Domingo, 28 de Abril de 2024
Mancha de Cercospora; Cercosporiose (Cercospora beticola Sacc.)

Autores: Jesus G. Töfoli; Ricardo J. Domingues

Instituto Biológico - CPDSV

Email. jesus.tofoli@sp.gov.br 

 

Hospedeiros Beterraba (Beta vulgaris) Acelga (Beta vulgaris subsp. cicla), Espinafre (Spinacia oleracea), Aipo (Apium graveolens)

 

Patógeno: Cercospora beticola Sacc.


Introdução 

A mancha de Cercospora ou Cercosporiose, causada pelo fungo Cercospora beticola é uma doença de importância mundial, podendo causar perdas consideráveis no rendimento e qualidade de raízes.

 

Etiologia

Cercospora beticola Sacc. pertence ao Reino Fungi, Filo Ascomycota, Classe Dothideomycetes, Ordem Mycosphaerellales e Família Mycosphaerellaceae. 

Os conidióforos são simples; apresentam coloração castanha na base, tornando-se mais hialino nas pontas. Os conídios são hialinos, multiseptados com formato filiforme; curvados, medindo 2,5-4 μm de largura e 50-200 μm de comprimento.

A doença é favorecida por períodos de umidade superior a 80% e temperaturas que variam de 22 a 26°C.

 

Sintomas

Nas folhas, a doença é caracterizada por numerosas manchas foliares inicialmente pequenas e circulares. Essas apresentam o centro castanho claro a branco acinzentado com uma margem vermelha bem definida. As manchas aumentam de tamanho, coalescem, tornam-se acinzentadas. As folhas mais velhas geralmente são as mais afetadas. Níveis  elevados  severidade da doença pode resultar em significativa redução da área foliar e consequentemente originar raízes menores e de qualidade inferior.  O patógeno produz escleródios ou estromas que podem ser vistos com uma lente de mão como pequenos pontos pretos no centro e no entorno das lesões.

 

Ocorrência 

O Brasil a mancha de Cercospora pode ser encontrada em todas regiões produtoras.  A doença tende a ser mais severa nas regiões Sul e Sudeste.

 

Manejo

- Evitar o plantio em locais sujeitos a acumulo de umidade.

- Plantio de sementes e mudas livres patógenos.

- Optar por materiais resistentes/tolerantes à doença (Cabernet, Kestrel,  Rubius etc.).

- Evite o plantio adensado entre plantas e em áreas próximas a cultivos já estabelecidos.

- Adubação equilibrada. Excesso de adubação nitrogenada pode tornar as plantas mais suscetíveis a doença, enquanto que níveis adequados de cálcio e potássio a reduz. 

- Rotação de culturas por períodos mínimos de 2 anos.

- Evite longos perdidos de molhamento foliar, dentro do possível evite regas no final da tarde. O uso de irrigação localizada (drip) pode reduzir a disseminação e severidade da doença.

- Eliminar restos de cultura

- A aplicação de fungicidas registrados para o controle da mancha de Cercospora na cultura da beterraba deve seguir todas as recomendações do fabricante quanto à dose; volume; momento da aplicação; intervalo e número de pulverizações; intervalo de segurança; uso de equipamento de proteção individual (EPI); armazenamento e descarte de embalagens  etc. Os fungicidas oficialmente registrados para o controle da doença encontram-se  descritos no AGROFIT (http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons).  

Referências

CARMELO-GÁRCIA, V.M.; Rezende, J.A.M.; Bruneli-Braga, k.r.; gioria, R.   Doenças da beterraba. In:  amorin, l.; Rezende, j.a.m.; Bergamin filho, a.; Camargo, l.e.a. Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 5. ed. São Paulo: Agronômica Ceres 2: 2016, p.159-163.

Palavras-chave: Cercospora beticola, Beta vulgaris, beterraba

Como citar

TÖFOLI, J. G.; DOMINGUES, R.J. Beterraba (Beta vulgaris L.): Mancha de Cercospora (Cercoscora beticola Sacc.). In: Instituto Biológico. Guia de Sanidade Vegetal. Disponível em: http://www.sica.bio.br/guiabiologico/busca_culturas_resultado_ok.php?Id=249&Vlt=2. Acesso em: dia. mês (abreviado).ano.

 
Publicado em: 03/03/2023
Atualizado em: 03/03/2023
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