Hospedeiros: Citrus spp. (citros), Coffea arabica L. (cafeeiro), Passiflora spp. (maracujazeiro), Eugenia uniflora L. (pitangueira), Anacardium occidentale L. (cajueiro), Ligustrum lucidum (ligustre), etc.
Ocorrência: Cosmopolita
Descrição: Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae): ácaro-plano, ácaro-da-leprose dos citros; ácaro-da-mancha-anular do cafeeiro.
Ovo - O ovo é elíptico e mede cerca de 0,10 a 0,12 mm de comprimento e 0,06 a 0,08 mm de largura. É de coloração alaranjada brilhante e é pegajoso após a postura. Os ovos são postos isoladamente ou em pequenos aglomerados em locais abrigados, como fendas e nervuras.
Larva - Apresenta três pares de pernas. De coloração alaranjado-viva quando recém eclodida.
Protoninfa e deutoninfa - Nessas fases, assim como no adulto, possuem quatro pares de pernas. O idiossoma apresenta áreas de coloração verde clara, alaranjada, preta e amarela. São achatados dorso ventralmente.
Adulto – As fêmeas adultas medem de 0,29 a 0,31 mm de comprimento e 0,16 a 0,18 mm de largura. Apresentam manchas escuras no dorso e reticulações. A longevidade do adulto é influenciada pelas condições de alimentação, temperatura e umidade.
Danos: Devido à transmissão de vírus, provoca sintomas localizados em plantas, podendo levar à queda prematura de folhas e frutos, seca de ramos, e diminuição da vida útil das plantas, dependendo da espécie atacada.
Importância: O ácaro B. phoenicis é transmissor de diversas viroses: leprose dos citros (Citrus leprosis virus – CiLV); mancha-anular do cafeeiro (Coffee ringspot virus - CoRSV), pinta verde do maracujazeiro (Passion fruit green spot vírus – PFGSV), entre outras. Em citros, são gastos anualmente entre 60 e 100 milhões de dólares em acaricidas para seu controle.
Manejo: Sugere-se que o controle deste ácaro seja realizado em função da incidência da doença e não do número de ácaros-praga. Se possível, utilizar acaricidas seletivos, evitando a aplicação de acaricidas do mesmo grupo químico em um mesmo ano agrícola. Ácaros predadores das famílias Phytoseiidae (ex.: Euseius citrifolius, E. concordis) e Stigmaeidae (ex.: Agistemus sp. e Zetzellia sp.), são considerados inimigos naturais promissores em vários hospedeiros (ex.: cafeeiro, citros), devendo-se adotar estratégias para preservação e multiplicação desses inimigos naturais no campo.
Referência Consultada
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CHAGAS, C.M. Viroses ou doenças semelhantes transmitidas por ácaros tenuipalpídeos: mancha anular do cafeeiro e leprose dos citros. Fitopatologia Brasileira, 13: 92, 1988.
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RODRIGUES, J.C.V.; NOGUEIRA, N.L. Ocorrência de Brevipalpus phoenicis G. (Acari: Tenuipalpidae) em Ligustrum lucidum (Oleaceae) associado à mancha anelar do ligustre. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, 25 (2): 343-344, 1996.
Autores: Jeferson Luiz de Carvalho Mineiro, Mário Eidi Sato, André Luís Matioli, Marcos Zatti da Silva, Roberto Lomba Nicastro, Instituto Biológico
E-mail: jefmin@hotmail.com