Sábado, 20 de Abril de 2024
Badnavirus (Badnavirus)

Patógeno: badnavirus, família Caulimoviridae

Hospedeiros: Yucca gigantea (Sin. Y. elephantipes) (iuca, iuca elefante), Asparagaceae e diversas espécies de grandes culturas tropicais.

Etiologia: O gênero Badnavirus, pertencente à família Caulimoviridae, engloba 59 espécies e infecta mono e dicotiledônias como o cacau, citros, banana, cana de açúcar; entre as ornamentais, Yucca gigantea, Dracaena braunii (Sin. D. sanderiana) e Bougainvillea spectabilis, e a espécie da vegetação espontânea Commelina, entre outras. Os vírions, observados ao microscópio eletrônico de transmissão, tem morfologia baciliforme com 130nm de comprimento, sem envelope. O genoma viral é constituído por DNA, fita dupla, monopartido com aproximadamente 7.2 a 9.2Kb, com 3 a 7 ORFs. Na natureza, os vírus são transmitidos por cochonilhas e alguns por poucas espécies de afídeos, de modo semi-persistente.

Sintomas: Plantas de iuca naturalmente infectadas por badnavirus apresentam folhas com manchas cloróticas e necróticas.

Importância: Yucca gigantea é um arbusto, semi-lenhoso, originário de regiões áridas e semi-áridas da América Central. É uma planta ornamental muito resistente e por ser perene é muito usada em paisagismo na Europa, Ásia, Austrália, África e Américas. A Yucca produz flores brancas, perfumadas, reunidas em grandes inflorescências e podem ser cultivadas em vasos ou em praças públicas, onde formam grandes maciços paisagísticos. Não há dados sobre efeitos na floração e de perdas econômicas causadas pelo badnavirus.

Ocorrência: Uma espécie tentativa de Badnavirus, denominada Yucca baciliform virus foi relatada na Nova Zelândia, em 2001, a partir de mudas de Y. gigantea importadas da Costa Rica e Guatemala. No Brasil, apesar de o badnavirus de iuca não ter sido totalmente caracterizado, é possível que se trate da mesma espécie.

Manejo: Plantas com sintomas devem ser eliminadas e incineradas, diminuindo a fonte de inóculo para essa e outras culturas. Assim, considerando-se que a Yucca se propaga vegetativamente, deve-se utilizar plantas sadias livres de vírus, obtidas por cultura de tecidos.


Referência consultada

ALEXANDRE, M.A.V; DUARTE, L.M.L.; CAMPOS, A.E.C. (ed). Plantas Ornamentais: doenças e pragas. 2ª edição, São Paulo, Brasil. 2017. 599p.

CLOVER, G.R.G; PEARSON, M.N.; ELLIOT, D.R. et al. Amplification of badnavirus-like sequences from Yucca elephantipes. Australasian Plant Pathology, v. 32, p. 563–565, 2003.

International Committee on Taxonomy of Viruses (2017) https://talk.ictvonline.org/ictv-reports/ictv_online_report/positive-sense-rna-viruses/w/potyviridae.
Acesso: 15/04/2020.

KITAJIMA, E.W. An annotated list of plant viruses and viroids described in Brazil (1926-2018). Biota Neotropica 20(2): E20190932. HTTPS://DOI.ORG/10.1590/1676-0611-BN-2019-0932.

RIVAS, E.B. et al.  Occurrence of Badnavirus-like particles from Yucca elephantipes. Fitopatologia Brasileira, v.19, p. 479-482, 1994.

Autores: Ligia M. L. Duarte: M. Amelia V. Alexandre, Lab. de Fitovirologia e Fisiopatologia, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: ligia.duarte@sp.gov.br

 
Publicado em: 11/08/2020
Atualizado em: 11/08/2020
Clique na imagem para ampliar
  Instituto Biológico
  Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252
  Vila Mariana - - CEP 04014-002- São Paulo - SP - Brasil
  (11) 5087-1700
                                                                                                         Número de visitas:
                                                                                                                   12.402