Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
ORSV (Odontoglossum ring spot virus )

HospedeirosCattleya, Cymbidium, Laelia, Oncidium, Odontoglossum, Phalaenopsis, entre outras espécies de orquídeas.

Agente causal: Odontoglossum ring spot virus (ORSV)

Etiologia: O ORSV pertence ao gênero Tobamovirus (família Virgaviridae). Apresenta partículas de morfologia alongado-rígida, com cerca de 300 nm de comprimento por 18 nm de diâmetro. A partícula é composta por 95% de proteína e 5% de ácido nucléico (RNA, fita simples, senso positivo). Não se conhecem vetores, sendo a transmissão na natureza feita por contato, ferramentas e tratos culturais. O vírus apresenta alta longevidade e persistência no ambiente.

Sintomas: Os sintomas induzidos pelo vírus variam de acordo com a espécie e até mesmo com o isolado, espécie ou variedade de orquídea, desenvolvimento da planta, fotoperíodo e temperatura, dificultando, deste modo, sua identificação. Os mais comuns são manchas cloróticas, formando anéis e semi-anéis, manchas “diamante” em folhas e pseudobulbos e,às vezes, quebra de coloração em flores. A infecção pelo ORSV pode reduzir o vigor da planta. Além disso, orquídeas podem apresentar infecção latente, ou seja, não apresentam sintomas visíveis apesar de infectadas.

Importância: Não existem dados de perdas causadas pelo ORSV em culturas brasileiras de orquídeas, mas esses patógenos podem representar problemas para o desenvolvimento e a obtenção de material básico melhorado.

Ocorrência: O ORSV ocorre no mundo todo, já tendo sido relatado em praticamente todos os países produtores de orquídeas. Sua disseminação na natureza ocorre por tratos culturais e instrumentos de poda. O vírus pode ocorrer isoladamente ou associado ao Cymbidium mosaic virus (CymMV).

Manejo: Infelizmente, as fitoviroses constituem um sério problema para as culturas devido à dificuldade em sua erradicação. Para os fitovírus, assim como para os vírus em geral, não existem ainda substâncias “virucidas” disponíveis capazes de “matá-los”. Assim, a identificação da espécie de vírus é importante para a recomendação de medidas de controle mais adequada. É importante destacar que muitas vezes o ORSV não é detectado a partir de folhas. Porém, quando a análise é realizada a partir da flor da mesma planta, a reação é positiva. Algumas práticas sanitárias devem ser usadas, como por exemplo, a lavagem das mãos com água e sabão, desinfecção química ou térmica de tesouras, facas e demais ferramentas, utilização de plantas livres de vírus para propagação. Ao adquirir novas plantas, colocá-las preferencialmente em local isolado para observar o seu desenvolvimento. Plantas com sintomas devem ser separadas das orquídeas sadias e, se confirmada a infecção por vírus, devem ser incineradas ou enviadas para “limpeza viral” por cultura de meristema.

Referência consultada

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ALEXANDRE, M.A.V.; DUARTE, L.M.L. Aspectos fitossanitários das orquídeas. 2ª Ed. Instituto Biológico, São Paulo, 2012. 75p.

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FREITAS-ASTUA, J.; REZENDE, J.A.M.; KITAJIMA, E.W. Incidence of orchid viruses in the state of São Paulo, Brazil. Fitopatol Bras., 24:125–130, 1999.

RIVAS, E.B.; DUARTE, L.M.L.; ALEXANDRE, M.A.V.; CHAGAS, C.M. Viroses em orquídeas no Estado de São Paulo. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v.63, p.31-35, 1996.

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ZETTLER, F.W. et al. Viruses of orchids and their control. Plant Disease, v.74, p.621-626, 1990.

Autores: M. Amélia V. Alexandre; Ligia M. L. Duarte, Instituto Biológico
E-mail: maria.alexandre@sp.gov.br

 
Publicado em: 27/06/2017
Atualizado em: 27/06/2017
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