Autores:
Ricardo José Domingues; Jesus G. Tofoli - APTA/Instituto Biológico.
E-mail: ricardo.domingues@sp.gov.br
Etiologia:
Puccinia horiana
é um fungo parasita obrigatório, ou seja, necessita de tecidos
vivos do hospedeiro para se desenvolver, com alta especificidade em
relação ao hospedeiro. Trata-se de um tipo de ferrugem microcíclica
que produz apenas teliosporos e, cuja germinação origina uma
estrutura característica dos basidiomicetos conhecida como basídia
e que sustenta quatro basidiosporos. São os basidiosporos que, ao
germinarem, penetram nos hospedeiros causando novas infecções. Os
basidiosporos são, portanto, os únicos esporos infectivos
produzidos por essa espécie. A ferrugem branca é considerada uma
forma lepto, ou seja, na qual os teliosporos germinam “in situ” e
sem dormência em condições de umidade elevada (96 a 100 % por pelo
menos 3 horas).
A
disseminação da doença se dá pela dispersão dos basidiosporos
através dos ventos, respingos de água das chuvas ou de irrigação
quando feita por aspersão. As folhas precisam estar molhadas para
que os basidiosporos germinem e infectem as plantas. A ferrugem
branca ocorre preferencialmente sob temperaturas amenas (6 a 26 oC)
com o ponto ótimo entre 17 e 24 oC e elevada umidade.
A
doença pode ser observada em qualquer época do ano, todavia, sua
incidência é mais frequente na primavera e nos invernos menos
rigorosos. A ferrugem branca poderá permanecer latente
(assintomática) após a infecção, caso as condições ambientais
não sejam favoráveis.
Sintomas:
P. horiana é capaz de parasitar espécies do gênero
Chrysanthemum além de híbridos de
Dendranthema-Grandiflorum, todos pertencentes à família
Asteraceae. Os sintomas iniciais podem ser observados na face
superior das folhas, onde surgem pequenas manchas branco-amareladas,
levemente deprimidas, de 1 a 4 mm de diâmetro. Mais tarde, a parte
central dessas manchas poderá se tornar necrosada e, em
correspondência com as manchas da parte superior, são observadas na
parte inferior, pústulas (soros) salientes de coloração amarela,
com leve tom rosado e de aspecto ceroso, que se tornam depois
esbranquiçadas. As pústulas são distribuídas nas folhas de forma
dispersa ou nas hastes das plantas, mas raramente estão presentes na
face superior das folhas. Várias pústulas podem coalescer e ocupar
áreas tão extensas que as folhas podem tornar-se totalmente secas.
Importância:
a ferrugem branca do
crisântemo possui elevado potencial destrutivo, caso ocorram
condições climáticas favoráveis em cultivos com variedades
suscetíveis. No estado do Ceará há registro de sérias epidemias
em ambientes úmidos de estufas. A doença afeta principalmente o
aspecto visual da planta, reduzindo ou até eliminando completamente
o seu valor comercial.
Ocorrência:
é originária da China
e do Japão, regiões que são também os locais de origem da planta
hospedeira e encontra-se disseminada por países da América do Sul,
África, Oceania, Europa, Ásia e, na América do Norte, no México,
tendo sido erradicada nos EUA, onde é considerada quarentenária. É
considerada uma praga quarentenária A2 para a EPPO - European and
Mediterranean Plant Protection Organization. Foi observada pela
primeira vez no Brasil, na região de Jundiaí, SP, no ano de 1972 e
atualmente, apresenta-se distribuída por todas as regiões de
cultivo, ocorrendo em menor ou maior intensidade em função das
condições climáticas locais.
Manejo:
inicialmente deve-se dar
preferência às medidas preventivas de controle como utilização de
mudas sadias para o plantio, obtidas de produtores idôneos. Utilizar
variedades resistentes já que as existentes apresentam diferentes
graus de suscetibilidade e tolerância à doença. Plantas
severamente atacadas devem ser eliminadas visando a redução de
fontes de inóculo.
O
controle químico da doença poderá ser realizado através dos
fungicidas registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA) para o controle de ferrugem branca do
crisântemo, respeitando-se sempre as recomendações do fabricante
quanto à dose, intervalo entre aplicações, período de carência,
tecnologia de aplicação, uso de EPI, etc.
Referências
consultadas:
ALEXANDRE,
M.A. et.al. Doenças
das Plantas Ornamentais.
In: Manual de Fitopatologia: Doenças das Plantas Cultivadas, v2, 5
ed., Ceres: Ouro Fino (MG), 810 p. Cap. 63, 2016.
COUTINHO,
L.N.; RUSSOMANO, O.M.R.; TOFOLI, J.G.; DOMINGUES, R.J.; OLIVEIRA,
S.H.F.; FIGUEIREDO, M.B. Doenças Fúngicas. In: IMENES, S.L.;
ALEXANDRE, M.A.V. Aspectos
Fitossanitários do Crisântemo,
São Paulo, Instituto Biológico, p23-34, 1996.
DAUGHTREY,
M.L.; WICK, R.L.; PETERSON, J.L. Compendium
of Flowering Potted Plant Diseases.
2006. 90p.
DOMINGUES,
R.J.; TÖFOLI, J.G.; FERRARI, J.T.; NOGUEIRA, E.M.C. Ferrugem
Branca do Crisântemo.
Revista Plasticultura. 26, p8-9, 2012.
TÖFOLI,
J.G. et al. Doenças
Fúngicas: Sintomatologia, etiologia e controle.
In:
Plantas
Ornamentais: Doenças e Pragas,
2 ed. Devir: São Paulo, 600 p. Cap. 08, 2017.
Como
citar:
DOMINGUES,
R.J.; TÖFOLI, J.G.. Ferrugem branca em
crisântemo. In: Instituto Biológico. Guia de Sanidade
Vegetal. Disponível em: https://www.sica.bio.br/guiabiologico/busca_culturas_resultado_ok.php?Id=260&Vlt=2.
Acesso em: dia. mês (abreviado).ano.
Palavras-chave:
doença fúngica, mancha foliar, manejo, plantas
ornamentais.