Segunda-Feira, 6 de Maio de 2024
Antracnose (Colletotrichum lindemuthianum (Sacc. & Magnus) Briosi & Cavara 1889 )

Autores: Jesus G. Töfoli; Ricardo J. Domingues - APTA/Instituto Biológico. E-mail: jesus.tofoli@sp.gov.br

Etiologia: Colletotrichum lindemuthianum apresenta micélio ramificado, septado e sua coloração pode variar de hialina a quase negra. Os conídios são hialinos, unicelulares, oblongos a cilíndricos, apresentando as extremidades redondas ou uma delas pontiaguda. Os conidióforos são hialinos, eretos e sem ramificações. Os acérvulos possuem setas, produzidas entre os conidióforos e nas margens dos acérvulos, que são pontiagudas, rígidas, septadas e de coloração castanha.

Sintomas: os sintomas podem ser observados em toda a parte aérea da planta. Nas folhas, esses aparecem com maior frequência na face inferior afetando principalmente as nervuras e pecíolos. As lesões são alongadas, possuem tamanho variável e apresentam coloração castanho escura. Cultivares suscetíveis podem apresentar lesões envoltas por um halo clorótico inclusive na face superior das folhas, podendo em alguns casos originar folhas encurvadas para baixo. Nas vagens, as lesões são circulares, ovaladas, deprimidas, de tamanho variável, apresentando centro escuro, delimitadas por um anel negro e geralmente envolto por uma área marrom-avermelhada. Quando as condições de umidade e temperatura são favoráveis à doença, verifica-se a formação uma massa gelatinosa de coloração rósea alaranjada no centro das lesões formada por conídios do fungo. Em vagens jovens, a presença excessiva de lesões pode ocasionar o secamento e queda das mesmas. No hipocótilo, as lesões são em forma de manchas pontuais de aspecto ferruginoso e irregular que ao evoluir se tornam deprimidas e deformadas. Nas sementes a doença pode causar lesões escuras no tegumento e nos cotilédones.

Epidemiologia: os conídios ao atingirem as folhas ou vagens suscetíveis podem germinar através da formação de tubo germinativo e de apressório. A penetração ocorre de forma direta, seguida do crescimento de hifas infectivas no interior dos tecidos e da formação de lesões típicas da doença. C. lindemuthianum sobrevive de uma estação para outra em restos culturais e pode ser disseminado principalmente por sementes infectadas, ventos e respingos de água de chuva. A doença é favorecida por dias nublados com temperaturas moderadas (15 a 22oC) e alta umidade.

Importância: A antracnose é considerada uma das doenças mais importantes e destrutivas que afetam a cultura do feijão-vagem. A doença causa danos estéticos severos às vagens que as tornam inviáveis para a comercialização.

Ocorrência: no Brasil a doença ocorre em todas regiões produtoras, sendo mais comum no centro-sul e regiões serranas.


Manejo:

- Plantio em épocas menos favoráveis a doença. Dentro do possível evitar épocas com elevadas temperaturas e excesso de umidade.

- Utilizar sementes sadias (certificadas) / tratadas com fungicidas;

- Plantio de cultivares com algum nível de resistência (Grazi, Brutus, Macarrão Preferido, Dynamo, Napoli, Padova, Celta, Paulista, Pretória, Versalhes, Xiru, Xingu, etc.)

- Evitar plantios adensados;

- Cultivares de crescimento indeterminado devem ser conduzidos em sistema de condução vertical para favorecer a circulação de ar entre as plantas.

- Adubação equilibrada

- Rotação de cultura com gramíneas (milho)

- Eliminação de restos culturais. Dentro do possível realizar compostagem com esse material.

- Pulverização com fungicidas registrados


Referências consultadas:

WENDLAND A.; MOREIRA A.S.; BIANCHINI A.; GIAMPAN J.S.; LOBO JUNIOR M. Doenças do feijoeiro. In: Amorim L, Rezende JAM, Bergamin Filho A.; Camargo LEA (Eds) Manual de Fitopatologia: doenças de plantas cultivadas. 5th edn, Ceres, São Paulo, p.383-396, 2016.


Como Citar:

TÖFOLI, J. G.; DOMINGUES, R.J.; Feijão-vagem (Phaseolus vulgaris): Antracnose (Colletotrichum lindemuthianum). In: Instituto Biológico. Guia de Sanidade Vegetal. Disponível em: https://www.sica.bio.br/guiabiologico/busca_culturas_resultado_ok.php?Id=262&Vlt=2. Acesso em: dia. mês (abreviado).ano.

Palavras-chaves: Phaseolus vulgaris, Colletotrichum lindemuthianum, antracnose

 
Publicado em: 02/04/2024
Atualizado em: 02/04/2024
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