Autores:
Jesus
G. Töfoli; Ricardo J. Domingues - APTA/Instituto Biológico. E-mail:
jesus.tofoli@sp.gov.br
Etiologia:
Colletotrichum lindemuthianum apresenta
micélio ramificado, septado e sua coloração pode variar de
hialina a quase negra. Os conídios são hialinos, unicelulares,
oblongos a cilíndricos, apresentando as extremidades redondas ou uma
delas pontiaguda. Os conidióforos são hialinos, eretos e sem
ramificações. Os acérvulos possuem setas, produzidas entre os
conidióforos e nas margens dos acérvulos, que são pontiagudas,
rígidas, septadas e de coloração castanha.
Sintomas:
os
sintomas podem ser observados em toda a parte aérea da planta. Nas
folhas, esses aparecem com maior frequência na face inferior
afetando principalmente as nervuras e pecíolos. As lesões são
alongadas, possuem tamanho variável e apresentam coloração
castanho escura. Cultivares suscetíveis podem apresentar lesões
envoltas por um halo clorótico inclusive na face superior das
folhas, podendo em alguns casos originar folhas encurvadas para
baixo. Nas vagens, as lesões são circulares, ovaladas, deprimidas,
de tamanho variável, apresentando centro escuro, delimitadas por um
anel negro e geralmente envolto por uma área marrom-avermelhada.
Quando as condições de umidade e temperatura são favoráveis à
doença, verifica-se a formação uma massa gelatinosa de coloração
rósea alaranjada no centro das lesões formada por conídios do
fungo. Em vagens jovens, a
presença excessiva de lesões pode ocasionar o secamento e queda das
mesmas. No
hipocótilo, as lesões são
em
forma de manchas pontuais de aspecto ferruginoso e irregular que ao
evoluir se tornam deprimidas e deformadas. Nas sementes a doença
pode causar lesões escuras no tegumento e nos cotilédones.
Epidemiologia:
os
conídios ao atingirem as folhas ou vagens suscetíveis podem
germinar através da formação de tubo germinativo e de
apressório. A penetração ocorre
de forma direta, seguida do crescimento de hifas infectivas no
interior dos tecidos e
da formação de lesões típicas da doença. C.
lindemuthianum sobrevive de
uma estação para outra em restos culturais e pode ser disseminado
principalmente por sementes infectadas, ventos e respingos de água
de chuva. A
doença é favorecida por dias nublados com temperaturas moderadas
(15 a 22oC)
e alta umidade.
Importância:
A antracnose
é considerada uma das
doenças mais importantes e destrutivas que afetam a cultura do
feijão-vagem. A doença causa danos estéticos severos às vagens
que as tornam inviáveis para a comercialização.
Ocorrência:
no Brasil a doença ocorre em
todas regiões produtoras, sendo mais comum no centro-sul e regiões
serranas.
Manejo:
-
Plantio em épocas menos favoráveis a doença. Dentro do possível
evitar épocas com elevadas temperaturas e excesso de umidade.
-
Utilizar sementes sadias (certificadas) / tratadas com fungicidas;
-
Plantio de cultivares com algum nível de resistência (Grazi,
Brutus, Macarrão Preferido, Dynamo, Napoli, Padova, Celta, Paulista,
Pretória, Versalhes, Xiru, Xingu, etc.)
-
Evitar plantios adensados;
-
Cultivares de crescimento indeterminado devem ser conduzidos em
sistema de condução vertical para favorecer a circulação de ar
entre as plantas.
-
Adubação equilibrada
-
Rotação de cultura com gramíneas (milho)
-
Eliminação de restos culturais. Dentro do possível realizar
compostagem com esse material.
-
Pulverização com fungicidas registrados
Referências
consultadas:
WENDLAND
A.; MOREIRA A.S.; BIANCHINI A.; GIAMPAN J.S.; LOBO JUNIOR M. Doenças
do feijoeiro.
In: Amorim L, Rezende JAM, Bergamin Filho A.; Camargo LEA (Eds)
Manual de Fitopatologia: doenças de plantas cultivadas. 5th edn,
Ceres, São Paulo, p.383-396, 2016.
Como
Citar:
TÖFOLI,
J. G.; DOMINGUES, R.J.; Feijão-vagem (Phaseolus
vulgaris):
Antracnose (Colletotrichum
lindemuthianum).
In: Instituto Biológico. Guia de Sanidade Vegetal. Disponível em: https://www.sica.bio.br/guiabiologico/busca_culturas_resultado_ok.php?Id=262&Vlt=2. Acesso
em: dia. mês (abreviado).ano.
Palavras-chaves:
Phaseolus vulgaris, Colletotrichum lindemuthianum,
antracnose