Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024
BYMV (Bean yellow mosaic virus )

Patógeno: Bean yellow mosaic virus (BYMV), Potyvirus, Potyviridae

Hospedeiro: Gladiolus x hortulanus (gladíolo, palma-de-santa-rita), Iridaceae

Etiologia: O BYMV, assim como mais de 170 espécies definitivas, pertence ao gênero Potyvirus que juntamente com outros onze gêneros estão classificados na família Potyviridae. Os potyvirus apresentam vírions com morfologia alongado-flexuosa e tamanho variando entre 680 a 900nm de comprimento. O genoma é constituído por RNA de fita simples, senso positivo com aproximadamente 9.700 nucleotídeos, dependendo da espécie. Os potyvirus são transmitidos por afídeos de modo não persistente, ou seja, podem ser transmitidos na picada de prova, em poucos segundos.

Sintomas: O BYMV induz nas folhas mosaico, fraco ou severo dependendo do isolado de vírus e/ou cultivar de gladíolo. Há relatos de quebra de coloração nas flores (‘color breaking’), redução no vigor da planta e redução no número e tamanho dos cormos que se tornam mais suscetíveis ao ataque de fungos.

Importância: Gladíolos são plantas nativas da América do Sul, muito apreciadas como flor de corte no mundo todo, especialmente na Ásia, em países do Mediterrâneo e África. A cada ano, novas variedades são desenvolvidas e, atualmente, são aceitas 276 espécies relacionadas no World Check List of Selected Plants. Não há dados de perdas econômicas no Brasil, mas países como Austrália, Holanda e Índia têm grandes prejuízos devido à infecção por BYMV, as vezes associado ao Cucumber mosaic virus (CMV).

Ocorrência: O BYMV é um vírus com distribuição mundial que ocorre em gladíolos e outras espécies bulbosas, além de leguminosas e espécies silvestres. No Brasil, o BYMV foi descrito infectando gladíolo, em Holambra, Capão Bonito e no comércio de São Paulo.

Manejo: A aplicação de inseticidas no controle do vírus no campo não é uma medida eficiente, uma vez que o BYMV é transmitido por afídeos de modo não persistente. Assim, recomenda-se o manejo da cultura, eliminando-se as plantas infectadas, culturas velhas e plantas daninhas que devem ser incineradas. Além disso, como o cultivo de gladíolos é por propagação vegetativa, é recomendado o uso de cormos livres de vírus. Para a cultura de gladíolo, existem protocolos (cultura de meristemas, termoterapia, electroterapia e quimioterapia) visando à produção de cormos livres de vírus.

Referência consultada

ALEXANDRE, M.A.V; DUARTE, L.M.L.; CAMPOS, A.E.C. (ed). Plantas Ornamentais: doenças e pragas. 2a edição, São Paulo, Brasil. 2017. 599p.

ALEXANDRE, M.A.V. et al. Vírus detectados em plantas ornamentais no período 2004 a 2008. Rev. Bras. Hort. Orn. 16: 95. 2010. Doi: 10.14295/rbho.v16i1.516

ALEXANDRE, M.A.V. et al. Bean yellow mosaic vírus on gladiolus in Brazil. Virus Rev Research 7: 17-21, 2002.

International Committee on Taxonomy of Viruses (2019) https://talk.ictvonline.org/ictv-reports/ictv_online_report/positive-sense-rna-viruses/w/potyviridae.
Acesso: 15/06/2020.

KAUR, C et al. Elimination of Bean yellow mosaic virus from infected cormels of three cultivars of gladiolus using thermo-, electro- and chemotherapy. 3 Biotch 9: 154, 2019.

KITAJIMA, E.W. An annotated list of plant viruses and viroids described in Brazil (1926-2018). Biota Neotropica 20(2): e20190932, 2020

Autores: M. Amelia V. Alexandre; Ligia M. L. Duarte, Lab. de Fitovirologia e Fisiopatologia, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: maria.alexandre@sp.gov.br

 
Publicado em: 01/07/2020
Atualizado em: 01/07/2020
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