Sexta-Feira, 29 de Março de 2024
Cercosporiose (Pseudocercospora bixae)

Hospedeiro: Bixa orellana (urucum)

Agente causal: Pseudocercospora bixae

Etiologia: A cercosporiose ou mancha parda das folhas do urucum é causada pelo fungo mitospórico Pseudocercospora bixae, sinonímia Cercospora bixae. Pode ocorrer tanto em viveiro como em plantios definitivos. Embora seja uma doença bastante comum no urucuzeiro, não chega a causar sérios prejuízos à cultura, pois o fungo atinge apenas as folhas senescentes (maduras). O fungo ocorre em ambas as faces foliares, sendo a disseminação dos conídios realizada principalmente pelo vento. Em condições ideais de temperatura (24 a 28ºC) e umidade elevada, os conídios germinam sobre as folhas provocando os sintomas típicos da doença. Em viveiros a doença ocorre com mais regularidade.

Sintomas: Os sintomas da cercosporiose nas folhas do urucum são característicos, apresentando normalmente manchas circulares, às vezes irregulares, de coloração marrom-avermelhadas a pardo-negras, circundadas por um halo amarelado. Em casos de ataque severo do fungo, pode ocorrer a seca das folhas e, em épocas mais chuvosas, o desfolhamento intenso da planta, comprometendo o seu desenvolvimento.

Importância: Embora atinja apenas as folhas senescentes do urucuzeiro, a cercosporiose interfere no processo de fotossíntese das plantas, podendo afetar o seu desenvolvimento, tanto em plantios definitivos quanto em viveiros.

Ocorrência: a doença ocorre em diversos estados do Brasil, principalmente no estado de São Paulo, onde o cultivo do urucum vem tomando grandes proporções.

Manejo: O controle da doença deve ser feito através de medidas preventivas, eliminando-se a fonte de inóculo do patógeno que pode estar concentrada nos restos culturais (folhas doentes caídas ao chão). Se o ataque não for muito drástico, recomenda-se a poda dos galhos afetados, retirando-os do local de plantio. É recomendável utilizar ferramentas desinfestadas em solução de hipoclorito de sódio (água sanitária a 10%) entre a poda de uma árvore e outra. Em viveiros, deve-se evitar o excesso de sombreamento e de umidade e ainda diminuir a densidade de plantio.

Referência consultada

BENCHIMOL, R. L. Doenças do urucuzeiro. In: DUARTE, M. DE L.R. (Ed.). Doenças de plantas no trópico úmido brasileiro. I. Plantas Industriais. Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental, p. 245-251, 1999.

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LORENZI, H. & MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum. 2008. 544p.

MENDES, M.A.S. et al. Fungos em Plantas no Brasil. Brasília, DF: Embrapa, 1998.

PONTE, J. J. DA. Clínica de doenças de plantas. Fortaleza: EUFC. 1996. 872p.

Autor: Olga Maria Ripinskas Russomanno, Instituto Biológico

 
Publicado em: 31/03/2016
Atualizado em: 21/04/2016
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