Hospedeiro - Caqui (Diospyros kaki L.)

Etiologia: Colletotrichum horii B. Weir & P.R. Johnst. (2010).
Sinonímia: Gloeosporium kaki Hori 1910 (anamorfo).
O fungo pertence ao Filo Ascomycota, Classe Sordariomycetes, Subclasse Hypocreomycetidae, Ordem Glomerellales, Familia Glomerellaceae, Gênero Colletotrichum.
Em meio de cultura, os conídios são hialinos, unicelulares, cilíndricos, retos, alguns ápices levemente curvos, medindo em entre 15,83 a 19,56 × 3,43 a 4,38 μm. Formam apressórios, a partir das hifas vegetativas, de cor castanho claro a marrons, cilíndricos ovalados , e de contorno uniforme.
A temperatura ideal para o crescimento de C. horii é de aproximadamente 25 ° C e  temperaturas mais altas inibem o crescimento de micélio do fungo. Experimentos na China, mostraram que a taxa de sobrevivência de C. horii foi de 16,67% nas lesões de galhos vivos e de 1,56% nos segmentos de galhos mortos. Os micélios em tecidos doentes são, portanto, considerados uma fonte importante de conídios primários produtores de inóculos em campo. Na primavera, micélios em tecidos doentes produzem conídios e são dispersos pela chuva e pelo vento para galhos recém-formados. O patógeno também pode ser disperso em mudas sem sintomas por longas distâncias.

Sintomas: Os sintomas variam de acordo com a área afetada, frutos apresentam manchas enegrecidas, variando em forma e tamanho aproximado de 1 a 2 cm de diâmetro, além de serem deprimidas e endurecidas. Em plantas inoculadas com o fungo e mantidas em casa-de-vegetação, os sintomas nos ramos consistiram de lesões iniciais escuras a partir do ápice e nas folhas e pecíolos lesões escuras, arredondadas com 0,2 cm, nas variedades Guiombo, Fuyu e Rama-forte. As variedades Guiombo e Rama-forte, apresentaram lesões e também rachaduras no caule.

Folhas: Manchas necróticas arredondadas de coloração marrom escura.

Frutos: Manchas enegrecidas, deprimidas, endurecidas com forma arredondada no início e posteriormente alongadas, tamanho variando de 0,2 mm a 2,1 cm de diâmetro e presença de acérvulos negros. No centro da lesão pode ser observada a presença de uma massa rósea composta por conídios do fungo. Os frutos afetados apresentam maturação precoce, rachaduras, rápido amolecimento da polpa e queda acentuada.

Ramos: Lesões enegrecidas (cancros), deprimidas e alongadas com tamanho variando de 0,5 cm de largura x 2,0 cm de comprimento. As lesões podem coalescer, originado extensas áreas lesionadas e pequenas rachaduras.

Importância: Variedades suscetíveis como Guiombo é a mais afetada, porém, pode ocorrer em menor intensidade nas variedades Rama-forte e Fuyu. Perdas de até 100% foram observadas em pomares de Campina Grande do Sul, cultivados em sistema convencional ou orgânico. Essa severidade da doença tem ocasionado a erradicação de pomares. No campo, para cultivares Fuyu e Kakimel, ocorre queda de frutos com sintomas de antracnose entre os meses de janeiro e abril, observados no Paraná.

Ocorrência: No Brasil foi descrito nos estados do Paraná, cultura de caqui Guiombo praticamente foi extinta e São Paulo. No mundo, Colletotrichum horii é descrito na China, Coréia do Sul, Japão e Nova Zelândia causando os mesmos sintomas e perdas relatados no Brasil.

Manejo
• Tratamento de inverno: deve ser iniciado quando as plantas estiverem repouso vegetativo;
• Podar os ramos secos, ladrões, fracos e doentes, para melhor arejamento e insolação das árvores;
• Retirar os frutos mumificados, doentes e caídos ao solo, além dos ramos podados e as folhas velhas;
• Tratar o corte resultante da poda, pincelando-se pasta bordalesa ou cúprica; Pulverizar as plantas com calda sulfocálcica ou calda bordalesa, que servem para proteção da planta contra patógenos e pragas, após a limpeza das árvores e do pomar e antes do início do florescimento;
• Atingir uniformemente todos os troncos e ramos com a pulverização, para eliminação dos esporos remanescentes que não foram retirados com a poda. Com isso, elimina-se também alguns insetos, preparando a planta para a próxima frutificação.
• Desinfestação de ferramentas utilizadas nos tratos culturais: Imergir todas as ferramentas em solução de hipoclorito de sódio;
• Lavar e desinfestar os materiais da colheita. • Eliminação de fontes de inóculo, retirarando os frutos infectados do pomar e enterrá-los ou queimá-los, quando possível.

Referência consultada

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Autor: Josiane Takassaki Ferrari, Jesus Guerino Töfoli, Ricardo José Domingues, Instituto Biológico
E-mail: josiane.ferrari@sp.gov.br