Patógeno: Carlavirus, Betaflexiviridae

Hospedeiro: Senna macranthera (cássia, fedegoso, manduirana), Fabaceae.

Etiologia: Atualmente, o gênero Carlavirus está incluído na ordem Tymovirales, família Betaflexiviridae, subfamília Quinvirinae. O ICTV (International Committee on Taxonomy of Viruses) reconhece para o gênero Carlavirus, 53 espécies definitivas. Os vírions possuem morfologia alongada, levemente flexuosa, com 610-700 nm de comprimento e 12-15 nm de diâmetro. O genoma viral contém uma única molécula de RNA linear, de fita simples, variando de 7,4 a 7,7 kb. A maioria das espécies é transmitida naturalmente por afídeos de maneira não persistente, mas algumas podem ter a mosca-branca (Bemisia tabaci) como vetor. Outras espécies de carlavirus, especialmente as que infectam Fabaceae, podem ser transmitidas pelas sementes. Porém, todos são mecanicamente transmissíveis e, por serem suficientemente infectivos, são facilmente transmitidos dessa maneira no campo.

Sintomas: Plantas de Senna macranthera (cássia) infectadas, por espécie de Carlavirus não identificada, apresentam porte reduzido, folhas deformadas, com mosaico e manchas necróticas, além de vagens com deformação e manchas necróticas.

Importância: Embora a espécie de Carlavirus em cássia não tenha sido identificada, diversas árvores, apresentando o mesmo tipo de sintoma e porte reduzido, em áreas urbanas de São Paulo, foram eliminadas. Sintomas mais brandos foram observados em C. macranthera em Brasília, DF, levando as árvores infectadas à morte.

Ocorrência: Carlavirus é um gênero com distribuição geográfica de muitas espécies, de modo geral, restrita. Porém, aquelas que infectam culturas propagadas vegetativamente podem ser amplamente distribuídas. A maioria das espécies ocorre em regiões de climas temperados.

Manejo: Considerando-se que carlavírus são mecanicamente transmissíveis, a redução da fonte de inóculo é uma medida recomendada. Plantas com sintomas devem ser eliminadas e incineradas. Como S. macranthera é uma espécie de árvore muito utilizada na ornamentação urbana, a utilização de mudas livres de vírus é fundamental.

Referência consultada

ALEXANDRE, M.A.V; DUARTE, L.M.L.; CAMPOS, A.E.C. (ed). Plantas Ornamentais: doenças e pragas. 2ª edição, São Paulo, Brasil. 2017. 599p.

International Committee on Taxonomy of Viruses (2019) https://talk.ictvonline.org/ictv-reports/ictv_9th_report/positive-sense-rna-viruses-2011/w/posrna_viruses/241/betaflexiviridae.
Acesso: 11/05/2020.

LIN, M.T.; KITAJIMA, E.W.; COSTA, C.L. Association of cassia mild mosaic virus with dieback of Cassia macranthera in Central Brazil. Plant Dis. 64: 587-589, 1980.

SEABRA, P.V. et al. Detecção de Carlavirus em Senna macranthera. Rev. Bras. Hortic. Ornam. 7: 67-71, 2001.

Autores: Ligia M. L. Duarte; M. Amélia V. Alexandre, Lab. de Fitovirologia e Fisiopatologia, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: ligia.duarte@sp.gov.br