Domingo, 28 de Abril de 2024
Catharanthus mosaic virus (Catharanthus mosaic virus (CatMV))

Autores: M. Amelia V. Alexandre; Ligia M. L. Duarte, Lab. de Fitovirologia e Fisiopatologia - CPDSV - Instituto Biológico. E-mail: maria.alexandre@sp.gov.br

Patógeno: Catharantus mosaic virus, Potyvirus, Potyviridae

Hospedeiros: Mandevilla spp. (dipladênia, jasmim brasileiro), Catharanthus roseus (pervinca), Apocynaceae, Gentianales

Etiologia

O Catharanthus mosaic virus (CatMV) pertence ao gênero Potyvirus que é o maior em número de espécies descritas e, juntamente com outros onze gêneros, estão classificados na família Potyviridae. Ao microscópio eletrônico de transmissão, os vírions são visualizados como partículas alongado-flexuosas com tamanho variando entre 680 à 900nm de comprimento. O genoma é constituído por RNA de fita simples, senso positivo com aproximadamente 9.700 nucleotídeos, dependendo da espécie. O genoma é monopartido, com uma poliproteína que é clivada em 10 produtos (proteínas) e uma pequena ORF chamada PIPO. Os potyvirus são transmitidos por afídeos de modo não persistente, ou seja, podem ser transmitidos na picada de prova, em poucos segundos.

Sintomas

O CatMV induz em plantas de dipladênia: mosaico, deformação foliar, senescência precoce de folhas e, algumas vezes, variegação nas flores coloridas. Os sintomas podem variar dependendo do isolado do vírus, da espécie hospedeira e das condições ambientais, entre outras causas.

Importância

Mandevilla (dipladênia) é uma trepadeira perene, rústica, muito difundida em todo o mundo, por apresentar flores com diversas cores. Além de ornamental, a espécie M. velutina tem sido usada na medicina popular em tratamento de processos inflamatórios e acidentes com serpentes. O gênero, endêmico do continente americano, abrange mais de 170 espécies reportadas, sendo que 50 delas ocorrem no Brasil.

Ocorrência

Os potyvirus infectam um grande número de espécies, cultivadas ou selvagens, no mundo todo. O CatMV foi descrito no Brasil, pela primeira vez, em 2011 infectando naturalmente plantas de Catharantus roseus (Apocynaceae). Entretanto, o genoma completo só foi determinado em 2015, na Austrália, em plantas de Welwitchia mirabilis (Gimnosperma). O CatMV foi descrito também em pervinca nos Estados Unidos da América (2015) e na Arabia Saudita em 2017. No Brasil, foram identificados 2 isolados diferentes em Mandevilla sp. (CatMV-M1 e CatMV-M2), provenientes de municípios paulistas: Piracicaba, Mogi das Cruzes e Limeira. Cabe ressaltar que esses isolados diferem entre si em relação a transmissibilidade e a sequência gênica. O isolado M2 é transmitido mecanicamente e pelo inseto-vetor (Myzus persicae).

Manejo

A aplicação de inseticidas no controle do vírus no campo não é uma medida eficiente, uma vez que os potyvirus são transmitidos por afídeos de modo não persistente, ou seja, na picada de prova. Assim, recomenda-se o manejo da cultura, eliminando-se as plantas infectadas, culturas velhas e plantas daninhas que devem ser incineradas. Como a Mandevilla é propagada vegetativamente é recomendável o uso de mudas livres de vírus.

Referência consultada

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Palavras chave: Mandevilla spp., Catharanthus roseus

Como citar

Alexandre, M.A.V.; Duarte, L.M.L. Dipladênia, jasmim brasileiro e pervinca (Mandevilla spp., Catharanthus roseus): Catharanthus mosaic virus (Catharanthus mosaic virus (CatMV)). In: Instituto Biológico. Guia de Sanidade Vegetal. Disponível em:http://www.sica.bio.br/guiabiologico/busca_culturas_resultado_ok.php?Id=242&Vlt=2. Acesso em: dia. mês (abreviado).ano.


 
Publicado em: 24/08/2022
Atualizado em: 03/03/2023
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