Sexta-Feira, 29 de Março de 2024
CMV (Cucumber mosaic virus)

Patógeno: Cucumber mosaic virus (CMV), Cucumovirus, Bromoviridae

Hospedeiro: Seemannia sylvatica (sin Gloxinia sylvatica) (semânia), Gesneriaceae e diversas espécies ornamentais de outras famílias

Etiologia: O Cucumber mosaic virus (CMV) é uma espécie definitiva, pertencente ao gênero Cucumovirus, que infecta mais de 1.000 espécies (ornamentais, hortaliças, frutíferas e da vegetação espontânea) distribuídas em cerca de 85 famílias botânicas. Os vírions, observados ao microscópio eletrônico, tem morfologia isométrica, com aproximadamente 30 nm de diâmetro. O genoma viral é tripartido (RNAs 1, 2 e 3), fita simples, senso positivo. Na natureza, os vírus são transmitidos por mais de 80 espécies de afídeos de modo não persistente.

Sintomas: O CMV induz manchas e anéis cloróticos em folhas dessa planta ornamental.

Importância: Seemannia sylvatica é uma planta nativa dos países Bolívia, Brasil, Equador, Peru e Paraguai onde é cultivada como forração em áreas sombreadas e vasos. Essa espécie, no Brasil, está descrita como espécie “em perigo” na Lista vermelha da flora de São Paulo. Não há dados de perdas econômicas no Brasil.

Ocorrência: O CMV é um vírus cosmopolita que infecta inúmeras espécies, especialmente cucurbitáceas e solanáceas, cultivadas ou da vegetação espontânea. O CMV tem distribuição mundial.

Manejo: Considerando-se que o CMV infecta grande número de espécies, a redução da fonte de inóculo é uma medida recomendada. Assim, plantas de semânia com sintomas devem ser eliminadas e incineradas, além de espécies da vegetação espontânea muito comuns nos campos, como Commelina sp. (trapoeraba), Solanum americanum (maria pretinha), Sonchus oleraceus (serralha) entre outras, que funcionam como reservatórios naturais. Além disso, como a propagação da semânia é feita por meio de sementes e divisão de rizomas, recomenda-se a utilização de sementes de boa qualidade e mudas livres de vírus.

Referência consultada

ALEXANDRE, M.A.V; DUARTE, L.M.L.; CAMPOS, A.E.C. (ed). Plantas Ornamentais: doenças e pragas. 2a edição, São Paulo, Brasil. 2017. 599p.

International Committee on Taxonomy of Viruses (2017) https://talk.ictvonline.org/ictv-reports/ictv_online_report/positive-sense-rna-viruses/w/potyviridae.
Acesso: 04/02/2020.

KITAJIMA, E.W. An annotated list of plant viruses and viroids described in Brazil (1926-2018). Biota Neotropica 20(2): e20190932, 2020

LEAL, L.; BIONDI, D. Propagação vegetativa de Gloxinia sylvatica (H.B. & K.) Wiehler. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, n. S1, p. S300-S302, 2007

MORAES, C.P. et al. Solanum americanum uma fonte potencial de inóculo do Cucumber mosaic virus em plantações de pimentão. Summa Phytopathologica, v. 30 (Suplemento), p. 117, 2004.

RODRIGUES, R. R. et al. Diretrizes Para A Conservação E Restauração Da Biodiversidade No Estado De São Paulo. São Paulo, SP: Secretaria do Meio Ambiente, Instituto de Botânica, FAPESP, 2008. 250 p.

Secretaria De Estado Do Meio Ambiente, São Paulo. SMA-SP. Resolução SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

Autores: Ligia M. L. Duarte; M. Amélia V. Alexandre, Lab. de Fitovirologia e Fisiopatologia, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: ligia.duarte@sp.gov.br

 
Publicado em: 16/06/2020
Atualizado em: 16/06/2020
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