Sexta-Feira, 29 de Março de 2024
ToMV (Tomato mosaic virus)

Hospedeiro: Impatiens hawkeri (beijo-pintado), Balsaminaceae.

Etiologia: O Tomato mosaic virus (ToMV) é uma espécie definitiva pertencente ao gênero Tobamovirus, família Virgaridae. O genoma é constituído por RNA, fita simples e as partículas virais são alongado-rígidas com cerca de 300 nm de comprimento por 18nm de diâmetro. O homem é o principal vetor. Portanto, quando o vírus é introduzido na cultura por meio de solo e/ou mudas contaminados, é facilmente disseminado por contato foliar e tratos culturais, a partir dos focos de infecção.

Sintomas: Plantas de Impatiens hawkeri naturalmente infectadas por ToMV apresentam mosaico, bolhosidades e deformação das folhas, além de diminuição do crescimento da planta.

Importância: O beijo-pintado é uma ornamental proveniente da África tropical. Foi introduzido no Brasil e vem sendo bastante cultivado devido a beleza de suas flores grandes e coloridas, que vão desde o rosa, o salmão, o vermelho e o violeta, até o branco. São plantas adequadas para o plantio em maciços, bordaduras e canteiros, bem como em vasos, jardineiras e cestas suspensas. Entretanto, apesar de ter sido um relato esporádico, a presença do ToMV em beijo-pintado, pode inviabilizar a sua comercialização, uma vez queos sintomas induzidos são muito drásticos. Não há dados sobre perdas econômicas nessa ornamental, no Brasil.

Ocorrência: A ocorrência do ToMV em I.hawkeri foi relatada pela primeira vez, no Brasil, em plantas provenientes de área produtora de Embu, SP em 1994. Não há, até o momento, nenhum outro relato de sua ocorrência em beijo-pintado em outros estados do Brasil. Além do I. hawkeri, já foi descrita a ocorrência do ToMV em Hemerocallis hybrida. No exterior, há relatos da ocorrência de ToMV em outras espécies ornamentais como Petunia sp. (Solanaceae), Jasminum sp. (Oleaceae), Camellia sp. (Theaceae), Hibiscus rosa-sinensis (Malvaceae) e Eustoma russellianum (Gentianaceae).

Manejo: Considerando-se que o ToMV é um vírus extremamente estável e permanece infectivo por longos períodos, podendo ser detectado não só em plantas, como em solo e em água de irrigação, recomendam-se a utilização de mudas certificadamente sadias, incineração de plantas infectadas e esterilização de instrumentos agrícolas.

Referência consultada

ALEXANDRE, M.A.V. et al. A Tobamovirus in commercial Impatiens. Resumos do 7 Encontro Nacional de Virologia, V-07, 1994.

DUARTE, L.M.L. et al. Tomato mosaic vírus isolado de Impatiens hawkeri: análise filogenética molecular. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 70, p. 122-127, 2003.

DUARTE, L. M. L. et al. Phylogenetic analysis of Tomato mosaic virus from Hemerocallis sp. and Impatiens hawkeri. Summa Phytopathologica, v.33, p. 409-413, 2007.

HUANG, J.G. et al. First report of Tomato mosaic virus on Hibiscus rosa-sinensis in China. Plant Disease, v. 88, p. 683, 2004.

JAN, F.J.; CHEN, C.-C.; HSU, H.T. Identification of Tomato mosaic virus in lisianthus in Taiwan. Plant Disease, v. 87, p. 1537, 2003.

KAMENOVA, I.; ADKINS, S.; ACHOR, D. Identification of Tomato mosaic vírus infection on Jasmine. ISHH Acta Horticulturae, v. 722, p. 277-283, 2006.

Autores: Ligia M. L. Duarte; M. Amélia V. Alexandre, Instituto Biológico
E-mail: ligia.duarte@sp.gov.br

 
Publicado em: 22/09/2017
Atualizado em: 22/09/2017
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