Sexta-Feira, 29 de Março de 2024
ToMMV (Tomato mottle mosaic virus )

Patógeno: tomato mottle mosaic virus (ToMMV)

Hospedeiro: Solanum lycopersicum (tomate), Solanaceae.

Etiologia: Tomato mottle mosaic virus (ToMMV) é uma das 37 espécies definitivas pertencente ao gênero Tobamovirus, família Virgaviridae. O genoma é constituído por RNA, fita simples, senso positivo e as partículas virais são tubular-rígidas com cerca de 300 nm de comprimento por 18 nm de diâmetro. A dispersão do ToMMV ocorre por contato entre plantas infectadas e sadias e pelo homem durante os tratos culturais. Até o momento, não há nenhum vetor (insetos, ácaros, nematoides ou fungos zoospóricos) associado à transmissão do vírus.

Sintomas: Os sintomas foliares mais frequentes associados ao ToMMV em Solanum lycopersicum são, inicialmente, mosaico e distorção, evoluindo para necrose. Porém, podem variar desde discretas manchas cloróticas, até necrose e afilamento dos folíolos, dependendo da suscetibilidade da cultivar ou variedade, causando também redução do número e tamanho dos frutos.

Importância: O ToMMV induz sintomas que inviabilizam a comercialização dos frutos de tomate, dependendo da cultivar. Estudos realizados evidenciaram que cultivares comerciais e híbridos de tomate foram mais suscetíveis ao isolado ToMMV brasileiro (CpB1) quando comparado ao tomato mosaic virus (ToMV, gênero Tobamovirus), uma vez que os sintomas foram muito mais drásticos, podendo se constituir em um sério problema para culturas de tomate. Apesar disso, ainda não há dados sobre perdas econômicas induzidas pela infecção causada pelo ToMMV, no Brasil.

Ocorrência: O ToMMV foi identificado pela primeira vez infectando tomates no México em 2009. Desde então, foi detectado nos Estados Unidos, Espanha, Israel e China. No Brasil, uma planta de tomate com mosaico, deformação e afilamento severo dos folíolos foi coletada no município de Capão Bonito (isolado CpB1), SP, em 1992. E, embora, inicialmente esses sintomas tenham sido atribuídos à presença do ToMV, o sequenciamento completo do genoma do isolado CpB1, mantido na viroteca do Laboratório de Fitovirologia e Fisiopatologia, Instituto Biológico, confirmou a ocorrência do ToMMV no Brasil, desde 1992.

Manejo: Considerando-se que o ToMMV é um vírus extremamente estável, podendo ser detectado não só em plantas, como em solo, em matéria orgânica e em água de irrigação, recomendam-se a utilização de sementes e mudas certificadas, incineração de plantas infectadas, eliminação de solanáceas invasoras próximas aos canteiros, evitar o plantio de mudas em canteiros próximos a plantas de tomate em final de ciclo produtivo e esterilização de instrumentos agrícolas.

Referência consultada

CANER, J. et al. Ocorrência de dois vírus em tomateiros, na região de Capão Bonito, SP. In: 5 Reunião Anual do Instituto Biológico, 1992, São Paulo. Resumos da 5 RAIB, 1992. p. 4-4.

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Autores: Alice Nagai¹; Ligia M. L. Duarte²; M. Amélia V. Alexandre²; Alexandre L. R. Chaves²; Déborah Y. A. C. Santos ¹, Lab. De Fitoquímica Dep. de Botânica, Instituto de Biociências, USP. Lab. de Fitovirologia e Fisiopatologia, CPSV, Instituto Biológico.
E-mail: ligia.duarte@sp.gov.br

 
Publicado em: 11/05/2020
Atualizado em: 11/05/2020
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