Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
Complexo do “vira-cabeça” (Tomato spotted wilt orthotospovirus, Groundnut ringspot orthotospovirus, Tomato chlorotic spot orthotospovirus )

Hospedeiro: Capsicum annuum (pimentão), Solanaceae.

Agente causal: Tomato spotted wilt orthotospovirus (TSWV), Groundnut ringspot orthotospovirus (GRSV), Tomato chlorotic spot orthotospovirus (TCSV).

Etiologia: No Brasil, as espécies TSWV, GRSV e TCSV (Família Tospoviridae, Gênero Orthotospovirus) são responsáveis por causar, em pimentão (e também em outras solanáceas), a virose conhecida como “vira-cabeça”. Os orthotospovírus possuem partículas arredondadas com 90 a 120 nm de diâmetro, revestidas por um envelope formado por glicoproteínas e lipídeos. Seu genoma é constituído por três moléculas de RNA de fita simples denominadas: S RNA (Small RNA), M RNA (Medium RNA) e L RNA (Large RNA). No Brasil, as espécies de tripes Frankliniella occidentalis, F. schultzei e Thrips tabaci são responsáveis pela transmissão dos vírus do complexo do “vira cabeça”, que é realizada de maneira persistente circulativa propagativa, ou seja, as partículas virais circulam e se replicam no interior do tripes vetor antes de serem transmitidas para a planta hospedeira.

Sintomas: Plantas infectadas apresentam folhas com deformação, mosaico, bronzeamento, anéis necróticos e/ou cloróticos e necrose. O encurvamento das folhas mais novas para baixo é um sintoma comumente observado em plantas infectadas pelos orthotospovírus, o que dá nome à doença: “vira-cabeça”. Dependendo da severidade do isolado viral, a infecção pode levar à morte da planta e consequente quebra de produção. Caso a planta sobreviva à infecção até o período de produção, os frutos apresentarão tamanho reduzido, deformação e anéis cloróticos e/ou necróticos em sua superfície.

Importância: O “vira-cabeça”, além do pimentão, também ocorre com frequência em outras solanáceas cultivadas como tomate, berinjela, jiló, pimenta, fisális e cúbio. Plantas invasoras da família Solanaceae também são suscetíveis e atuam como reservatórios do vírus no campo. Em plantações de pimentão, dependendo do estágio de infecção, pode causar perdas de 80 a 100% da produção.

Ocorrência: As diferentes espécies que compreendem o complexo do “vira-cabeça” são relatadas em todas as áreas onde se cultiva o pimentão.

Manejo: Não há, no mercado de sementes, a disponibilidade de variedades que confiram resistência aos orthotospovírus. A eliminação de restos culturais e a evasão de áreas com alta população de tripes é prática recomendada. O controle com a aplicação de herbicidas ou evitar áreas com alta infestação de plantas invasoras é um manejo preventivo eficiente. Recomenda-se também associar a aplicação de inseticidas de forma preventiva para evitar grandes populações de tripes nas áreas de cultivo.

Referência consultada

CHAVES, A.L.R. et al. Cabeça virada: complexo vira-cabeça em solanáceas. Revista Cultivar, n. 108, p. 32-35, 2017.

MOURA M.F. et al. Ocorrência de infecção viral mista em pimentão no Estado de São Paulo. Summa Phytopathologica, vol.38, n.2, p. 170, 2012.

COLARICCIO, A. et al. Ocorrência do Groundnut ringspot virus em pimentão no Estado de São Paulo. Summa Phytopathologica, v. 27, n.3, p. 323-324, 2001.

Autores: Alexandre Levi Rodrigues Chaves, Marcelo Eiras, Leilane Karam Rodrigues, Addolorata Colariccio, Instituto Biológico
E-mail: alexandre.chaves@sp.gov.br

 
Publicado em: 04/07/2017
Atualizado em: 04/07/2017
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