Autores:
Jesus G. Töfoli; Ricardo J. Domingues - Instituto Biológico, CPDSV.
E-mail:
jesus.tofoli@sp.gov.br
Hospedeiros
Repolho
(Brassica
oleracea var.
capitata),couve-manteiga
(Brassica
oleracea var. Acephala),
brócolis (Brassica
oleracea var. Italica),
couve-de-Bruxelas (Brassica
oleracea var. Gemmifera),
couve-flor (Brassica
oleracea var. Botrytis),
couve-chinesa (Brassica
rapa subsp. Pekinensis),
pak-choi (Brassica
rapa subsp. Chinensis),
nabo (Brassica
rapa subsp. Rapa),
canola (Brassica
napus subsp. Oleifera),
rúcula (Eruca
vesicaria subsp. Sativa),
mostarda (Brassica
juncea), agrião
(Nasturtium officinale)
e rabanete (Raphanus
sativus).
Etiologia
Albugo
cândida (Pers.:Fr.) Kuntze é
um microrganismo biotrófico pertencente ao Reino
Chromista, Filo Oomycota, Classe Peronosporea, Ordem Albuginales e
Família Albuginaceae. Possui esporangióforos longos, clavados,
simples, hialinos com esporângios arredondados formados em cadeias.
No interior dos esporângios formam-se zoósporos biflagelados que
possuem a capacidade de nadar. Os oósporos são estruturas de
resistência formadas no interior do tecido doente, que apresentam
forma esférica e paredes espessas e resistentes. Permanecem no solo
após a decomposição dos tecidos doentes. Na literatura são
descritas pelo menos 17 raças fisiológicas de A.
candida especializadas em
brássicas cultivadas e invasoras
Sintomas
Nas
folhas, os primeiros sintomas da doença são caracterizados por
pequenas manchas amarelas, circulares, isoladas ou não, que podem
ser observadas nas duas faces. Ao evoluírem, essas tornam-se maiores
podendo coalescer, enquanto que na face inferior, formam-se pústulas
brancas pulverulentas compostas por esporângios do patógeno. Com o
desenvolvimento das lesões, as folhas sofrem distorções, atrofias
e apresentam pigmentação anormal. As folhas com grande número de
lesões amarelecem e secam de forma prematura. Nos
caules afetados aparecem intumescimentos localizados ou não e, em
algumas situações, podem apresentar a proliferação de ramos
laterais, que conferem as plantas um aspecto arbustivo. Nos
órgãos florais, o fungo causa o aparecimento
de distorções a nível dos pedicelos florais e hipertrofia de
inflorescências, provocando a sua esterilidade. A
doença pode afetar de forma significativa a produção de sementes.
Epidemiologia
A
doença é favorecida por clima ameno onde prevalecem temperaturas
que variam de 10 a 20oC
e alta umidade proporcionada principalmente pela ocorrência de
neblina e orvalho. Ao germinarem, os oósporos presentes no solo
originam esporângios que liberam os zoósporos que, através da água
presente no solo, nadam, alcançam e infectam os hospedeiros. A
presença de água na superfície das folhas é fundamental para a
germinação e infecção dos esporângios e dos zoósporos. As
principais vias de sobrevivência do patógeno são as sementes,
mudas e hospedeiros intermediários, sendo sua disseminação
realizada principalmente através da ação de ventos e respingos de
água de chuva e irrigação. A.
candida pode infectar também
plantas invasoras como:
mostarda-do-campo (Brassica
sp.,
Sinapis sp.),
mastrus (Lepidium
sp.) e nabiça
(Raphanus raphanistrum).
Importância
A
ferrugem branca apresenta uma ampla distribuição ocorrendo
principalmente em áreas de clima temperado da Europa, América do
Norte e Ásia. No Brasil, a doença ocorre principalmente nas regiões
Sul e Sudeste, sendo mais comum no outono e inverno.
Manejo
-
Plantio de sementes e mudas sadias
-
Plantio de cultivares tolerantes ou resistentes.
Rúcula Rica
Rabanete Rubro
Couve-chinesa Kinjitsu
F1
-
Em períodos críticos deve-se reduzir as regas e sempre que possível
evitá-las nos finais de tarde. O uso de irrigação localizada pode
reduzir a doença por reduzir a disseminação de A.
candida e evitar longos
períodos de molhamento foliar.
-
Evitar o plantio adensado, principalmente em épocas favoráveis à
doença.
-
Níveis adequados de cálcio,
magnésio, zinco e silício podem reduzir a doença. Evitar excesso
de adubação nitrogenada.
-
Manejo correto das plantas invasoras eliminando hospedeiras
alternativas.
-
Evitar o plantio sucessivo de brássicas na mesma área. Dentro do
possível realizar períodos de rotação de dois a três anos.
-
Eliminar e destruir restos de cultura, plantas voluntárias e
descartes de pós-colheita.
Referências
MASSOLA
JÚNIOR, N. S; JESUS JÚNIOR, W. C.; KRAUSE-SAKATE,
R.; PAVAN, M.A.; FRARE, V.C; MITUTI, T. Doenças
do alho. In: AMORIN,
L.; RESENDE, J.A.M. BERGAMIN FILHO, A; CAMARGO, L.E.A. (Eds.)
Manual de Fitopatologia –
Doenças das plantas
cultivadas. São Paulo:
Agronômica Ceres, 2016. v. 2, 63-73.
Como
citar:
TÖFOLI,
J. G.; DOMINGUES, R.J.; Brássicas (Brassica
spp.):
Ferrugem Branca (Albugo
candida).
In: Instituto Biológico. Guia de Sanidade Vegetal. Disponível em:
http://www.sica.bio.br/guiabiologico/busca_culturas_resultado_ok.php?Id=250&Vlt=2.
Acesso em: dia. mês (abreviado).ano.
Palavras-chaves:
Albugo candida,
Brassica spp., Ferrugem
branca