Sexta-Feira, 29 de Março de 2024
Broca da raiz e colo da palmeira (Strategus spp. )

Nome científico: Strategus spp. (Coleoptera, Scarabaeidae)

Nome popular: Broca da raiz e colo da palmeira

Hospedeiros: palmeiras ornamentais e industriais (Syagrus romanzoffiana, Phoenix roebelini, Phoenix canariensis, Dypsis decaryi, Roystonea oleraceae, Bismarckia nobilis, Archontophoenix alexandrae, Euterpe edulis, Euterpe oleracea, Bactris gasipaes, Elaeis guineensis, Cocos nucifera)

Descrição, hábitos e aspectos biológicos
Os adultos são besouros de hábito noturno, coloração castanha-escura brilhante e de grande porte, variando entre 40 a 60 mm de comprimento dependendo da espécie (Fig. 01). O dimorfismo sexual dá-se geralmente pela presença de ornamentações em forma de três grandes cornos protorácicos nos machos maiores e rudimentares nos machos menores e fêmeas. Os ovos são depositados em árvores e palmeiras em processo de decomposição e não diretamente nas palmeiras sadias. As larvas são grandes, com aproximadamente 50 a 60 mm de comprimento, possuem corpo robusto, em formato de “C” típico da família Scarabaeidae, de cor branca-suja com três pares de pernas torácicas e cabeça bem esclerotinizada de coloração ferrugínea (Fig 02). Desenvolvem-se em árvores mortas, em estado de decomposição. O ciclo biológico é variável, sendo descrito para Strategus aloeus, 21 dias para ovo, 240 dias para larva e 60 dias para pupa (Fig. 03), num total aproximado de 11 meses. A espécie S. surinamensis (Fig. 04) é frequentemente encontrada infestando palmáceas. O gênero Strategus pode infestar, além de palmeiras industriais, espécies ornamentais, como S. romanzoffiana, P. roebelini, D. decaryi, R. oleraceae, dentre muitas outras.

Danos
O besouro é nocivo na fase adulta, cavando túneis no solo junto ao colo das palmeiras (Fig. 05), penetrando pelas raízes e atacando os tecidos mais tenros do caule, principalmente o palmito, provocando a murcha e a morte de plantas jovens. Verifica-se a presença da praga pela observação de orifícios (Fig. 05) de 2,5 a 3 cm no solo e montículos de terra fresca junto aos orifícios, próximos as plantas atacadas. As galerias realizadas por esses insetos podem chegar a vários centímetros de profundidade, dificultando sobremaneira o seu controle.

Manejo
A praga pode ser prevenida, erradicando-se as plantas atacadas e destruindo-se as árvores e palmeiras mortas e restos de madeira em decomposição próximos à plantação, por meio da queima e enterramento, para evitar o desenvolvimento das larvas. Sugere-se a utilização de inseticidas piretróides líquidos (deltametrina, cipermetrina etc.) ou outros que possuam efeito desalojante, apesar da inexistência de produtos registrados, infiltrando-os no interior dos orifícios no solo, deixados pelos besouros adultos. A retirada dos besouros abrigados em seus túneis junto às palmeiras durante o dia, com o auxílio de arames grossos, longos e recurvados na ponta e a colocação de armadilhas luminosas (lâmpadas de luz negra) para a captura ativa de adultos também são medidas complementares de manejo integrado que podem ser adotadas.

Referência consultada

FERREIRA, J.M.S.; WARWICK, D.R.N.; SIQUEIRA, L.A. Cultura do coqueiro no Brasil. Aracaju, SE: EMBRAPA - SPI, 1994. 309p.

GALLO, D. et al. Entomologia agrícola. Piracicaba, Fealq. 2002. 920p.

HOWARD, F.W. et al.  Insects on Palms. UK, CABI, 1998. 399p.

LEPESME, P. Les insects des palmier. Paris. Paul Lechevalier, 1947. 899 p.

LORENZI, H. et al. Palmeiras no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, Editora Plantarum. 1996. 320 p.

LORENZI, H. et al. Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas. Inst. Plantarum, Nova Odessa, 2004. 432p.

ZORZENON, F.J. Principais pragas das palmeiras. Plantas Ornamentais: Doenças e Pragas. Cap. 10, p. 427 – 491, 2018.

Autor: Francisco José Zorzenon, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: francisco.zorzenon@sp.gov.br

 
Publicado em: 28/07/2020
Atualizado em: 28/07/2020
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