Sábado, 20 de Abril de 2024
Exocorte dos citros (Citrus exocortis viroid)

Hospedeiro principal: Citrus latifolia (limeira ácida ‘Tahiti’, Rutaceae)

Agente causal: Citrus exocortis viroid (CEVd), Pospiviroid, Pospiviroidae

Etiologia: o CEVd, agente causal da "exocorte dos citros", apresenta um pequeno RNA (370-372 nucleotídeos) de simples fita, circular, com uma estrutura secundária fortemente fechada, não encapsidado e que também não codifica proteínas. Infecta diversas espécies de plantas de importância econômica, incluindo limeira ácida ‘Tahiti’. Atualmente, este agente subviral está classificado, de acordo com suas propriedades biológicas e moleculares, no gênero Pospiviroid, família Pospiviroidae. Assim como os demais viroides que infectam citros (todos pertencentes a esta família), o CEVd apresenta uma região central conservada, ausência de atividade ribozimática e replicação no núcleo das células infectadas.

Sintomas: em porta-enxertos suscetíveis como limoeiro ‘Cravo’ e Poncirus trifoliata, pode haver indução de caneluras verticais e descamação da casca. Na copa, o CEVd induz nanismo e fendilhamento dos ramos, que se quebram com mais facilidade, sintoma conhecido vulgarmente por "quebra-galho".

Importância: Dois clones de limeira ácida ‘Tahiti’ são cultivados no Estado de São Paulo: IAC-5 (ou Peruano), livre de viroides; e o "quebra-galho", infectado por viroides. Apesar das árvores de "quebra-galho" não apresentarem uniformidade, com elevada variabilidade do tamanho das plantas nos pomares e uma vida produtiva limitada, os agricultores as preferem devido ao menor porte, que permite adensamento das plantas e facilidade na colheita.

Ocorrência: Nas regiões produtoras de lima ácida ‘Tahiti’, no estado de São Paulo.

Manejo: O controle do CEVd baseia-se em medidas preventivas, como o uso de gemas e material de propagação livres de viroides, indexados por técnicas de diagnóstico adequadas (biológicas e moleculares). A quarentena é também importante quando se importa material vegetal de outros países. A disseminação dos viroides em viveiros por meio de operações manuais pode ser evitada promovendo-se a desinfecção e limpeza das ferramentas. O uso de cultivares ou combinações enxerto/porta-enxerto suscetíveis devem ser evitados.

Referência consultada

EIRAS, M. et al. (2010) Viroids associated with the bark cracking phenotype of ‘Tahiti’ acid lime in the State of São Paulo, Brazil. Tropical Plant Pathology, 35, 2010.

EIRAS, M. et al. Viroides como alternativa para indução de nanismo em citros. Comunicado Técnico (on line), Instituto Biológico, n.121, 2009.

EIRAS, M. et al.Viroids in Citrus. Tropical Plant Pathology 34, 275-296, 2009.

FLORES, R., OWENS, R.A.Viroids. In: MAHY BWJ, VAN REGENMORTEL MHV (Eds.) Encyclopedia of Virology, Oxford/Elsevier, pp. 332-342, 2008.

SALIBE, A.A., MOREIRA S. Tahiti lime bark disease is caused by exocortis virus. Proceedings Conference of the International Organization of Citrus Virologists 3: 143-147, 1965.

Autor: Marcelo Eiras, Instituto Biológico
E-mail: marcelo.eiras@sp.gov.br

 
Publicado em: 02/03/2016
Atualizado em: 02/03/2016
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