Hospedeiro principal: Passiflora sp., Maracujazeiro, Passifloraceae.
Agente causal: Cowpea aphid-borne mosaic virus, CABMV, Potyvirus, Potyviridae
Etiologia: O CABMV pertence ao gênero Potyvirus, família Potyviridae. Possui partículas alongadas e flexuosas com cerca de 750 nm de comprimento e 15 nm de largura. Seu genoma é constituído de uma fita simples de RNA, positivo, com cerca de 10.000 nucleotídeos e uma fase aberta de leitura (Open Reading Frame, ORF) principal que codifica uma poliproteína de aproximadamente 345 kDa, que é clivada, originando as proteínas virais (P1, HC-Pro, P3, CI, 6K2, VPg, Pro, NIb e CP); há também uma pequena ORF, denominada PIPO, com cerca de 60 códons que codifica um polipeptídeo envolvido no movimento do vírus célula a célula. O CABMV induz a formação de inclusões citoplasmáticas, denominadas de cata-ventos.
Sintomas: mosaico, bolhas, deformação foliar, clorose, encurtamento de entrenós, produção de frutos menores com endurecimento do pericarpo e redução de polpa. Importância: O maracujazeiro é uma planta que produz frutos comestíveis e com propriedades terapêuticas. O maracujá se desenvolve bem em climas tropicais e subtropicas. Atualmente, o Brasil é o maior produtor da fruta com aproximadamente 48 mil hectares de área plantada. O cultivo do maracujá se desenvolve em pequenas propriedades, a maioria com pomares de 3 a 5 hectares.
Ocorrência: Em todas as regiões produtoras de maracujá do mundo e do Brasil.
Manejo: O CABMV não é transmitido por sementes, sendo, porém, transmitido mecanicamente (em condições experimentais) e, em condições naturais, de forma não persistente, por afídeos vetores. Pode infectar plantas das famílias Fabaceae, Passifloraceae, Amaranthaceae, Solanaceae e Cucurbitaceae. Como não há variedades de maracujazeiro resistentes ao vírus, medidas de controle alternativas devem ser adotadas:
(i) uso de mudas livres de vírus;
(ii) erradicação de pomares velhos;
(iii) cuidados nos tratos culturais, principalmente durante podas de limpeza, para se evitar a transmissão mecânica do vírus;
(iv) eliminação de plantas invasoras, principalmente da família Fabaceae que possam servir como reservatório do vírus no campo.
Uma alternativa de controle tem sido a migração dos produtores para regiões onde a cultura do maracujá tenha sido recém introduzida, na qual o vírus ainda não é endêmico.
Referência consultada
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SILVA, L.A. et al. Transmissão experimental revela novos potenciais reservatórios do Cowpea aphid-borne mosaic virus. Summa Phytopathologica, v.38, p.168-169, 2012.
Autores: Leilane Karam Rodrigues; Leonardo Assis da Silva; Armando Toshikatsu Tomomitsu; Renata Maia Garcêz; Alexandre Levi Rodrigues Chaves; Addolorata Colariccio; Marcelo Eiras, Instituto Biológico
E-mail: marcelo.eiras@sp.gov.br