Autores: Ricardo José Domingues; Jesus G.
Töfoli - APTA/Instituto Biológico - CPDSV.
E-mail: ricardo.domingues@sp.gov.br
Hospedeiro: Rosa spp. L. (roseira)
Patógeno: Phomopsis
rosae (Schulzer & Sacc) Traverso & Spessa 1911.
Nome Comum: Seca
dos ramos
Etiologia
A
seca dos ramos é uma doença fúngica causada por Phomopsis rosae. Há
relatos da ocorrência de Phomopsis mali, anamorofo de Diaporthe
eres, nos Estados Unidos e Itália. Diaporthe rosiphthora foi
recentemente associado a dieback em roseiras cultivadas em Minas Gerais. Outros
autores agrupam os sintomas de seca dos ramos, dieback e cancros dos ramos e
relatam diferentes fungos como agentes causais, dentre eles: Botryosphaeria
ribis var. chromogena, Cryptosporium minimum e Griphosphaerea
corticola (anamorfo: Coryneopsis microsticta). Paraconiothyrium
fuckelii, Coniothyrium wernsdorffiae e C. rosarum também
já foram relacionados com cancro das hastes.
O
gênero Phomopsis é facilmente identificado em laboratório pois
produz frutificações típicas sobre os ramos afetados conhecidas como picnídios,
sendo característica a produção de dois tipos de conídios denominados “alfa” e
“beta”. Os do tipo “alfa” são fusóides ou oblongos, com as extremidades
arredondadas e os “beta” são filiformes com uma extremidade curva em forma de
gancho. Ambos podem ser disseminados por respingos de água de chuva ou
irrigação e por tesouras de poda contaminadas. A doença é favorecida por
temperaturas entre 24 e 30oC e umidade relativa do ar elevada.
Sintomas
A
doença é caracterizada pela progressiva seca descendente e morte dos ramos
seccionados durante as podas. As lesões podem afetar hastes inteiras e, quando
atingem o ramo principal, pode causar a morte da planta.
Importância
Em
geral, trata-se de uma doença frequente, porém de importância secundária quando
comparada a outras doenças fúngicas, mas que tem potencial de causar danos
severos nos cultivos sob condições ambientais favoráveis e caso não sejam
adotadas medidas de controle.
Ocorrência
A doença bastante comum em roseirais dos Estados de São Paulo, Minas Gerais,
Paraná, Rio de Janeiro e Ceará. Ocorre também na Califórnia (EUA) e em
Barbados, ilha próxima ao Caribe. Há indicação de ocorrência na antiga
Iugoslávia.
Manejo
Diferentes
estratégias devem ser adotadas para otimizar o controle da seca dos ramos da
roseira. Dentre elas destacam-se:
- Utilização de mudas sadias para
evitar a entrada da doença na área de cultivo;
- Realizar o plantio preferencialmente
em áreas planas, ventiladas e bem drenadas;
- Evitar plantios adensados por
propiciarem o acúmulo de umidade e favorecerem a má circulação de ar entre as
plantas, fatores que criam um microclima favorável ao desenvolvimento da
doença;
- Eliminar e destruir ramos que
apresentem sintomas da doença;
- Realizar a
desinfestação de tesouras e serrotes de poda e tratar as regiões podadas com
pasta cúprica;
- O uso de adubação equilibrada baseada
na análise de solo é importante para a obtenção de plantas vigorosas e mais
resistentes a doenças;
- Evitar irrigações noturnas ou em
finais de tarde, assim como, minimizar o tempo e reduzir a frequência das regas
em períodos favoráveis à doença.
Referência Consultada
ALEXANDRE,
M.A.V.; TOFOLI, J.G.; ALMEIDA, I.M.G.; OLIVEIRA, C.M.G. Doenças das Plantas
Ornamentais. In: AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO,
L.E.A. (Ed.). Manual de Fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas.
5. ed. Ouro Fino: Agronômica Ceres Ltda., 2016. Cap. 63. p. 603-624.
FARR, D.F. & ROSSMAN, A.Y. Fungal
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em: https://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/.
Acesso em: 08. set. 2022.
HORST, K. & CLOYD, R. Compendium of
rose diseases and pests. APS. St. Paul, 96p., 2007.
TÖFOLI, J.G.; COUTINHO, L.N.; DOMINGUES, R.J.;
FERRARI, J.T. Doenças Fúngicas: Sintomatologia, etiologia e controle. In:
ALEXANDRE, M.A.V.; DUARTE, L.M.L.; CAMPOS, A.E.C. (Ed.) Plantas
Ornamentais: Doenças e Pragas, 2 ed. Devir: São Paulo, 600 p. Cap. 08,
2017.
Palavras-chave: Rosa, Rosa spp., Phomopsis rosae
Como citar:
DOMINGUES, R.J.; TÖFOLI,
J. G. Rosa (Rosa spp.): Seca dos ramos (Phomopsis rosae).
In: Instituto Biológico. Guia
de Sanidade Vegetal. Disponível em: http://www.sica.bio.br/guiabiologico/busca_culturas_resultado_ok.php?Id=246&Vlt=2. Acesso em: dia. mês (abreviado).ano.
