Pragas: Tribolium castaneum Herbst, 1797 e Tribolium confusum Du Val, 1868 (Coleoptera, Tenebrionidae).

Hospedeiros: Arroz (Oryza sativa), Café (Coffea arabica) Amendoim (Arachis hypogaea), trigo (Triticum aestivum), milho (Zea mays), farinhas, farelos e rações, alimentos armazenados industrializados.

As pragas secundárias são aquelas que não conseguindo atacar os grãos inteiros, necessitam de uma abertura deixada pelas pragas primárias ou por avarias ocasionadas na colheita e manuseio. Desenvolvem-se na parte externa dos grãos previamente danificados, quebrados ou trincados onde se alimentam. Atacam quase todos os grãos e seus derivados, tais como farinhas, fubás, rações e farelos, bem como outros produtos armazenados (frutos secos, cogumelos desidratados etc.), onde colocam seus ovos em grande quantidade, dando origem às larvas que se desenvolvem livremente. Como exemplo citam-se os besouros das espécies Tribolium castaneum e Tribolium confusum, dentre outros.

Descrição: T. castaneum (Fig. 01 e 02) e T. confusum são duas espécies bastante semelhantes, tanto nos aspectos morfológicos, quanto nos alimentares e biológicos, sendo que os adultos medem 3 a 4 cm de comprimento, são de cor castanho avermelhada, corpo achatado, élitros com linhas geralmente um pouco mais escuras que o restante do corpo, protórax pontilhado, cabeça irregular atravessada por duas depressões superficiais. Ambos apresentam pronoto retangular e tamanho similar. Entretanto, distinguem-se pela morfologia das antenas, dentre outros aspectos comportamentais. Os artículos antenais em T. confunsum aumentam de tamanho gradualmente da base para a ponta, não havendo o voo entre os adultos, pois as asas apesar de serem bem desenvolvidas, não são funcionais. Em T. castaneum as antenas possuem os artículos antenais similares entre si em tamanho e os adultos podem alçar voo. T. confusum mais comum em regiões temperadas, é menos sensível à baixas temperaturas, quando comparado a T. castaneum, mais comum nos trópicos. A fêmea pode colocar de 400 a 500 ovos tanto nos grãos como na sacaria e fendas das paredes aderidas por uma substância viscosa, com tempo médio de incubação de 07 dias. Após a eclosão surgem as larvas de coloração branco amarelada, permanecendo neste estágio de desenvolvimento por cerca de 20 dias. O ciclo ovo a adulto é de aproximadamente 30 dias, podendo variar entre 20 a 75 dias, dependendo da temperatura, umidade, tipo e disponibilidade do alimento infestado. Os insetos adultos podem durar até 2 anos e viver sem alimentação, por vários dias.

Danos: Como praga secundária, ataca preferencialmente farinhas, farelos e rações, geralmente não atacando grãos perfeitos porque suas mandíbulas não são suficientemente fortes para destruírem o tegumento do grão. Dependem do ataque de outras pragas ou de grãos quebrados para se instalarem. Também podem infestar café, cacau, arroz, trigo, algodão, nozes, frutos secos, milho, chocolate, gengibre. Infestações por estas espécies deixam um odor característico, desagradável, devido à secreção quinonas, substâncias irritantes e pungentes secretadas por glândulas odoríferas repugnatórias de defesa, presentes nas regiões toráxica e abdominal. Farinhas altamente infestadas pela praga, apresentam coloração rósea, devido a contaminação por essas secreções.

Referência consultada

ATHIÉ, I., DE PAULA, D. C. Insetos de Grãos Armazenados - Aspectos biológicos e identificação, 244p., 2002.

CAMPOS, T.B.DE; ZORZENON, F.J. Pragas dos Grãos e Produtos Armazenados, 47p., 2006.

GALLO, D. et all, Entomologia Agrícola, 2002.

LORINI, I. Manejo integrado de pragas de grãos de cereais armazenados. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2008. 72p.

LORINI, I.et al. Manejo Integrado de Pragas de Grãos e Sementes Armazenadas, 2015.

Autores: Francisco José Zorzenon; Marcos Roberto Potenza, ULRPU, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: francisco.zorzenon@sp.gov.br