Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
CMV (Cucumber mosaic virus )

Patógeno: Cucumber mosaic virus (CMV), gênero Cucumovirus, família Bromoviridae.

Hospedeiro: Eustoma grandiflorum (sin E. russellianum) (lisianto, genciana-do-prado), Gentianaceae e diversas espécies ornamentais de outras famílias.

Etiologia: O Cucumber mosaic virus (CMV) é uma espécie definitiva, pertencente ao gênero Cucumovirus, que infecta mais de 1.000 espécies (ornamentais, hortaliças, frutíferas e da vegetação espontânea) distribuídas em cerca de 85 famílias botânicas. Os vírions, observados ao microscópio eletrônico, tem morfologia isométrica, com aproximadamente 30 nm de diâmetro. O genoma viral é tripartido (RNAs 1, 2 e 3), fita simples, senso positivo. Na natureza, os vírus são transmitidos por mais de 80 espécies de afídeos de modo não persistente.

Sintomas: Plantas de Eustoma grandiflorum (lisianto) infectadas por CMV apresentam diferentes sintomas, variando de manchas cloróticas até bolhas, anéis e estrias necróticas nas folhas, com proliferação de ramos axilares e redução no crescimento da planta.

Importância: O CMV induz sintomas que podem inviabilizar a comercialização de diversos cultivares de lisianto, afetando o crescimento da planta, com redução do número ou malformação de flores. Não há dados de perdas econômicas no Brasil, embora seja uma das flores-de-corte mais comercializadas, especialmente para compor arranjos florais.

Ocorrência: O CMV é um vírus cosmopolita, com distribuição mundial, que infecta inúmeras espécies, especialmente cucurbitáceas e solanáceas, cultivadas ou da vegetação espontânea.

Manejo: Considerando-se que o CMV infecta grande número de espécies botânicas, a redução da fonte de inóculo é uma medida recomendada. Assim, plantas de lisianto com sintomas devem ser descartadas e incineradas, bem como as espécies da vegetação espontânea muito comuns nos campos, como Commelina sp. (trapoeraba), Solanum americanum (maria pretinha), Sonchus oleraceus (serralha) entre outras, que funcionam como reservatórios naturais.

Referência consultada

ALEXANDRE, M.A.V; DUARTE, L.M.L.; CAMPOS, A.E.C. (ed). Plantas Ornamentais: doenças e pragas. 2ª edição, São Paulo, Brasil. 2017. 599p.

ALEXANDRE, M.A.V. et al (2005). Vírus, viroides e fitoplasmas detectados em plantas ornamentais no período de 1992 a 2003. Rev. Bras. Hort. Ornam. 11: 49-57.

GERA, A.; COHEN, J. (1990). Occurrence of bean yellow mosaic, cucumber mosaic and tobacco mosaic viroses in Lisianthus in Israel. Plant Path.39: 561-564.

International Committee on Taxonomy of Viruses (2017) https://talk.ictvonline.org/ictv-reports/ictv_online_report/positive-sense-rna-viruses/w/potyviridae.
Acesso: 12/05/2020.

LOEBENSTEIN, G. In: LOEBENSTEIN, G.; LAWSON, R.H.; BRUNT, A.A. (Eds.) Virus and virus-like diseases of bulb and flower crops. Chichester: John Wiley & Sons, 1995. p. 426-437.

MORAES, C.P. et al. Solanum americanum uma fonte potencial de inóculo do Cucumber mosaic virus em plantações de pimentão. Summa Phytopathologica, v. 30 (Suplemento), p.117, 2004.

Autores: M. Amélia V. Alexandre; Ligia M. L. Duarte, Lab. de Fitovirologia e Fisiopatologia, CPSV, Instituto Biológico.
E-mail: maria.alexandre@sp.gov.br

 
Publicado em: 08/06/2020
Atualizado em: 08/06/2020
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