Sábado, 20 de Abril de 2024
TuMV (Turnip mosaic virus)

Hospedeiro: Armoracia rusticana (raiz-forte), Brassicaceae

Agente causal: Turnip mosaic virus (TuMV), Potyvirus, Potyviridae

Etiologia: o TuMV é classificado como pertencente ao gênero Potyvirus, família Potyviridae. Apresenta partículas com morfologia alongada flexuosa, com cerca de 720 nm de comprimento. Seu genoma é constituído de RNA de fita simples, senso positivo, com aproximadamente 10.000 nucleotídeos, e uma única ORF que codifica uma poliproteína que, após sua tradução, é clivada originando as diferentes proteínas virais. O TuMV induz efeitos citopáticos característicos no citoplasma das células hospedeiras, conhecidos como cataventos.

Sintomas: mosqueado, mosaico e anéis cloróticos nas folhas, estrias escuras nos pecíolos, além de necrose e descoloração das raízes, o que causa a depreciação do produto comercial. Os sintomas são, normalmente, mais severos em baixas temperaturas (abaixo de 16oC) e podem ser mascarados em temperaturas elevadas (acima de 28ºC).

Importância: o TuMV é considerado um dos patógenos mais comuns e importantes que infecta raiz-forte. No Brasil, o vírus foi identificado e caracterizado pela primeira vez, em 2007, em plantas de raiz-forte, provenientes do município de Divinolândia, estado de São Paulo. A raiz-forte é uma planta rústica, perene, mas normalmente cultivada como anual, sendo suas raízes utilizadas para extração de peroxidase, e também para produção de tempero utilizado na culinária japonesa. É propagada vegetativamente, o que possibilita o acúmulo de vírus e consequente degenerescência.

Ocorrência: município de Divinolândia, estado de São Paulo, Brasil

Manejo: os potyvírus são transmitidos por afídeos, de modo não-persistente, sendo o controle dos vetores muito difícil. A raiz-forte é propagada vegetativamente, permitindo que vírus se acumulem no campo. Portanto, a principal medida de controle é o uso de material de propagação vegetativa resistente e/ou certificadamente livre de vírus. A eliminação de brassicaceas da vegetação espontânea que podem servir de reservatório natural para o vírus no campo também é prática recomendada.

Referência consultada

EIRAS, M. et al. First report of Turnip mosaic virus in horseradish in Brazil. Fitopatologia Brasileira 32, 165, 2007.

HICKMAN, A.J, VARMA, A. Viruses in horseradish. Plant Pathology 17, 26-30, 1968.

HORWITZ, D.K.  et al. Turnip mosaic virus in the Illinois horseradish germ plasm collection. Plant Disease, 69, 246-248, 1985.

POUND, G.S. Horseradish mosaic. Journal of Agricultural Research, 77, 97-114, 1948.

Autor: Marcelo Eiras, Instituto Biológico
E-mail: marcelo.eiras@sp.gov.br

 
Publicado em: 02/03/2016
Atualizado em: 02/03/2016
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