Sábado, 20 de Abril de 2024
PPV (Plum pox virus )

Hospedeiros: Prunus domestica (ameixeira), P. persica (pêssegos e nectarinas), P. armeniaca (damasco), P. dulcis (amendoeira), P. avium (cerejeira-brava), P. cerasus (ginja ou amarena).

Agente causal: Plum pox virus (PPV)

Etiologia: Pertencente ao gênero Potyvirus, família Potyviridae, o Plum pox virus (PPV) tem partículas alongadas flexuosas, com cerca de 750 nm de comprimento e seu genoma é constituído por um RNA de fita simples com cerca de 9.700 nucleotídeos.

Sintomas: Plantas infectadas pelo PPV expressam sintomas nas folhas, flores e também nos frutos e caroço. As folhas podem apresentar clorose, manchas ou anéis cloróticos, clareamento de nervuras e deformação, incluindo epinastia. Manchas e anéis cloróticos e quebra de coloração podem ser observados nas pétalas das flores. Os sintomas nos frutos (e nos caroços) caracterizam-se por anéis cloróticos e também necróticos, que podem ser amarronzados ou avermelhados, e muitas vezes com depressões. Esses sintomas afetam a qualidade dos frutos, o que invariavelmente inviabiliza a sua comercialização. Além disso, os frutos podem cair prematuramente, o que, na maioria das vezes, é a principal causa dos maiores prejuízos econômicos causados pela virose.

Importância: A “sharka”, também denominada de “plum pox disease” (“varíola da ameixeira”) é a virose mais importante que afeta fruteiras de caroço (ameixeira, pessegueiro, nectarina, damasco), com relatos de perdas de até 100% em áreas de produção de pêssego e ameixa em diversos países da Europa. No Brasil, o PPV é considerado Praga Quarentenária A1, ou seja, tem importância econômica potencial e não está presente em território nacional.

Ocorrência: Europa (em praticamente todos os países), Norte da África, Egito, Síria, Chipre, Jordânia, Índia, Cazaquistão, China, Japão, Canadá, Estados Unidos, México, Argentina e Chile. No Brasil, o PPV não ocorre nos campos de produção de Prunus spp., mas o vírus foi recentemente relatado em frutos de pêssego importados do Chile e comercializados em um mercado de frutas e verduras de Piracicaba, Estado de São Paulo.

Manejo: O PPV é transmitido por diversas espécies de afídeos de modo não-persistente (picadas de prova). Apesar dos afídeos serem responsáveis pela dispersão do vírus nos pomares, o trânsito de material propagativo (empregado em enxertia) responde pela disseminação a longas distâncias, o que fez com que o vírus se alastrasse por praticamente todas as regiões produtoras de frutas de caroço do gênero Prunus do mundo. O plantio de variedades resistentes é o principal método de controle do PPV. Vale ressaltar que no Brasil, o PPV é considerado Praga Quarentenária A1, o que significa que medidas importantes de prevenção e de quarentena (incluindo eficientes métodos de diagnóstico fitossanitário) devem ser tomadas constantemente para evitar a entrada do vírus nos nossos pomares.

Referêcia consultada

ATANASSOV, D. Plum pox: A new virus disease. Ann. Univ. Sofia, Fac. Agric. Silvic., v. 11, p. 49-69, 1932.

LEVY, L. et al. First Report of Plum Pox virus (Sharka Disease) in Prunus persica in the United States. Plant Disease, v.84, p. 202, 2000.

LOERA-MURO, A. et al. Identification of Plum pox virus causing sharka disease on peach (Prunus persica L.) in Mexico. Canadian Journal of Plant Pathology, v. 39, p. 83-86, 2017.

REZENDE, J.A.M. et al. First Report on Detection of Plum pox virus in Imported Peach Fruits in Brazil. Plant Disease, v. 100, p. 869, 2016.

ROSALES, M. et al. Molecular characterization of Plum pox virus isolated from apricots, plums and peaches in Chile. Acta Horticulturae, v.472, p.401-405, 1998.

SOCHOR, J. et al. Sharka: The past, the presente and the future. Viruses, v. 4, p.2853-2901, 2012.

Autores: Marcelo Eiras, Alexandre L. R. Chaves, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: marcelo.eiras@sp.gov.br

 
Publicado em: 28/06/2017
Atualizado em: 28/06/2017
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