Hospedeiros: Dasheen mosaic virus (DsMV) infecta, preferencialmente, espécies da família Araceae, como: Anthurium andraeanum e A. scherzerianum (antúrios), Caladium x hortulanum (caladio ou tinhorão), Colocasia esculenta (inhame), Dieffenbachia sp. (comigo ninguém pode) (Fig. 1), Spathiphyllum sp. (lírio da paz), Zantedeschia aethiopica (copo de leite), Z. elliotiana (cala).

Agente causal: Dasheen mosaic virus, DsMV, Potyvirus, Potyviridae.

Etiologia: As partículas virais de DsMVsão alongado-flexuosas com cerca de 750 nm de comprimento e seu genoma é uma molécula de RNA de fita simples. O vírus já foi relatado em infecção natural em 17 gêneros de aráceas comestíveis e ornamentais – Aglaonema, Alocasia, Amorphophallus, Anthurium, Arisaema, Caladium, Colocasia, Cryptocoryne, Cyrtosperma Dieffenbachia, Philodendron, Pinellia, Scindapsus, Spathiphyllum, Syngonium, Xanthosoma e Zantedeschia, e duas espécies de orquídea – Spiranthes cernua e Vanilla tahitensis. O DsMV é transmitido, na natureza, por afídios das espécies: Myzus persicae, Aphis craccivora e Aphis gossypii, de modo não persistente. O vírus não é transmitido por semente, pólen ou contato entre plantas. Sua eficiente transmissão por afídios aliada à propagação vegetativa das aráceas comerciais e à incessante introdução de germoplasma propiciou a rápida disseminação da virose em áreas cultivadas de todo o mundo. A detecção do DsMV em orquídeas merece especial atenção, pois mostra a sua adaptabilidade à uma família de monocotiledônea distantemente relacionada à Araceae.

Sintomas: faixas cloróticas junto às nervuras, mosaico, mancha e anéis cloróticos, clorose, deformação foliar e nanismo, dependendo do cultivar.

Importância: O DsMV foi primeiramente detectado em Colocasia esculenta (inhame) com mosaico, em 1970. Este vírus é freqüente em produção comercial de aráceas e encontra-se mundialmente disseminado. Não há relatos da importância econômica dos danos causados pelo DsMV em cultivos comerciais de Dieffenbachia. A multiplicação vegetativa e a eficiente transmissão por afídeos podem ser consideradas fatores para a manutenção do vírus na cultura.

Ocorrência: no Brasil, o DsMV foi descrito em Anthurium andraeanum, A. scherzerianum, Amorphophallus sp., Dieffenbachia spp., Syngonium wendlandii, Xanthosoma sagittifolium, X. atrovirens e Zantedeschia aethiopica. O vírus ocorre onde aráceas são comercialmente cultivadas como, por exemplo: China, Estados Unidos, Holanda, Índia, Itália, Japão, Nicarágua, Nova Zelândia, Reino Unido, Taiwan e Vietnã. O DsMV já foi relatado também em orquídeas, causando manchas cloróticas (‘blotching’) e/ou mosaico em Spiranthes cernua, e mosaico e deformação foliar em Vanilla tahitensis.

Manejo: A expressão dos sintomas causados pelo DsMV varia de acordo com a época do ano, portanto o monitoramento de plantas sintomáticas e sua eliminação devem ser constantes, assim como o controle do afídeo. Controlar, dentro e fora das estufas, as plantas da vegetação espontânea que são reservatórios de afídeos. A utilização da técnica de cultura de tecidos associada a antivirais tem permitido a obtenção de plântulas livres de vírus, reduzindo ou eliminando o vírus da cultura comercial.

Referência Consultada

CHASE, A.R.; ZETTLER, F.W. Dasheen mosaic virus infection of dieffenbachia cultivars. Plant Disease, v.66, p.891-893, 1982.

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HARTMAN, R.D.; ZETTLER, F.W. Effects of dasheen mosaic virus on yields of caladium, dieffenbachia, and philodendron. Phytopathology, v.64, p.768, 1974.

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ZETTLER, F.W.et al. Filamentous viruses infecting dasheen and other araceous plants. Phytopathology, v.60, p.983-987, 1970.

Autor: Eliana Borges Rivas, Instituto Biológico
E-mail: eliana.rivas@sp.gov.br