Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
GSMV (Gloriosa stripe mosaic virus)

Patógeno: Gloriosa stripe mosaic virus (GSMV)

Hospedeiro: Gloriosa superba (sin. G. rothschildiana), (gloriosa, glorylily), Colchicaceae.

Etiologia: O Gloriosa stripe mosaic virus (GSMV) é uma espécie definitiva do gênero Potyvirus, família Potyviridae. As partículas virais são alongado-flexuosas, com cerca de 800 nm de comprimento. Seu genoma é constituído por um RNA fita simples, senso positivo,com cerca de 9.500 pares de bases. O GSMV, assim como outras espécies de potyvírus, induz alterações celulares típicas, denominadas inclusões lamelares e cata-ventos (“pinheels”) no citoplasma das células infectadas. A principal forma de disseminação ocorre devido à multiplicação de mudas por meio de propagação vegetativa.

Sintomas: Plantas infectadas apresentam folhas com mosaico e as flores apresentam quebra de coloração (color break).

Importância: A família Colchicaceae engloba cerca de 20 gêneros e 200 espécies, com ampla distribuição mundial, mas ausentes na América do Sul. G. superba é uma espécie nativa da África e da Ásia (China, Indochina e Índia), também encontrada na Europa, EUA e Austrália onde foi naturalizada. Foi introduzida no Brasil, sendo cultivada como ornamental, talvez por suas características exóticas: folhas com gavinhas no ápice e flores com o pedicelo voltado para baixo.

Ocorrência: O vírus foi originalmente identificado por pesquisadores na Alemanha, em 1976, contudo no artigo, não há registro da procedência do material. Posteriormente, em 1985, foi relatado no Japão. Os estudos sobre o GSMV são escassos e as primeiras sequências do vírus, disponíveis no banco de dados (Genbank), são recentes (2015- 2016) e referem-se a isolados provenientes dos Estados Unidos da América (USA), Taiwan e Holanda. No Brasil, foi relatado pela primeira vez, em 2017, a partir de flores adquiridas no comércio e, posteriormente, em regiões produtoras do estado de São Paulo. Além da gloriosa, apenas Sanserdonia aurantiaca, também pertencente à família Colchicaceae, foi descrita como hospedeira natural do GSMV. Os dados disponíveis, até o momento, sugerem que a ocorrência do vírus deve ser bastante restrita, uma vez que infecta somente duas espécies não nativas e apenas no Estado de São Paulo, onde se encontra disseminado em todas as áreas produtoras monitoradas.

Manejo: Os potyvírus, de modo geral, são transmitidos na natureza por afídeos, porém, especificamente para o GSMV não existem estudos sobre a transmissão por vetor. Considerando-se que as plantas de gloriosa são propagadas vegetativamente, recomenda-se que a multiplicação dos bulbos seja feita a partir de material livre de vírus.

Referência consultada

ARAKI, M.; YAMASHITA, S. et al., (1985). Ann. Phytopath. Soc. Japan 51: 632. (Abstract).

DUARTE, L.M.L; ALEXANDRE, M.A.V.; CHAVES, A.L.R.; HARAKAVA, R.; ALVIM, L.G.B.; KITAJIMA, E.W.; BIANCHINI, L.; SILVA, S.C.M.; NEVES, V.B.S. (2018). Wide spread incidence of Gloriosa stripe mosaic virus infecting Gloriosa superba in São Paulo state, Brazil. Tropical Plant Pathology. https://doi.org/10.1007/s40858-018-0265-6

KOENIG, R. & LESEMANN, D. (1974). A potyvirus from Gloriosa rothschildiana. Phytopath. Z. 80: 136-142.

 A LANGEVELD, S.A.; DORE, J-M.; MEMELINK, J.; DERKS, A.F.L.M.; VLUGT, C.I.M.VAN DER; ASJES, C.J.; BOL, J.F. (1991). Identification of potyviruses using the polymerase chain reaction with degenerate primers. Journal Gen. Virol. 72:1531-1541.

Autores: M. Amélia V. Alexandre; Ligia M. L. Duarte; Alexandre, L.R. Chaves, Instituto Biológico
E-mail: maria.alexandre@sp.gov.br

 
Publicado em: 05/02/2019
Atualizado em: 05/02/2019
Clique na imagem para ampliar
  Instituto Biológico
  Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252
  Vila Mariana - - CEP 04014-002- São Paulo - SP - Brasil
  (11) 5087-1700
                                                                                                         Número de visitas:
                                                                                                                   13.282