Nome comum: Varíola ou Pinta-preta do mamoeiro
Hospedeiro - Mamoeiro (Carica papaya L.)
Etiologia - Asperisporium caricae (Speg.) Maubl. Divisão (Filo) Ascomycota, Classe Dothideomycetes, Ordem: Capnodiales, Familia Mycosphaerellaceae. Sinonímia: Cercospora caricae Speg., Fusicladium caricae (Speg.) Sacc., Pucciniopsis caricae (Speg.) Höhn e seu teleomorfo Mycosphaerella caricae (Maubl.) Hansf.
Asperisporium caricae produz conídios uni ou
bicelulares escuros, em esporodóquios formados por conidióforos curtos, escuros
e densamente agrupados.
O fungo apresenta estroma subepidérmico, produzindo conidióforos fasciculados,
eretos e septados com 40-45 µm de comprimento. Os conídios são piriformes ou
oblongos com dimensões de 10-24 x 8-10 µm.
O processo de infecção é favorecido nas épocas de grandes precipitações e período de molhamento foliar prolongado. Sob condições severas, a doença reduz a área foliar fotossinteticamente ativa, levando à perda de vigor da planta e redução da produção. Temperaturas entre 23 ºC e 27 ºC, ventos, chuvas e alta umidade relativa do ar, são condições que favorecem o desenvolvimento das lesões e a dispersão dos esporos das folhas mais velhas para as mais novas e para os frutos.
O fungo sobrevive nas folhas infectadas que permanecem na planta ou nas folhas caídas no chão. Os esporos (conídios) são disseminados pelo vento e respingos da água da chuva, da irrigação por aspersão ou do orvalho.
Sintomas: os primeiros sintomas são observados na parte inferior das folhas mais velhas na forma de pequenas manchas pretas redondas, com tamanho aproximado de 1-2 mm, que evoluem para 4 mm, correspondendo a manchas de cor mais clara (halo clorótico) que se desenvolvem na parte superior da folha. A partir das folhas, o fungo se desenvolve nos frutos com áreas circulares encharcadas e evoluem para pústulas marrons e salientes. Essas lesões não atingem a polpa do fruto, mas causa endurecimento na casca. Na página inferior das folhas, pode-se observar as frutificações do fungo.
Importância: a doença provoca danos ao desenvolvimento da planta, pois reduz a área fotossintética da folha, devido ao grande número de lesões necróticas e nos frutos depreciando-os para o consumo além de reduzir o "tempo de prateleira”.
Ocorrência: o fungo está presente em todas as regiões produtoras do Brasil, como na Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais e Paraná. Ocorre também em mamoeiros cultivados na África do Sul, Argentina, Austrália, Bermudas, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, EUA (Flórida e Texas), Etiópia, Filipinas, Gabão, Guatemala, Honduras, Índia, Ilhas Salomão, Ilhas Virgens, Jamaica, Japão, Kenia, Malawi, México, Moçambique, Nicaragua, Panamá, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Sri Lanka, Tanzânia, Taiwan, Trinidad, Venezuela e Zimbabwe.
Manejo:
Em plantios caseiros para consumo próprio, recomenda-se monitorar a planta periodicamente, arrancar as primeiras folhas contaminadas de baixo para cima e eliminar para longe do pomar ou queimá-las.
Para cultivos comerciais de produção, as medidas recomendadas para o controle de outras podridões pós-colheita são suficientes para o controle desta doença.
Referência consultada
Invasive Species Compendium - Asperisporium caricae (black spot) in: https://www.cabi.org/isc/datasheet/7521
CMI, 1985. Asperisporium caricae. CMI Distribution maps of plant diseases, edition 2, No. 488. Wallingford, UK: CAB International.
Asperisporium caricae disponível em http://www.mycobank.org/name/Asperisporium%20caricae
Acesso 14/04/2020
Autor: Josiane Takassaki Ferrari, LDFH, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: josiane.ferrari@sp.gov.br