Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024
Mosaico (Hippeastrum mosaic virus)

Hospedeiro: Hippeastrum sp. (Amaryllidaceae), amarílis ou açucena.

Etiologia: Hippeastrum mosaic virus (HiMV) é uma espécie do gênero Potyvirus, família Potyviridae. Amaryllis mosaic virus é sinonímia de HiMV.
As partículas virais são alongado flexuosas, com cerca de 750 nm de comprimento. Seu genoma é composto por uma molécula de RNA de fita simples e senso positivo. O HiMV possui um círculo de hospedeiras restrito. Em infecções naturais, o vírus está restrito a poucos gêneros da família Amaryllidaceae: Crinum, Eucharis grandiflora, Hymenocalis, Ismene, Phaedranassa e Urceolina.
Na natureza, o vírus é transmitido, de modo não persistente, por afídios das espécies: Aphis fabae, A. gossypii e Myzus persicae. O HiMV é transmitido por inoculação mecânica para poucas espécies de Solanaceae, Chenopodiaceae e Cannaceae. Não há transmissão por sementes de Hippeastrum hybridum, pólen e contato entre plantas. A propagação vegetativa de bulbos infectados é o principal modo de disseminação do HiMV.

Sintomas: diferentes intensidades de mosaico induzido por HiMV podem ser observadas em folhas e hastes florais de Hippeastrum, de discreto a intenso mosaico amarelo; assimetria das folhas, estrias cloróticas que se tornam marrom avermelhadas nas folhas e nanismo são sintomas também relatados.
Dados de literatura mostram que o mosaico em Hippeastrum pode ser atribuído não só à infecção por HiMV mas também, por infecções simultâneas por duas espécies virais, como HiMV + Cucumber mosaic virus, HiMV + Tobacco mosaic virus, HiMV + Nerine latent virus, e HiMV + Hippeastrum latent virus. Entretanto, é o HiMV o mais frequentemente associado à mosaico em Hippeastrum cultivados.

Importância: Não há relatos de perdas econômicas devido à infecção por HiMV em Hippeastrum. Uma vez que mosaico é a expressão externa das alterações ultraestruturais que ocorrem nos cloroplastos, e estas, por sua vez, alteram as taxas fotossintéticas assim, pode se esperar que as plantas infectadas tenham menor vigor. A multiplicação vegetativa dos bulbos permite a disseminação, em grande escala, da virose.

Ocorrência: HiMV foi relatado na África do Sul, Austrália, Brasil, Bulgária, Estados Unidos, Fiji, Holanda, Índia, Itália, Japão, Nova Zelândia, Polônia, Reino Unido, República Tcheca, Russia e Tailândia. Acredita-se que o vírus esteja disseminado por todas as áreas produtoras do mundo. No Brasil, o HiMV foi descrito em Hippeastrum x hybridum e Eucharis sp.

Manejo: Não há dados de literatura sobre a eficiência do afídeo vetor na transmissão do vírus na cultura; entretanto, deve-se considerar o uso de armadilhas e controle químico do inseto. Considerando-se a alta incidência de vírus em hippeastrum, trabalhos vêm sendo realizados no Brasil, com resultados promissores, visando à obtenção de plântulas livres de vírus, utilizando termoterapia associada à cultura in vitro de ápices caulinares. Recomenda-se a utilização de bulbos sadios para a obtenção de plantas destinadas ao plantio comercial.

Referência Consultada

ALEXANDRE, M.A.V. et al. Hippeastrum mosaic virus diagnosed in Hippeastrum and Eucharis in Brazil. European Journal of Plant Pathology, v.93, p.642-649, 2011.
AMARAL, L. et al. Conservação “in vitro” de germoplasma indexado de três cultivares de amarílis (Hippeastrum Herb). Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, v.13, p.113-120, 2007.
BRANTS, D.H.; FOKKEMA, N.J.; DE BODE, R. Further identification of Hippeastrum mosaic virus. Netherlands Journal of Plant Pathology, v. 76, p.171-173, 1970.
BRÖLMAN-HUPKES, J.E. Tentative description of Hippeastrum latent virus in Hippeastrum hybridum plants and differentiation from Hippeastrum mosaic virus. European Journal of Plant Pathology, v.81, p.226-236, 1975.
BRUNT, A.A. Hippeastrum mosaic virus. CMI/AAB Descriptions of Plant Viruses, n° 117, 4 p., 1973. Disponível em: http://www.dpvweb.net/dpv/showdpv.php?dpvno=117.
DERKS, A.F.L.M. Lily. In: Loebenstein, G.; Lawson, R.H.; Brunt, A.A. Virus and virus-like diseases of bulb and flower crops. Chichester, 1995. p. 313-321.
RAJ, S.K.et al. First molecular detection and identification of a potyvirus associated with severe mosaic disease of amaryllis (Hippeastrum hybridum Hort.) in India. Australasian Plant Disease Notes, v.4(1), p. 50–53, 2009.

Autor: Eliana Borges Rivas, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: eliana.rivas@sp.gov.br


 
Publicado em: 22/04/2014
Atualizado em: 22/04/2014
Clique na imagem para ampliar
  Instituto Biológico
  Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252
  Vila Mariana - - CEP 04014-002- São Paulo - SP - Brasil
  (11) 5087-1700
                                                                                                         Número de visitas:
                                                                                                                   13.358