Hospedeiro: Phoenix dactylifera (palmeira tamareira)
Agente causal: Graphiola phoenicis
Etiologia: o fungo possui estruturas reprodutivas (soros), emergindo de pequenas manchas subepidérmicas localizadas nas duas faces dos folíolos e na ráquis das palmeiras. Nos soros são produzidos os esporos, intercalares com feixes de hifas medindo de 1,0-1,5 mm de espessura. Essas hifas se estendem por cerca de 1,0-2,0 mm para fora dos soros. Na maturidade sexual, estas hifas férteis apresentam-se amareladas e com numerosos esporos sendo liberados e então recomeçando um novo ciclo da doença. Infecções e danos mais severos são observados em áreas de alta pluviosidade, reduzindo o crescimento da planta e a produção, levando à morte prematura das folhas. Os esporos podem germinar e as hifas infectarem as folhas, crescendo inter e intracelularmente por 10 meses, até ocorrer a formação do soro. G. phoenicis é causador da doença mais conhecida como “mancha foliar de grafiola��?, mas também chamada de “falso carvão��? ou “pústula da folha de palmeira��?.
Sintomas: os sintomas iniciais da doença são pontuações minúsculas, de coloração amarela, marrom ou negra, nas duas faces da lâmina foliar, sendo observados sobre as folhas mais velhas. O fungo pode emergir dessas manchas, rompendo a epiderme da folha e mostrando suas estruturas reprodutivas (soros), que são mais comumente observados e ocultam qualquer sintoma da doença.
Importância: no estado de São Paulo, o fungo foi identificado em 2007, em palmeiras tamareiras, tendo sido relatado anteriormente nos estados do Espírito Santo e Pernambuco, em 1995. Em São Paulo, levantamento realizado no Herbário Fitopatológico e Urediniológico do Laboratório de Micologia Fitopatológica do Instituto Biológico, verificou a existência de cinco exsicatas de P. dactylifera parasitadas por G. phoenicis. Essas exsicatas datam de 1932, 1936, 1938, 1951 e 1955, sendo os materiais provenientes, respectivamente, de Sorocaba (SP), Nova Odessa (SP), Bonfim (BA), Cruz das Almas (BA) e Recife (PE). Entretanto, nenhuma dessas constatações foi publicada.
Ocorrência: palmeiras tamareiras procedentes de Campo Limpo Paulista, São Paulo, SP, Brasil.
Manejo: poda das folhas severamente atacadas e queima do material, visando reduzir a quantidade de inóculo no local; monitoramento da umidade, pois a doença ocorre preferencialmente em condições de alta umidade, favorecendo a germinação dos soros.
Referência consultada
CÂMARA, M.P.S.; DIANESE, J.C.; VENTURA, J.A. Graphiola phoenicis: new record for Espírito Santo, Brazil. Fitopatologia Brasileira, v. 20 (suplemento), p. 293, 1995.
DJERBI, M. Diseases of the date palm (Phoenix dactylifera). Regional Project for Palm & Dates Research Centre in the Near East & North Africa. Baghdad, Iraq: FAO. 1983.
ELLIOTT, M.L. Graphiola leaf spot (false smut) of palm. Doc. PP-216. Plant Pathology Department, Florida Cooperative Extension Service, Institute of Food and Agricultural Sciences, University of Florida. 6p. 2006.
LIMA, M.F. Mancha de folha em tamareira (Phoenix dactylifera) causada por Graphiola phoenicis. Fitopatologia Brasileira, v. 20 (suplemento), p. 306, 1995.
LIMA, M.F. First report of Graphiola leaf spot caused by Graphiola phoenicis on date palm (Phoenix dactylifera) in the State of Pernambuco, in the northeast of Brazil. Plant Disease, v. 80, p. 823, 1996.
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Autor: Olga Maria Ripinskas Russomanno, Instituto Biológico
