Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
Podridão de Rhizopus (Rhizopus nigricans)

Hospedeiro: Artocarpus beterophyllus Lam. (jaca)

Agente causal: Rhizopus nigricans (Podridão de Rhizopus)

Etiologia: Rhizopus é um dos gêneros da ordem Mucorales, pertencente a classe Zigomycetes. É considerado um parasita fraco, habitante de solo muito comum em frutos ocorrendo a podridão mole durante a fase de pós-colheita, durante o armazenamento, transporte e comercialização. Produz zigósporos através do seu ciclo sexual. No entanto, através dos esporangiósporos, facilmente disseminados pelo vento, irão se depositar nos frutos. O micélio desenvolve-se no interior do hospedeiro, secretando enzimas, acarretando a desintegração dos tecidos e consequentemente a podridão mole. Novos esporângios são formados externamente a partir de esporangióforos tendo na sua base rizóides emersos no hospedeiro. A partir dos rizóides, desenvolvem-se hifas, estolões, que ao tocar o substrato formam novos rizóides e esporangióforos, completando o ciclo assexual.

Sintomas: a podridão de Rhizopus ou podridão mole como é conhecida, é a principal doença desta cultura ocorrendo no campo e na pós-colheita. Nas nossas condições a doença é favorecida por temperaturas ao redor de 20ºC - 30ºC e alta umidade ao redor de 70%. Os sintomas iniciam-se nos frutos ainda jovens, começam geralmente pela base, e tomam por completo o fruto em poucos dias, deixando-o recoberto por um bolor negro e aveludado, constituído por estruturas vegetativas e reprodutivas do patógeno. Na jaca madura ou em fase avançada de desenvolvimento, o apodrecimento não chega a ser total, porém, de qualquer modo, inutiliza para o mercado. Externamente, as lesões assumem cor parda, com contornos irregulares e salientes. Internamente, a polpa torna-se escura e sem consistência. O fungo sobrevive de um cultivo para o outro em restos de cultura e no solo e são disseminados pelo ar ou insetos.

Importância: Originária da Índia e introduzida no Brasil, pelos portugueses, em meados do século XVII, espalhando-se por diversos estados, entretanto sem cultivo racional, é a maior de todas as frutas cultivadas. Os danos causados pela podridão mole variam em função das condições climáticas e a fase em que a doença ocorre. De maneira geral, a doença afeta drasticamente a produtividade e qualidade dos frutos podendo os danos chegar a 100%.

Ocorrência: presente nas regiões quentes do país, principalmente na costa brasileira, esta doença esta disseminada em todas as regiões do Brasil, onde se cultiva jaca.

Manejo

  • Entre as medidas recomendadas para o manejo da podridão destacam-se em primeiro lugar ter um pomar bem arejado com plantas bem espaçadas umas das outras e com boa iluminação e insolação na parte central da planta;
  • Devem ser realizados também a poda dos ramos improdutivos e doentes, de maneira a permitir um melhor arejamento e insolação da planta.
  • Em pomares em formação fazer um estudo adequado do distanciamento entre plantas, para que não ocorra sombreamento.
  • O controle deve ser realizado ainda no campo, durante a floração e a formação dos frutos que é o período critico, especialmente, pois coincide com as épocas chuvosas e quentes do ano.
  • Recomendam-se duas ou três pulverizações com fungicidas cúpricos ou ditiocarbamantos, espaçadas de 10 a 15 dias dependendo das condições climáticas, focando principalmente os frutos localizados no terço inferior da copa, onde está mais sujeita ao ataque do fungo.
  • Evitar o plantio áreas úmidas e sujeitas a neblina e irrigações excessivas;
  • Realizar uma adubação equilibrada – níveis excessivos de nitrogênio favorecem a doença; eliminação de restos culturais; e o controle de plantas daninhas.
  • Manusear cuidadosamente os frutos durante as operações de colheita, transporte e estocagem.
  • Separar e descartar os frutos infectados encontrados durante a colheita, transporte e armazenamento;
  • Desinfetar as caixas de colheita com hipoclorito de sódio, na dosagem de 1% do produto comercial;
  • O uso de fungicidas deve seguir todas as recomendações do fabricante quanto a dose, volume, intervalo e número de aplicações, intervalo de segurança, uso de equipamento de proteção individual (EPI), e principalmente terem o registro para a cultura em questão etc. Os fungicidas oficialmente registrados no Brasil para o controle de doenças encontram-se no Agrofit.

Autor: Eduardo Monteiro de Campos Nogueira, Instituto Biológico
E-mail: nogueira@biologico.sp.gov.br

 
Publicado em: 05/01/2016
Atualizado em: 02/03/2016
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