou não a quimioterápicos.

Referência consultada

ALEXANDRE, M.A.V.; DUARTE, L.M.L.; CAMPOS-FARINHA, A.E. Plantas Ornamentais: Doenças e Pragas. Vol. I. São Paulo, 2008. 319p.

ALEXANDRE, M.A.V.; DUARTE, L.M.L. Aspectos fitossanitários das orquídeas. 2ª Ed. Instituto Biológico, São Paulo, 2012. 75p.

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 ZETTLER, F.W. et al. Viruses of orchids and their control. Plant Disease, v.74, p.621-626, 1990.

Autores: Maria Amelia Vaz Alexandre; Ligia Maria Lembo Duarte, Instituto Biológico
E-mail: maria.alexandre@sp.gov.br

 
Publicado em: 20/04/2017
Atualizado em: 20/04/2017
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