Domingo, 28 de Abril de 2024
Ferrugem branca (Albugo cândida (Pers.:Fr.) Kuntze)

Autores: Jesus G. Töfoli; Ricardo J. Domingues - Instituto Biológico, CPDSV.

E-mail: jesus.tofoli@sp.gov.br

Hospedeiros

Repolho (Brassica oleracea var. capitata),couve-manteiga (Brassica oleracea var. Acephala), brócolis (Brassica oleracea var. Italica), couve-de-Bruxelas (Brassica oleracea var. Gemmifera), couve-flor (Brassica oleracea var. Botrytis), couve-chinesa (Brassica rapa subsp. Pekinensis), pak-choi (Brassica rapa subsp. Chinensis), nabo (Brassica rapa subsp. Rapa), canola (Brassica napus subsp. Oleifera), rúcula (Eruca vesicaria subsp. Sativa), mostarda (Brassica juncea), agrião (Nasturtium officinale) e rabanete (Raphanus sativus).

Etiologia

Albugo cândida (Pers.:Fr.) Kuntze é um microrganismo biotrófico pertencente ao Reino Chromista, Filo Oomycota, Classe Peronosporea, Ordem Albuginales e Família Albuginaceae. Possui esporangióforos longos, clavados, simples, hialinos com esporângios arredondados formados em cadeias. No interior dos esporângios formam-se zoósporos biflagelados que possuem a capacidade de nadar. Os oósporos são estruturas de resistência formadas no interior do tecido doente, que apresentam forma esférica e paredes espessas e resistentes. Permanecem no solo após a decomposição dos tecidos doentes. Na literatura são descritas pelo menos 17 raças fisiológicas de A. candida especializadas em brássicas cultivadas e invasoras

Sintomas

Nas folhas, os primeiros sintomas da doença são caracterizados por pequenas manchas amarelas, circulares, isoladas ou não, que podem ser observadas nas duas faces. Ao evoluírem, essas tornam-se maiores podendo coalescer, enquanto que na face inferior, formam-se pústulas brancas pulverulentas compostas por esporângios do patógeno. Com o desenvolvimento das lesões, as folhas sofrem distorções, atrofias e apresentam pigmentação anormal. As folhas com grande número de lesões amarelecem e secam de forma prematura. Nos caules afetados aparecem intumescimentos localizados ou não e, em algumas situações, podem apresentar a proliferação de ramos laterais, que conferem as plantas um aspecto arbustivo. Nos órgãos florais, o fungo causa o aparecimento de distorções a nível dos pedicelos florais e hipertrofia de inflorescências, provocando a sua esterilidade. A doença pode afetar de forma significativa a produção de sementes.

Epidemiologia

A doença é favorecida por clima ameno onde prevalecem temperaturas que variam de 10 a 20oC e alta umidade proporcionada principalmente pela ocorrência de neblina e orvalho. Ao germinarem, os oósporos presentes no solo originam esporângios que liberam os zoósporos que, através da água presente no solo, nadam, alcançam e infectam os hospedeiros. A presença de água na superfície das folhas é fundamental para a germinação e infecção dos esporângios e dos zoósporos. As principais vias de sobrevivência do patógeno são as sementes, mudas e hospedeiros intermediários, sendo sua disseminação realizada principalmente através da ação de ventos e respingos de água de chuva e irrigação. A. candida pode infectar também plantas invasoras como: mostarda-do-campo (Brassica sp., Sinapis sp.), mastrus (Lepidium sp.) e nabiça (Raphanus raphanistrum).

Importância

A ferrugem branca apresenta uma ampla distribuição ocorrendo principalmente em áreas de clima temperado da Europa, América do Norte e Ásia. No Brasil, a doença ocorre principalmente nas regiões Sul e Sudeste, sendo mais comum no outono e inverno.

Manejo

- Plantio de sementes e mudas sadias

- Plantio de cultivares tolerantes ou resistentes.

Rúcula Rica

Rabanete Rubro

Couve-chinesa Kinjitsu F1

- Em períodos críticos deve-se reduzir as regas e sempre que possível evitá-las nos finais de tarde. O uso de irrigação localizada pode reduzir a doença por reduzir a disseminação de A. candida e evitar longos períodos de molhamento foliar.

- Evitar o plantio adensado, principalmente em épocas favoráveis à doença.

- Níveis adequados de cálcio, magnésio, zinco e silício podem reduzir a doença. Evitar excesso de adubação nitrogenada.

- Manejo correto das plantas invasoras eliminando hospedeiras alternativas.

- Evitar o plantio sucessivo de brássicas na mesma área. Dentro do possível realizar períodos de rotação de dois a três anos.

- Eliminar e destruir restos de cultura, plantas voluntárias e descartes de pós-colheita.

Referências

MASSOLA JÚNIOR, N. S; JESUS JÚNIOR, W. C.; KRAUSE-SAKATE, R.; PAVAN, M.A.; FRARE, V.C; MITUTI, T. Doenças do alho. In: AMORIN, L.; RESENDE, J.A.M. BERGAMIN FILHO, A; CAMARGO, L.E.A. (Eds.) Manual de Fitopatologia Doenças das plantas cultivadas. São Paulo: Agronômica Ceres, 2016. v. 2, 63-73.

Como citar:

TÖFOLI, J. G.; DOMINGUES, R.J.; Brássicas (Brassica spp.): Ferrugem Branca (Albugo candida). In: Instituto Biológico. Guia de Sanidade Vegetal. Disponível em: http://www.sica.bio.br/guiabiologico/busca_culturas_resultado_ok.php?Id=250&Vlt=2. Acesso em: dia. mês (abreviado).ano.

Palavras-chaves: Albugo candida, Brassica spp., Ferrugem branca

 
Publicado em: 09/03/2023
Atualizado em: 09/03/2023
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