Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
ToSRV e ToYVSV (Tomato severe rugose virus e Tomato yellow vein streak virus )

Hospedeiros: Solanum tuberosum, Phaseolus vulgaris, Capsicum annuum, Glycine max, S. lycopersicum, Chenopodium album, Euphorbia heterophylla, Nicandra physaloides, Datura stramonium, Amaranthus spinosus, Emilia sonchifolia, S. americanum, Chenopodium ambrosioides e Nicotiana tabacum.

Etiologia: Tomato severe rugose virus (ToSRV) é uma espécie do gênero Begomovirus, família Geminiviridae. Possui partículas icosaédricas geminadas com cerca de de 15 a 20 nm de diâmetro, possui genoma composto por duas moléculas de DNA circular (componentes A e B) de fita simples e senso positivo, o que diferencia as espécies do Novo Mundo e do Velho Mundo. O Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV) possui as mesmas características e um círculo de hospedeiras semelhante, até o ano de 2007, quando foi descrito e caracterizado era o principal vírus que causava problemas em tomate, depois, pela proximidade botânica começou a infectar a batata. Atualmente ainda se encontra em alto índice em plantios de batata.

Sintomas: plantas de batata infectadas com o ToYVSV apresentam, mosqueado evoluindo para mosaico e deformação foliar. O ToSRV se caracteriza por apresentar um mosaico amarelo forte, causando deformação no limbo foliar causando “bolhosidades” ou enrugamento dos folíolos da planta.

Importância: Tratam-se de dois Begomovirus que pertencem à família Geminiviridae e já descrita nas culturas de tomate e que provavelmente devido a proximidade botânica (família), entre as culturas e ao inseto-vetor, adaptou-se em batata. Os sintomas característicos são mosaico e deformação foliar, estes estão intrinsicamente ligados ao seu inseto-vetor a Bemisia tabaci (mosca-branca). Além da baixa produtividade quando as taxas de transmissão são altas, causam a depreciação de tubérculos.

Ocorrência: Brasil (nos Estados de: SP, MG, RJ, RS, DF, GO) e Uruguai.

Transmissão: A transmissão é feita pela mosca-branca (Bemisia tabaci) de maneira circulativa propagativa, ou seja, o inseto vetor adulto adquire e transmite o patógeno em plantas infectadas na cultura ou adjacências em períodos relativamente longos (min). Possui um período de latência (aproximadamente 16 h) e pode transmitir por cerca de 20 dias (retenção). Não há evidências de transmissão por sementes para o TYVSV, o ToSRV já foi detectado em sementes de segunda geração, após um plantio sucessivo.

Manejo: O manejo sugerido é a utilização de diversas técnicas de controle (MIP) que se realiza aliando aplicações de inseticidas sistêmicos nas épocas de maior incidência do vetor, geralmente em clima quente e seco, associadas a diferentes práticas culturais. Recomenda-se o emprego de material propagativo livre de vírus, uso de variedades resistentes, eliminação de plantas fonte de inóculo ou reservatório de patógenos, monitoramento com armadilhas amarelas que auxiliam na tomada de decisão, o plantio em zonas de baixa incidência de mosca-branca. No entanto, isto se tornou muito difícil no País, principalmente pela mobilidade e plasticidade do Biótipo B de B. tabaci.

Referência consultada

LIMA, A.T.M. Caracterização de dois Begomovirus (Tomato severe rugose virus e Tomato yellow vein streak virus) que infectam tomateiro e obtenção de clones infecciosos. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Viçosa, Julho 2008. 76 p.

AMBROZEVICIUS, L.P. et al. Genetic diversity of begomoviruses infecting tomato and associated weeds in Southeastern Brazil. Fitopatologia Brasileira, v.27, p.372-377. 2002.

FARIA, J.C. et al. A new geminivirus associated with tomato in the State of São Paulo, Brazil. Plant Disease, v.81, p.423. 1997.

RIBEIRO, S.G. et al. 2006. Potato deforming mosaic disease is caused by an isolate of Tomato yellow vein streak virus. Plant Pathology. 55: 569-569.

FIRMINO, A.C et al.. 2009. Tomato yellow vein streak virus: relationship with Bemisia tabaci biotype B and host range. Scientia Agricola. 66: 793-799.

SALAS, F.J.S.; TOFOLI, J.G. (Eds.) Cultura da batata: pragas e doenças. São Paulo: Instituto Biológico, 2017. 241 p.: il.


Autores: Fernando Javier Sanhueza Salas; Thiago Pap, Instituto Biológico
E-mail: fernando.salas@sp.gov.br

 
Publicado em: 20/10/2017
Atualizado em: 20/10/2017
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