Sábado, 20 de Abril de 2024
Murcha de Phytophthora (Phytophthora nicotianae )

Nome comum: Murcha de Phytophthora

Nome científico: Phytophthora nicotianae Breda de Haan sp. (sinonímia: P. parasítica Dastur)

Hospedeiro: Lírio (Lilium spp), Família Liliaceae.
As espécies de lírio são classificadas em grupos ou híbridos: orientais, asiáticos, candidum e longiflorum estão entre os mais cultivados. Os híbridos orientais são os que possuem mais perfume e flores grandes; os asiáticos têm flores menores, quase sem perfume, mas com cores fortes e variadas; o longiflorum tem flor grande, na cor branca e creme. Os bulbos destas espécies são importados para reprodução e comercializados em vasos ou flores de corte.

Etiologia: Phytophthora pertence ao Filo Oomycota, classe Oomycetes. A espécie de Phytophthora que causa doença em lírio, apresenta hifas e esporângios papilados, e sua forma varia de elipsoidais a ovóide. Desenvolvem colônias brancas com abundantes micélios aéreos. Os esporângios medem em média 42 µm de comprimento e 29µm de largura, clamidósporos, com média de 33 µm de diâmetro, terminais ou intercalares. Phytophthora é transmitido pelo solo e por material vegetal infestado. Pode formar vários tipos diferentes de esporos, incluindo clamidósporos, que são estruturas de resistência e podem permanecer por vários anos no solo.

Sintomas: As plantas de lírio afetadas apresentam vários sintomas e sinais do ataque da doença: amarelecimento progressivo das folhas mais velhas para as mais novas, desfolhamento, nanismo, murcha e malformações das plantas e raízes, podridão da haste e da coroa, podridão da raiz, causando a morte das plantas desde 60 dias após o plantio de bulbos. Sinais da presença do patógeno são observados na base do caule próximos às raízes, onde nota-se a formação de micélio de coloração branca, constituído dos esporângios.

Importância: A murcha em lírios é muito severa e com rápido desenvolvimento de grande impacto destrutivo.

Ocorrência: a doença é relatada em vários países e aqui no Brasil. O patógeno infecta plantas de aproximadamente 90 famílias diferentes incluindo importantes culturas agrícolas e hortícolas.

Manejo
Várias medidas preventivas podem ser adotadas:
- Redução da umidade do solo, evitando encharcamento;
- Desinfecção dos bulbos;
- Remoção e destruição de plantas sintomáticas;
- Tratamento com isolados de Thrichoderma, mostrou-se efetivo para o controle de Phytophthora em trabalhos conduzidos em casa-de-vegetação.


Referência consultada

BAKONYI, J. et al. Phytophthora nicotianae causes blight of lily in Hungary. New Disease Reports (2001) 3, 5.

FERRARI, J.T. et al. Detecção de patógenos em diferentes espécies de lírios importados, Comunicado Técnico, n.189, 2013.
Disponível em: http://www.biologico.sp.gov.br/publicacoes/comunicados-documentos-tecnicos/comunicados-tecnicos/deteccao-de-patogenos-em-diferentes-especies-de-lirios-importados
Acesso em: 30/07/2020.

MARTINS, M.V.V. et al. Ocorrência de Phytophthora nicotianae em Lilium speciosum no Brasil. Summa Phytopathol., Botucatu, v. 40, n. 4, p. 383, 2014. https://doi.org/10.1590/0100-5405/2027

X. M. YANG et al. First Report of Phytophthora Blight of Lily Caused by Phytophthora nicotianae in China. 2010
Disponível em: https://doi.org/10.1094/PDIS-94-6-0782A

Autor: Josiane Takassaki Ferrari, Jesus G. Töfoli; Ricardo J Domingues, LDFH, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: josiane.ferrari@sp.gov.br

 
Publicado em: 31/07/2020
Atualizado em: 31/07/2020
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