Hospedeiro: Rosa spp. (roseira)
Nome comum: Pinta preta
Nome científico: Marssonina rosae (Lib.) Died. (Diplocarpon rosae F.A. Wolf).
Etiologia: nas condições brasileiras de cultivo, a doença é causada pela forma anamórfica Marssonina rosae que produz acérvulos de 40 a 400µm e conídios binucleares (15-25 x 5-7µm) com uma célula afilada e outra arredondada. As hifas são hialinas quando novas e vão se tornando escuras com o passar do tempo. A sua disseminação ocorre principalmente através de mudas doentes e pela ação de ventos e águas de chuva e irrigação. A doença é favorecida por umidade acima de 80%, temperaturas na faixa de 23 a 30°C, desbalanço nutricional e plantios adensados.
Sintomas: inicialmente a pinta preta manifesta-se na forma de pequenas manchas descoloridas na página superior das folhas. Com o passar do tempo, estas vão escurecendo e aumentando de tamanho até alcançarem diâmetro de cerca de 10 mm, com a característica típica de apresentarem bordos franjados, muitas vezes circundadas por um halo amarelo. A coalescência das manchas provoca um amarelecimento generalizado do limbo foliar e queda das folhas muito atacadas. Hastes também podem apresentar manchas semelhantes às das folhas, porém em menor intensidade.
Importância: em ataques severos a doença pode ocasionar: desfolha completa das plantas, formação de manchas violáceas nos ramos, deformação e descoloração das flores, redução do desenvolvimento das plantas e do seu potencial de florescimento.
Ocorrência: a pinta preta representa uma das mais comuns e importantes doenças da cultura da roseira no Brasil e no mundo.
Manejo: diferentes estratégias devem ser adotadas para otimizar o controle da pinta preta da roseira. Dentre elas destacam-se:
• Realizar o plantio preferencialmente em áreas planas, ventiladas e bem drenadas;
• Utilização de mudas sadias para evitar a entrada da doença na área de cultivo;
• Evitar plantios adensados por propiciarem o acúmulo de umidade e favorecerem a má circulação de ar entre as plantas, fatores que criam um microclima favorável ao desenvolvimento da doença;
• O uso de adubação equilibrada baseada na análise de solo é importante para a obtenção de plantas vigorosas e mais resistentes a doenças;
• Utilização de cultivares resistentes. As cultivares David Thompsom, Bebe Lune, Coronado, Erbest H. Morse, Fortyniner, Grand Opera, Lucy Cromphorn, Sphinx, Tiara, Carefree Beauty e Simplicity, são relatadas como altamente resistentes;
• Controle de plantas invasoras pois, além de concorrerem por espaço, luz, água e nutrientes, dificultam a dissipação da umidade e a circulação de ar na folhagem.
• Evitar irrigações noturnas ou em finais de tarde, assim como, minimizar o tempo e reduzir a frequência das regas em períodos favoráveis à pinta preta. Além de reduzir a umidade na superfície foliar, prejudicando a germinação dos conídios, a adoção de irrigação localizada pode evitar que ocorra dispersão dos mesmos por todo o cultivo;
• O emprego de fungicidas registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o controle da pinta preta, deve ser realizado dentro de programas de produção integrada e deve seguir todas as recomendações do fabricante quanto à dose, volume, intervalo e número de aplicações, uso de equipamentos de proteção individual (EPI), intervalo de segurança e descarte seguro de embalagens.
Referência Consultada
ALEXANDRE, M.A.V. et al. Doenças das Plantas Ornamentais. In: AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. (Ed.). Manual de Fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. 5. ed. Ouro Fino: Agronômica Ceres Ltda., 2016. Cap. 63. p. 603-624.
TÖFOLI, J.G. et al.Doenças Fúngicas: Sintomatologia, etiologia e controle. In: Plantas Ornamentais: Doenças e Pragas, 2 ed. Devir: São Paulo, 600 p. Cap. 08, 2017.
Autores: Ricardo J. Domingues; Jesus G. Tofoli, LDFH, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: ricardo.domingues@sp.gov.br