Hospedeiro: Eustoma grandiflorum (lisianto), Gentianaceae
Etiologia: O Chrysanthemum stem necrosis virus (CSNV) é uma espécie tentativa do gênero Orthotospovirus (antigo Tospovirus), família Tospoviridae, ordem Bunyavirales. O genoma é constituído por RNA ambi-sense, tripartido (segmentos S, M, L) e as partículas virais são pleiomórficas com cerca de 90nm de diâmetro e com envelope lipídico. Os orthotospovírus são transmitidos por espécies de tripes (Thrips e Frankliniella), onde também se replicam. Porém, a aquisição do vírus ocorre ainda na fase larval.
Sintomas: Plantas de lisianto infectadas pelo CSNV apresentam manchas necróticas nas folhas e necrose nos caules, seguida de necrose sistêmica generalizada. Importância: O CSNV foi inicialmente relatado, no Brasil, em meados da década de 1990, como um patógeno que induz necrose de caule, manchas e anéis necróticos nas folhas de crisântemo e tomate. Em crisântemo, dependendo do cultivar, causou muitas perdas. Posteriormente, a ocorrência da doença foi notificada na Holanda (1995), no Reino Unido (2002), na Eslovênia (2001-2002) e no Japão (2006). Atualmente, o CSNV é considerado como um vírus emergente em todo o mundo, já tendo sido relatado também em outras espécies de ornamentais como Gerbera sp.(gérbera), Callistephus chinensis (rainha-margarida), Senecio x cruentus (cinerária).
Ocorrência: O CSNV foi descrito pela primeira vez, em 1995, em plantas de crisântemo, apresentando manchas necróticas nas folhas e necrose de caule. Inicialmente, a doença, conhecida pelos produtores como “canela preta”, foi associada à fungos. Porém, análises realizadas por pesquisadores do Instituto Biológico demonstraram que era causada por uma espécie de vírus com características diferentes dos demais tospovírus já descritos. A proposta de uma nova espécie foi encaminhada ao comitê internacional de taxonomia de vírus e, até o momento, permanece como espécie tentativa da família Tospoviridae.
Manejo: O vírus é eficientemente transmitido por tripes e o controle do vetor com inseticidas não é muito eficaz. Assim, deve-se eliminar a fonte de inóculo, destruindo por incineração a planta infectada.
Referência consultada
DUARTE, L.M.L. et al. First Report of Chrysanthemum stem necrosis virus on Russell Prairie Gentian in Brazil. Plant Disease, v. 98, p. 285, 2014. (DOI /10.1094/PDIS-06-13-0653-PDN)
DUARTE, L.M.L. et al. Chrysanthemum stem necrosis caused by a possible by a possible novel Tospovirus. J. Phytopath., v. 143, p. 569-571, 1995. (DOI 10.1111/j.1439-0434.1995.tb00664.x)
TAKESHITA, M. et al. Molecular and biological characterization of Chrysanthemum stem necrosis virus isolates from distinct regions in Japan. Eur J Plant Pathology. v. 131, p. 9–14, 2011 (DOI 10.1007/s10658-011-9797-z).
Autor: Ligia M. L. Duarte; M. Amélia V. Alexandre, Instituto Biológico
E-mail: ligia.duarte@sp.gov.br